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Estou perdido! murmurei. Os meus olhos, casualmente, encontraram, ao fundo, o moço triste diante do seu capilé. E pareceu-me que elle se assemelhava a mim como um irmão, que era eu proprio, Theodorico, desherdado, sordido, com as botas cambadas, vindo alli ruminar as dôres da minha vida, á noite, diante d'um capilé. Mas o dr. Margaride acabára a torrada.

E agora, com o oculo, eu era o pelintrissimo Raposo de botas cambadas, sentindo em roda, negros e promptos a ferirem-me, todos os cardos da Vida... E tudo isto, porque? Porque um dia, na estalagem d'uma cidade da Asia, se tinham trocado dois embrulhos de papel pardo! Não houvera jámais zombaria igual da Sorte!

Uma rapariguinha passava, tão magra, tão pallidasita... A saia, muito fina, a cingir-se-lhe ao pobre corpo d'anemica; agasalhava-se tremendo n'um pedaço de velho chale esfarrapado e nas mãositas roxas segurava um pequeno embrulho. Talvez seis annos... E as botinas cambadas, maiores do que os pés, a enterrarem-se na lama, a não a deixarem andar depressa...

Penetra finalmente na rhetorica e na leitura dos romances, em que passam visões de mulheres que o tornam cada vez mais amarelo. Chega da côr de uma cidra ao fim do curso dos lyceus, tendo, além de todos os preparatorios, mau halito, as pernas cambadas, a espinha torcida, algum tedio da vida e muita caspa.

Encostava-se alli olhando, e via parte da cidade baixa que a pouco e pouco se alumiava de pontos de gaz: parecia-lhe perceber, vindo de , um rumor indefinido: era a vida que não conhecia e que julgava maravilhosa, com cafés abrazados de luz e mulheres que arrastam ruge-ruges de sêdas pelos perystillos dos theatros; perdia-se em imaginações vagas, e de repente appareciam-lhe no fundo negro da noite fórmas femininas, por fragmentos, uma perna com botinas de duraque e a meia muito branca, ou um braço roliço arregaçado até ao hombro... Mas em baixo, na cozinha, a criada começava a lavar a louça, cantando: era uma rapariga gorda, muito sardenta; e vinham-lhe então desejos de descer, ir roçar-se por ella, ou estar a um canto a vêl-a escaldar os pratos; lembravam-lhe outras mulheres que vira nas viellas, de saias engommadas e ruidosas, passeando em cabello, com botinas cambadas: e, da profundidade do seu sêr, subia-lhe uma preguiça, como que a vontade de abraçar alguem, de não se sentir .

De dia nunca êle passava na rua de S. Bento. ¿Como ousaria, com o jaquetão rôto nos cotovelos e as botas cambadas? Porque aquele môço de elegância sóbria e fina tombara na miséria do andrajo. ¿Onde arranjava mesmo, cada dia, os três patacos para o vinho e para a posta de bacalhau nas tabernas? Não sei... Mas louvemos a divina Elisa, meu amigo!

Era este o louro Chrispim, que outr'ora no collegio dos Isidoros me dava beijos vorazes no corredor, e me escrevia á noite bilhetinhos promettendo-me caixas com pennas d'aço. Chrispim velho morrera: Telles, rico e obeso, passára a Visconde de S. Telles: e este meu Chrispim agora era a Firma. Amargamente mostrei-lhe as minhas botas cambadas.

No entanto via Luísa de noite, na saleta escura que dava para o patamar: uma lamparina ardia em cima da mesa: era feliz ali naquela penumbra, todo sentado castamente, ao de Luísa, a um canto de um vélho canapé de palhinha. Não a via de dia, porque trazia a roupa usada, as botas cambadas, e não queria mostrar

Em redor do chafariz cheio de ruido, onde os cantaros arrastam sobre a pedra, criadas ralham, soldados, com a sua fardeta suja, enormes botas cambadas, namoravam, meneando a chibata de junco; com o seu cantaro bojudo de barro equilibrado á cabeça sobre a rodilha, raparigas iam-se aos pares, meneando os quadris; e dois officiaes ociosos, com a farda desapertada sobre o estomago, conversavam, esperando, a vêr quem viria.

Vou-te apresentar hoje uma das minhas amigas, a Princeza das Botas Cambadas. Curar-te-hei pela hom½pathia: dentada de cabra, com pello de cabra se cura.

Palavra Do Dia

vagabunda

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