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Qual a materia ſeja não ſe enxerga, Mas enxergaſſe bem que estâ composto De varios orbes, que a diuina verga Compos, & hum centro a todos ſo tem poſto: Voluendo, ora ſe abaxe, agora ſe erga, Nũca ſergue, ou ſe abaxa, & meſmo roſto Por toda a parte tem, & em toda a parte Começa & acaba, em fim por diuina arte.

Em fim que o ſumo Deos, que por ſegundas Cauſas obra no mundo, tudo manda: E tornando a contarte das profundas Obras da mão diuina veneranda, Debaxo deſte circulo onde as mundas Almas diuinas gozão, que não anda, Outro corre tam leue & tam ligeiro, Que não ſe enxerga, he o Mobile primeiro.

Pera ſeruiruos braço aas armas feito, Pera cantaruos mente aas Muſas dada, So me falece ſer a vos aceito, De quem virtude deue ſer prezada: Se me iſto o ceo concede, & o voſſo peito Dina empreſa tomar de ſer cantada, Como a preſaga mente vaticina, Olhando a voſſa inclinação diuina.

Nem creais Nimphas nam que fama deſſe A quem ao bem comum, & do ſeu Rei Antepoſer ſeu proprio intereſſe: Imigo da diuina & humana ley, Nenhum ambicioſo, que quiſeſſe Subir a grandes cargos, cantarey, So por poder com torpes exercicios Vſar mais largamente de ſeus vicios.

Agora tu Caliope me enſina, O que contou ao Rei, o illustre Gama: Inſpira immortal canto, & voz diuina, Neſte peito mortal, que tanto te ama. Aſsi o claro inuentor da Medicina, De quem Orpheo pariſte, o linda Dama: Nunca por Daphne, Clicie, ou Leucothôe Te negue o Amor diuido, como ſoe.

Iſto bem reuoluido, determina De terlhe aparelhada la no meio Das agoas, algũa inſula diuina, Ornada deſmaltado & verde arreio: Que muitas tem no reino, que confina Da primeira co terreno ſeio, Afora as que paſſue ſoberanas, Pera dentro das portas Herculanas.

Bem nos moſtra a diuina prouidencia, Destes portos, a pouca ſegurança, Bem claro temos viſto na aparencia, Que era enganada a noſſa confiança Mas pois ſaber humano, nem prudencia Enganos tam fingidos nam alcança: O tu guarda diuina, tem cuidado De quem ſem ti nam pode ſer guardado.

Bem quiſera primeiro ali Protheo Dizer neste negocio o que ſentia, E ſegundo o que a todos pareceo, Era algũa profunda prophecia: Porem tanto o tumulto ſe moueo Subito na diuina companhia, Que Thetis indinada lhe bradou, Neptuno ſabe bem o que mandou.

O tu que ſo tiueste piedade, Rei benigno, da gente Luſitana, Que com tanta miſeria, & aduerſidade, Doe mares experimenta a furia inſana. Aquella alta, & diuina eternidade, Que o Ceo reuolue, & rege a gente humana: Pois que de ti tais obras reçebemos, Te pague o que nos outros não pedemos.

Em vendo o menſageiro com jocundo Roſto, como quem ſabe a lingoa Hiſpana Lhe diſſe, quem te trouxe a eſtoutro mundo, Tam longe da tua patria Luſitana? Abrindo lhe reſponde o mar profundo, Por onde nunca veio gente humana, Vimos buſcar do Indo o grão corrente, Por onde a Lei diuina ſe acrecente.

Palavra Do Dia

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