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Toda esta noite se me foi de insomnia, a vêr sempre, na penumbra da lamparina, um homem que em Lisboa, ha 24 annos, me dizia com a face coberta de lagrimas: Procurei tres amigos que me foram hospedes em meus lautos jantares, quando eu aqui dissipava o meu ouro e a minha intelligencia no serviço da politica.

Demais os serviços de enfermeira occupavam-n'a: como era a mais forte e a mais nova, agora que a S. Joaneira estava estafada de vigilias, era ella que passava as longas noites á beira de D. Josepha: e não havia então desvelos que não tivesse, para abrandar Nossa Senhora e o céo com aquella caridade pela doente, para merecer igual piedade quando o seu dia viesse de estar tambem prostrada n'um leito... Vinha-lhe agora, sob a impressão funebre que se exhalava da casa, o presentimento repetido que morreria de parto; ás vezes , embrulhada no seu chale aos pés da doente, ouvindo-lhe o gemer monotono, enternecia-se sobre a sua propria morte que julgava certa, e molhavam-se-lhe os olhos de lagrimas, n'uma saudade vaga de si mesma, da sua mocidade e dos seus amores... Ia então ajoelhar-se junto da commoda onde uma lamparina bruxoleava diante d'um Christo projectando sobre o papel claro da parede a sua sombra disforme que se quebrava no tecto; e alli ficava rezando, pedindo a Nossa Senhora que não lhe recusasse o paraiso... Mas a velha mexia-se com um ai doloroso; ia então aconchegar-lhe a roupa, fallar-lhe baixo.

O quarto da resignada e valorosa victima, que repartia, sorrindo, esperanças que ella mesma para si não queria, tinha a janella fechada ás tristezas de fóra; as do interior lhe sobejavam; uma lamparina aos pés da Imagem em vulto da Senhora Mãe dos Homens, madrinha de Maria, e objecto da sua devoção de toda a vida, attrahia, como um reflexo precursor da luz perpetua, a vista perturbada da paciente, indo e vindo da Imagem, que parecia chamal-a, para o amante, que, recostada a fronte sobre o seu travesseiro, e apertando-lhe a mão, lhe supplicava mudamente o não deixasse.

Debaixo do habito appareciam os pés da santa, quasi nús, crusados no peito pelos atilhos amarellos das alpargatas. Diante do nicho, uma lampada de ferro, pendente d'um carritel, oscillava como um thuribulo; e a luz tenue da lamparina bruxuleava a espaços, ainda esmorecida na claridade poente do dia.

Apenas um clarão avermelhado excessivamente mortiço, semelhante ao que sahe d'uma lamparina, brilhava como um ponto entre duas taboinhas de persiana, na ultima janella da direita, em uma alcova lateral ao salão. Debrucei-me longo tempo sobre o apoio da portinhola para enxergar o ponto vermelho e expirante. Mas não chorava . Ia tranquillo, de gelo, prostrado de fadiga.

Dormiam com luz na lamparina, e como trabalhavam muito de dia e estavam cansadissimos á noite, pegavam no somno apesar do barulho das faúlas do fogareiro e das argoladas nas portas. Vae senão quando, á segunda noite que passavam , accordam aos gritos da creança. Tinha-se apagado a luz. Accenderam-na a toda a pressa. A porta do quarto estava fechada por dentro.

Se á tarde acompanhava a senhora marqueza ás alamedas da quinta quando ella descia pelo braço do padre Liset ou do respeitoso procurador Freitas, ia a seu lado, môno, muito encolhido, torcendo com as mãos humidas o forro das algibeiras vagamente assustado das espessuras d'arvoredos e do vigor das relvas altas. Tornou-se muito medroso. Dormia com lamparina, ao d'uma ama velha.

O conego, pesado, cerrava as palpebras; tudo na sala parecia ir gradualmente adormecendo; a luz do candieiro esmorecia. Pois senhores, disse por fim o conego mexendo-se, isto são horas! O padre Amaro ergueu-se, e com os olhos baixos deu as graças. O senhor parocho quer lamparina? perguntou cuidadosamente a S. Joanneira. Não, minha senhora. Não uso. Boas noites!

Então, da casta alcova no segredo, Da lamparina ao tremulo clarão, Ante ti surgirei, espectro vão, Larva fugida ao sepulcral degredo... E tu, meu anjo, ao ver-me, entre gemidos E afflictos ais, estenderás os braços Tentando segurar-te aos meus vestidos... «Ouve! esperaMas eu, sem te escutar, Fugirei, como um sonho, aos teus abraços E como fumo sumir-me-hei no ar!

Sobre a commoda, dentro de uma bacia, a lamparina extinguia-se, com um mau cheiro de murrão de azeite; brancuras de saias cahidas no chão destacavam; e os olhos do gato, que não socegava, reluziam pela escuridão do quarto com uma claridade phosphorica verde.

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