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Ali ſublime o Fogo eſtaua encima, Que em nenhũa materia ſe ſuſtinha, Daqui as couſas viuas ſempre anima, Deſpois que Prometeo furtado o tinha: Logo a pos elle leue ſe ſublima O inuiſibil Ar, que mais aſinha Tomou lugar, & nem por quente, ou frio, Algum deixa no mundo eſtar vazio

Alem diſſo, o que a tudo em fim me obriga, He não poder mentir no que diſſer, Porque de feitos tais, por mais que diga, Mais me ha de ficar inda por dizer: Mas perque nisto a ordem leue & ſiga, Segundo o que deſejas de ſaber. Primeiro tratarey da larga terra, Deſpois direy da ſanguinoſa guerra.

Eſta paſſada, logo o leue leme Encomendado ao ſacro Nicolao, Pera onde o mar na coſta brada & geme A proa inclina dhũa & doutra nao. Quando indo o coração que eſpera & teme E que tanto fiou dhum fraco pao, Do que eſparaua ja deſeſperado Foy dhũa nouidade aluoroçado.

Agora vedes bem, que cometendo, O diuidoſo mar, num lenho leue, Por vias nunca vſadas, não temendo De Affrico & Noto a força a mais ſatreue: Que auendo tanto ja que as partes vendo, Onde o dia he comprido, & onde breue. Inclinão ſeu propoſito, & perfia A ver os berços, onde naſce o dia

E que em tanto podia do trabalho Paſſado yr repouſar, & em tempo breue Daria a ſeu deſpacho hum juſto talho, Com que a ſeu Rei repoſta alegre leue: Ia niſto punha a noite o vſado atalho Aas humanas canſeiras, porque ceue De doçe ſono os membros trabalhados, Os olhos ocupando ao ocio dados.

A longo da agoa o niueo Ciſne canta, Responde lhe do ramo Philomela, Da ſombra de ſeus cornos nam ſe eſpanta Acteon nagoa criſtalina & bella: Aqui a fugace Lebre ſe leuanta Da eſpeſſa mata, ou temida Gazella, Ali no bico traz ao caro ninho, O mantimento ô leue paſſarinho.

Em fim que o ſumo Deos, que por ſegundas Cauſas obra no mundo, tudo manda: E tornando a contarte das profundas Obras da mão diuina veneranda, Debaxo deſte circulo onde as mundas Almas diuinas gozão, que não anda, Outro corre tam leue & tam ligeiro, Que não ſe enxerga, he o Mobile primeiro.

Qual em cabello: O doce & amado eſpoſo Sem quem não quis amor que viuer poſſa, Porque is auenturar ao mar iroſo Eſſa vida que he minha, & não he voſſa? Como por hum caminho duuidoſo Vos eſquece a afeição tão doce noſſa? Noſſo amor, noſſo vão contentamento Quereis que com as vellas leue o vento.

Em todos eſtes orbes, differente Curſo veras, nũs graue, & noutros leue: Ora fogem do centro longamente, Ora da terra eſtão caminho breue, Bem como quis o padre omnipotente Que o fogo fez, & o ar, o vento, & neue, Os quaes veras que jazem mais a dentro, E tem co mar a terra por ſeu centro.

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