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Que ſe o facundo Vliſſes eſcapou, De ſer na Ogigia Ilha, eterno eſcrauo: E ſe Antenor os ſeios penetrou, Iliricos, & a fonte de Timauo. E ſe o piadoſo Eneas nauegou, De Scila, & de Caribdis o Mar brauo. Os voſſos môres couſas atentando, Nouos mundos ao mundo yrão moſtrando.

Não cos manjares nouos & exquiſitos, Não cos paſſeos molles & oucioſos, Não cos varios deleites & infinitos Que afeminão os peitos generoſos: Não cos nunca vencidos apetitos Que a Fortuna tem ſempre tão mimoſos, Que não ſoffre a nenhum que o paſſo mude Pera algũa obra heroica de virtude.

Mas agora de nomes, & de vſança, Nouos & varios ſam os habitantes: Os Delijs, os Patanes, que em poſſança De terra, & gente, ſam mais abundantes, Decanis, Oriâs, que a eſperança Tem de ſua ſaluação nas reſonantes Agoas do Gange, & a terra de Bengala Fertil de ſorte que outra não lhe igoala.

Se tenho nouos medos perigoſos Doutra Scylla & Caribdis ja paſſados, Outras Syrtes, & baxos arenoſos, Outros Acroceraunios infamados, No fim de tantos caſos trabalhoſos, Por que ſomos de ti deſemparados, Se eſte noſſo trabalho não te offende, Mas antes teu ſeruiço ſo pretende?

Aſsi forão cortando o mar ſereno, Com vento ſempre manſo, & nunca yrado, Ate que ouuerão viſta do terreno Em que nacerão, ſempre deſejado: Entrarão pella foz do Tejo ameno, E a ſua patria, & Rey temido & amado, O premio & gloria dão, porque mandou E com titolos nouos ſe illuſtrou.

Embarcação que o leue aas naos lbe pede: Mas o mao Regedor, que nouos laços Lhe machinaua, nada lhe concede, Interponda tardanças & embaraços: Coelle parte ao caes, porque o arrede Longe quanto poder dos regios paços, Onde, ſem que ſeu Rei tenha noticia, Faça o que lhe inſinar ſua malicia.

O Capitão, que não cahia em nada, Do enganoſo ardil que o Mouro vrdia: Delle muy largamente ſe informaua, Da India toda, & coſtas que paſſaua: Mas o Mouro inſtruido nos enganos, Que o maléuolo Baco lhe enſinára De morte, ou captiueiro nouos danos, Antes que aa India chegue lhe prepara, Dando razão dos portos Indianos, Tambem tudo o que pede lhe declara.

Dura inquietação dalma & da vida Fonte de deſemparos & adulterios, Sagaz conſumidora conhecida De fazendas, de reinos, & de imperios: Chamante illuſtre, chamante ſubida, Sendo dina de infames vituperios, Chamante Fama, & Gloria ſoberana, Nomes com quem ſe o pouo neſcio engana. A que nouos deſaſtres determinas De leuar estes reynos & eſta gente?

Chama o Rei os ſenhores a conſelho E propoẽ lhe as figuras da viſam, As palauras lhe diz do ſancto velho, Que a todos forão grande admiração: Determinão o nautico aparelho Pera que com ſublime coração Vaa a gente que mandar cortando os mares A buſcar nouos climas, nouos ares.

Aſsi fomos abrindo aquelles mares Que geração algũa não abrio, As nouas Ilhas vendo, & os nouos ares, Que o generoſo Enrique deſcobrio: De Mauritania os montes & lugares Terra que Anteo num tempo poſſuyo, Deyxando aa mão ezquerda, que aa dereita Não ha certeza doutra, mas ſoſpeita.

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