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Embarcação que o leue aas naos lbe pede: Mas o mao Regedor, que nouos laços Lhe machinaua, nada lhe concede, Interponda tardanças & embaraços: Coelle parte ao caes, porque o arrede Longe quanto poder dos regios paços, Onde, ſem que ſeu Rei tenha noticia, Faça o que lhe inſinar ſua malicia.

O não me fujas, aſsi nunca o breue Tempo fuja de tua fermoſura, Que ſo com refrear o paſſo leue, Vencerâs da fortuna a força dura: Que Emperador, que exercito ſe atreue. A quebrantar a furia da ventura, Que em quanto deſejey me vai ſeguindo, O que tu ſo faras nam me fugindo? Põeste da parte da desdita minha? Fraqueza he dar ajuda ao mais potente: Leuas me hum coração, que liure tinha?

Estas obras de Baco ſam por certo, Diſſe, mas não ſerâ, que auante leue Tão danada tenção, que deſcuberto Me ſera ſempre o mal a que ſe atreue, Iſto dizendo, dece ao mar aberto, No caminho gaſtando eſpaço breue, Em quanto manda as nimphas amoroſas Grinaldas nas cabeças por de roſas.

Eu vos tenho entre todos eſcolhido Para hũa empreſa qual a vos ſe deue, Trabalho illuſtre, duro & eſclareſcido, O que eu ſey que por mi vos ſera leue: Não ſofri mais, mas logo: O Rey ſubido, Auenturarme a ferro, a fogo, a neue, He tão pouco por vos que mais me pena Ser eſta vida couſa tão pequena.

em fim que ninguem ama o que deue, Se não o que ſomente mal deſeja, Não quer que tanto tempo ſe releue, O castigo que duro, & justo ſeja: Seus miniſtros ajunta, porque leue Exercitos conformes aa peleja, Que eſpera ter coa mal regida gente, Que lhe não for agora obediente.

E tu padre de grande fortaleza, Da determinaçam que tẽs tomada, Nam tornes por detras pois he fraqueza Deſistir ſe da couſa começada. Mercurio pois excede em ligeireza Ao vento leue, & aa ſeta bem talhada, Lhe va mostrar a terra, onde ſe informe Da India, & onde a gente ſe reforme.

Ia que nesta goſtoſa vaidade Tanto enleuas a leue fantaſia, Ia que aa bruta crueza & feridade Poſeste nome esforço & valentia, Ia que prezas em tanta quantidade O deſprezo da vida, que deuia De ſer ſempre eſtimada, pois que ja Temeo tanto perdella quem a . Não tens junto com tigo o Iſmaelita Com quem ſempre teras guerras ſobejas?

E porque o caſo leue ſe lhe faça, Poem hũs poucos diante por negaça. Andão pela ribeira alua arenoſa, Os belicoſos Mouros acenando, Com a adarga, & co a aſtea perigoſa, Os fortes Portugueſes incitando: Nam ſoſfre muito a gente generoſa, Andarlhe os cães os dentes amoſtrando. Qualquer em terra ſalta, tam ligeiro, Que nenhum dizer pode que he primeiro.

Com eſte rapto, & grande mouimento, Vão todos os que dentro tem no ſeyo, Por obra deſte, o Sol andando atento O dia & noite faz, com curſo alheyo: Debaxo deſte leue anda outro lento, Tam lento, & ſojugado a duro freyo, Que em quanto Phebo, de luz nunca eſcaſſo, Dozentos curſos faz, elle hum paſſo.

E ſe inda não ficarem deste geito, Destruydos, ou mortos totalmente, Eu tenho imaginada no conceito, Outra manha & ardil que te contente: Mandalhe dar Piloto, que de geito Seja aſtuto no engano, & tam prudente, Que os leue aonde ſejão deſtruydos, Desbaratados mortos, ou perdidos.

Palavra Do Dia

alindada

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