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Sem saber o que ha-de fazer e desejoso de remediar a asneira, e reconquistar a estima de Maria Alexandrovna, engole um golo de chá, mas o chá está a ferver, Aphanassi Matveich escalda-se, engasga-se, toma-se de um froixo de tosse, e pisga-se da sala para o quarto, deixando banzada toda a assembleia.

Que pena que eu tenho de que, n'esta occasião, meu marido esteja no campo! Havia de gostar tanto de o ver! Estima-o tanto! Dedica-lhe tão sincera amizade! Seu marido? Com que então,... tem marido? Valha-me Deus! Que pessima memoria é a sua, principe? Pois esqueceu o passado a esse ponto? E meu marido, o Aphanassi Matveich, querem ver que tambem se não lembra d'elle?

Facil foi pois o perceberem que havia supportado Aphanassi Matveich unica e exclusivamente por causa do seu cargo, dos respectivos ordenados e... e ainda de uns certos emolumentosinhos. Agora, que, velho, nem representava ordenados nem emolumentos, não seria de justiça affastá-lo na qualidade de inutil trambolho? Aphanassi Matveich leva no campo uma vida agradabilissima.

A Anna Nikolaievna e a Natalia Dmitrievna são as unicas que se deixam ficar ao de Maria Alexandrovna. Aphanassi Matveich sorri, respeitozissimo. Mozgliakov sorri tambem a olhar com uns ares de provocação para a Zina a qual, sem fazer caso delle, se acerca do pae e se senta ao lado d'este n'uma poltrona. Ah! principe sempre é verdade que se retira? indaga a Felissata Mikhailovna.

Responde a quanta pergunta lhe dirigem sem ter necessidade de remexer as algibeiras á procura de palavras. Está toda ella a tremer com o sentido na Zina, e muito admirada por esta não sair da sala, conforme é seu costume em taes occasiões. Notam tambem a presença de Aphanassi Matveich. Por via de regra fazem escarneo d'elle para melindrarem Maria Alexandrovna na pessoa do marido.

Conheceu horas atribuladas, não ha duvida, e, em certas circumstancias, houve até quem dissesse comsigo: «Mas que é que ha de agora fazer Maria Alexandrovna?» E o obstaculo achava-se transposto como que por encanto. Toda a gente estará lembrada da maneira porque o marido, o Aphanassi Matveich, perdeu a posição.

Ouviste? Sobem para a carruagem. Aphanassi Matveich está com uma cara espantada. Maria Alexandrovna voltas ao miolo para lhe encasquetar na cabeça e na memoria as recommendações mais essenciaes, elle, porém, interrompe-lhe as suas cogitações. Maria Alexandrovna, eu esta noite tive um sonho tão exquisito, diz, após breve silencio. Ápre! Manequim de uma figa!

E se eu, para mais ajuda, não fosse encontrar em casa aquelle meu imbecil?!" Ante esta hypothese, enraivece-se, toma-se de um rancor que nada vaticina de bom para Aphanassi Matveich. E Maria Alexandrovna impaciente, a esfervilhar! Os cavallos despedem a galope. A carruagem não corre, vôa.

Colherão de marmita! exclama ao contemplar com desprezo a casaca do marido, casaca virgem de toda e qualquer insignia. Até que por fim, Aphanassi Matveich sente-se melindrado. Eu não sou colherão de marmita, sou conselheiro, minha mãezinha, pondéra com assômo de nobre indignação. Quê quê quê? A raciocinar, por mais que me digam! Ora o mujik, o ranhoso!

Desacreditada a Zina, um nunca acabar de linguarice! Hórror, hórror, hórror! Na minha qualidade de historiografo sincero, cumpre-me mencionar que Aphanassi Matveich esteve a tiritar toda a santa noite no cubiculo, ás escuras, onde se fôra alapardar para conservação dos seus olhos. O dia immediato não amanheceu fagueiro: isto de desgraças vem sempre aos pares.

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