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Depois, ganhando animo que é sempre certo, esgotadas as lagrimas contou á tia Bernabé a sua curta historia com a Maria Ruiva, concluindo-a com uma revelação que irriçou os cabellos da velha. N'essa mesma hora, a tecedeira sahiu cambaleando e encostada ás paredes, em demanda do abbade. Era ainda o mesmo que baptisára Belchior. Envelhecera e engordára.

Para o caso, ella é a alcoveta que vende a Ruiva a um rapazola, o João, um precoce torpe, typo de bambino operario, official de marceneiro e fadista, que um momento a possue e quasi logo a abandona.

O outro, com a altivez da sua raça, conserva-se de , de cabeça erguida. Novo rugido do agressor, uma réplica retumbante do leão, e achavam-se a um salto de distância. ! ! murmurou o homem. O espeleu transpôs a distância, a sua garra monstruosa levantou-se ante as unhas do inimigo. Por dois segundos, a pata ruiva e a pata mosqueada defrontaram-se num armistício final.

A tia Bernabé referiu-lhe o que Belchior lhe confessára a respeito da Maria Ruiva. Eu bem lhe disse a vossê, mulher, que se mettia em trabalhos, lembra-se? recordou o abbade. Sim, senhor, lembra... mas então? Ainda me não arrependo, se o sr. abbade me fizer a caridade de fallar ao Silvestre, e dizer-lhe que o melhor é, agora, deixar casar a rapariga.

Saltei da cama, fui á janella, e dei com o mais bello, o mais grandioso, e ao mesmo tempo, mais ameno quadro em que ainda puz os meus olhos. No fundo de um largo valle aprazivel e sereno, está o socegado leito do Tejo, cuja areia ruiva e resplandecente apenas se cobre d'agua juncto ás margens, d'onde se debruçam verdes e frescos ainda os salgueiros que as ornam e defendem.

No outro, tão velho e formoso, que estendia o braço, elle adivinhava Egas Ramires, negando acolhida no seu puro solar a El-Rei D. Fernando e á adultera Leonor! Esse, de crespa barba ruiva, que cantava sacudindo o pendão real de Castella, quem, senão Diogo Ramires, o Trovador, ainda na alegria da radiosa manhã d'Aljubarrota?

Tinha desenove annos, carnadura rubra, hombros largos, assobiava como um melro, tangia cavaquinho, e amava a Maria Ruiva, filha do Silvestre Ruivo, o maior lavrador da freguezia. Este amor resguardava-se como um delicto, e por isso mesmo se escandecia e refinava até á quinta essencia da paixão que está paredes meias do desastre.

Assim, a Ruiva, principal figura do conto em analyse, é uma especie de hyena de amor, transportando-se, quando os guardas do cemiterio saem, á casa do deposito, onde entra para escolher cadaveres!

Que de sonhos ageis, Pousando, vos trarão a nitidez ás vidas! Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas, N'umas habitações translucidas e frageis. Ah! Como a raça ruiva do porvir, E as frótas dos avós, e os nómadas ardentes, Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquaticas seguir!

Como quer que seja, esta realiza menos o que pretende ser a biographia da filha do coveiro do que a primeira galeria de figuras da sua maneira extranha de pintar, e onde a Ruiva acaso surge como que sombreada daquella maceração e tinta de luar que Zurbaran parece ter composto da eternidade para espectrar as figuras tão suavemente doentes dos seus monges!