United States or Djibouti ? Vote for the TOP Country of the Week !


E porque, como viſtes, tem paſſados Na viagem, tam aſperos perigos, Tantos Climas & Ceos experimentados, Tanto furor de ventos inimigos Que ſejam, de termino, agaſalhados Neſta coſta affricana como amigos. E tendo guarnecida a laſſa frota, Tornarão a ſeguir ſua longa rata.

Outros... Casaram ha muito. Chamam-lhe a Rata. Pobre e sem mãe atiraram-n'a um dia para um collegio d'orphãos, onde cresceu entre maus tratos. Riam-se d'ella. Era um aborto que crescia por caridade. Passava a vida na enfermaria e os medicos acho que de proposito livraram-n'a da morte, para que depois soffresse.

Uma franceza, amante varia de varios francezes, mad. Pauline de Flaugergues, dava o tom em Lisboa, por esse tempo, em versos e frescor de cutis polvilhada de bysmutho. Rodeavam-na os areopagitas do plectro e da sintaxe, a mestrança da versejadura Castilho, Garrett e os outros da constellação. Esta bohemia trovista foi dada como typo de mulher emancipada pelo talento. Teve ovaçoens das lyras primaciaes. Damas da côrte, creadas em novenas e lausperennes, atiraram as camaldulas ás ortigas e pegaram de fazer muitos gallicismos grammaticaes e pessoaes. Viveu-se uma rasgada bacchanal á franceza, em que tomaram o seu quinhão pro rata as mulheres dos marquezes, as filhas dos algibebes e as esposas dos ex-almoxarifes.

E agora, como ella não palavra e pensa: Antes eu fosse para creada de servir! elle quer que a Rata grite e chore. Antes tu fosses para mulher da vida, digo-t'o eu!... Esta manhã appareceu com os olhos inchados e pisaduras na cara. O vestido lhe não serve. E como está frio, reparei, traz os pés mettidos nos sapatões do marido, sem meias e roxos. Aprende na vida, soffre! Nada te valerá.

Em primeiro logar, pouco propenso a crêr em coisas do diabo, embora mesmo no Japão, concluo que, se a rata do convento era tam grande, é que a despensa se achava provida com um enorme arsenal de gulodices; o que, a despeito de tanto que se diz dos frades de outras terras, dos frades portuguezes por exemplo, faz honra á sobridade de habitos dos maganos, pois não consta que jamais os presuntos e a marmellada de reserva nutrissem uma rata lambareira até attingir igual tamanho.

Era effectivamente a viuva; um ar ressequido, de rata velha, arrastando os ss, com um silvo prolongado em todos os vv, ainda pretenciosa, com uma paixão occulta pelo Jorge, que tinha a felicidade de a não perceber. Disposeram a meza.

Vão mulheres perdidas e a Rata, a tossir, vae o Astronomo, e na frente d'um caixão de passarito, comboiando a turba, marcha o gato pingado, de brandão em punho, chapeo alto e casaca a esvoaçar... A que irão elles deitar fogo na noite tragica, de lama e chuva? Mulheres perdidas, ralé, o velho tisico... Na volta vêm decerto a cahir de bebados.

Quem foi a tua mãe, ó S. José?... Apedrejam-n'o os garotos ao vel-o passar para os enterros, fogem d'elle os visinhos e a Rata fala ao gato pingado. A Rata é sua egual, tão maltratada pelo destino como elle. Foi sempre assim: rachitica, triste e feia. A vida para ella tem sido mourejar. Sustentou primeiro a mulher que a tirou do asylo, depois o homem com quem casou, e que logo a deixou sósinha.

Fui eu, apezar da minha seccura, pensa o calhao, que a trouxe no meu ventre. Sem falar, bebem juntos, elle e a Rata o mesmo vinho. Elle diz: Ambos somos desgraçados e sósinhos. O vinho que havia aquecido dá-lh'o com um pedaço de pão. Ella olha-o, tendo sempre crescido por acaso e piedade, rota e triste. Havia pois alguem que a amasse?... Bebe.

D'essa lomba vê-se espreitar, por uma clareira entre Alumiar e a ponte da Rata, a região paludosa de que faz parte a magnifica e extensa páteira de Fermentellos.

Palavra Do Dia

alindada

Outros Procurando