United States or Spain ? Vote for the TOP Country of the Week !


Era por uma noite de lua cheia do agosto preterito. Estava eu á janella do terceiro andar, onde moro, n'esta fragrante rua das Congostas, ninho de poetas e philosophos, floresta ramalhosa onde v. s.ª regorgeia as suas lyras, e eu medito Theophilo e Rozalino Candido.

E n'esses braços lisos, indolentes, Hão de os vermes travar a escura guerra, Hão de infundir pavor, inda, esses dentes, E de beijos fartar-te a immunda terra! Teu rir sem labios meterá assombros Ó tu que fazes rastejar as lyras! E serão ossos nús teus lisos hombros, Costumados ás leves cachemiras.

Severa, toda de bronze ella deixava entrevêr, ao fundo, os ouros, a neve, as pedrarias do Santuario refulgindo com serenidade... Nos largos degraus, mais lustrosos que alabastro, desenrolavam-se duas collegiadas de levitas, ajoelhados e vestidos de branco uns com uma trompa recurva, outros pousando os dedos sobre as cordas mudas de lyras.

Os espiritos celestiaes fizeram-se meus echos e ainda clamam batendo as azas, tangendo lyras que sôam docemente. Não havia uma estrella e todas agora reluzem; astros nunca vistos brilham no fundo ceu. Não havia folha em ramo e as arvores estão todas cobertas e cantam festivamente passarinhos nas montas. O outono vestiu-se com as galas da Primavera. um Deus faria prodigios taes.

Phebo a taes ignorantes volta o rosto: Das lyras que no Olympo ouvir estima, N'um ão com um ão o gosto não tem posto. Nem menos aos exemplos teus da rima: Sem ella os campos lacios, e os da aurora, Deram plectros, que a todos vão de cima. Nos mil volumes, creio lês por fóra; Mas excede na orelha um mau jumento Quem de Apollo as acções assim decóra.

Os que foram da geração de João Penha ainda de certo o recordam hoje de monoculo no olho, capa traçada, n'uma attitude elegante e vigorosa de Apollo de Belvedére, cantando no templo, sob um imaginario baldaquino de folhas de parra verdejando esmeraldas, a alegria eterna da alma rubra do alcool. Oh vós, que do canto sois velhos freguezes, Ouvi d'estas lyras o mélico emprego!

Levantai, minhas Tagides, a frente, Deixando o Tejo ás sombras nemorosas; Dourai o valle umbroso, as frescas rosas, E o monte com as árvores frondente. Fique de vós hum pouco o rio ausente, Cessem agora as lyras numerosas, Cesse vosso lavor, Nymphas formosas, Cesse da fonte vossa a grã corrente.

Vem o Forçado accender-me A velha çuja candêa; Fica, Marilia, a masmorra Inda mais triste, e mais fêa. Nem mais canto, nem mais posso Huma palavra dar. Diz-me Cupido: São horas De escrever-se o que está feito; Do azeite, e da fumaça Huma nova tinta ageito, Tomo o páo, que penna finge, Vou as Lyras copiar.

Então os levitas, unisonamente, feriram as cordas das lyras: das trombetas curvas subiu um grito de bronze: e todo o povo erguido, com os braços ao céo, entoou um psalmo celebrando a eternidade de Judá... E subitamente tudo cessou: os Levitas recolhiam pela escadaria de marmore sem um rumor dos pés nús: Eliezer de Silo e o rigido Gamaliel tinham desapparecido sob os Porticos: e o claro pateo em redor resplandecia sumptuoso e cheio de mulheres.

Disse Amor; e mal se calla, Nos seus hombros a mão pondo, Com hum semblante sereno Assim á queixa respondo: Depois, Amor, de me dares A minha Marilia bella, Devo guardar humas Lyras, Que não são em honra della? E que importa, Amor, que importa Que a estes papeis destrua; Se he tua esta maõ; que os rasga, Se a chamma, que os queima, he tua?

Palavra Do Dia

tradicionais

Outros Procurando