United States or Madagascar ? Vote for the TOP Country of the Week !


Porque é então e vão muitos annos que a certas horas de silencio me lembra essa pobre creatura e as suas palavras ingenuas, o sorriso da mulher vesga e o pobre corpo magrinho e encharcada da chuva, todo dorido da vida? Vejo-a aqui, aqui no escuro, descalça, molhada até aos ossos e a sorrir-se para mim, com um sorriso piedoso, todo lagrimas, com um sorriso tão triste que me piza o coração.

Este modo de perguntar, esta duvida em que Paulina ficava, teve Fernando na perplexidade de minutos em que o coração usa demorar as suas decisões. A ida do marquez com ella para Piza, o primo marquez, tres dias de ausencia com o primo marquez... Este primo marquez foi quem deu um empurrão em Fernando, pela porta fóra de Florença, caminho de Piza.

O seu amor era taciturno e solitario, como um luto de saudade inconsolavel. Nascera em rebentações de fogo como as lavaredas da Sicilia. Estava debaixo do céo italiano; incubou-se d'aquelle fogo, bebeu a peçonha da immensa mansenilha, que braceja serpentes de mortal amor por todos aquelles remansos fataes de Genova, Piza, Veneza e Napoles.

Assim que a serpe do ciume o mordeu, não havia consideração que lhe estorvasse o passo. Fernando partiu para Piza, curta jornada de algumas horas. Passou na piazza del Calvalieri, para esperar, n'aquelle centro da celebrada cidade, a passagem da familia. Em que monumentos iria elle procurar Paulina?

Amas-me! bradei eu com raiva. Mas de que modo me amas? Acima de mim, em teu coração tão puro, estão vãs considerações do mundo, razões de sociedade, costumeiras mesquinhas, está teu marido. Não me falles de teus filhos. Que amor é aquelle que não conhece a virtude dos sacrificios? que recua diante de qualquer respeito? que é limitado? que soffre prescripções? que não é uma abnegação absoluta do individuo, de todos os seus pensamentos, e affectos, e deveres e virtudes? Quem se perde pelo ente que ama, e destroe a honra e segurança do seu futuro, e chega, por amor delle, até ao crime, e se tortura a inventar maiores provas ainda, não o mais radioso testemunho da paixão exclusiva, intolerante, e soberba. Tu nunca soubeste que o amor não vive senão de si, e nada reserva fóra de si. Renegado sublime, piza os mais santos objectos, forte da felicidade que inventa, e que lhe justifica a impassibilidade. Porém, tu! mulher das dedicações mesquinhas, das virtudes pequenas, dos deveres timidos, chamas loucura a tudo isto.

Envolve-se em magnifico lençol de relvados floridos; inquadra-se em puras e graciosas ogivas do marmore alvissimo: é terra de Jerusalem sobre as galerias travadas; os cadaveres dos velhos christãos de Piza estão aqui santificados; é o leito de descanço dos homens fortes, que morreram em Deus, com a espada á ilharga e os rins ciliciados.

Vejo o vulto de Seneca, seus olhos, De huma luz ardentissima, levanta Meditabundo ao luminoso assento; Piza as salas fataes d'ebano, e d'ouro, Onde o sangue materno hum Nero entorna, Onde jaz de Germanico o cadaver Seneca o monstro louva, e s'entristece: Dependencia d'hum throno a quanto obrigas Pequeno em obras he, grande em sciencia Elle a vida antepoz ao justo, ao pejo Por ella perde de viver as causas: Mas em seu gremio o tem Filosofia, porque disse q' ás acções internas He presente hum juiz, presente hum Nume.

Attende mais, ó chara, Como a ruiva cadella Supporta que lhe morda o filho o corpo; E salte em cima della. Repara, como cheia de ternura Entre as azas ao filho essa ave aquenta: Como aquella esgravata a terra dura, E os seus assim sustenta; Como se encoleriza, E salta sem receio a todo o vulto, Que junto delles piza.

Um cortejo de coisas! Raça estranha! Por isso o outro fez com que a montanha désse, aturdindo a terra, á luz um rato! Vae a galope a enferma que melhora. Ámanhã, ou depois, saltarás fóra d'essa importuna cama. O que te cança é ter o corpo ahi. Vamos a Piza passar o inverno todo. Alli serenos são sempre os ceus. Alli tepida a briza vida a um velho! Então a uma criança!

Euclides vejo, e Pontico, avezado Á contumaz contradição de tudo. Vejo Estilpon magnanimo, que a intonsa Cabeça traz, e descoberta sempre: Pobre o vestido tem, e os pés descalços, Com elles piza a vaidade, o fausto, E quanto pede o coração lhe nega.

Palavra Do Dia

dormitavam

Outros Procurando