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Nada mais commovente do que a infancia e a velhice quando se amam e se comprehendem; tem ambas uma frescura juvenil, o frescor dos orvalhos doirados da alvorada e da geada nocturna, a luz e sombra formando um brando crepusculo em que se scisma sonhando alegrias por vir e illusões que não tornam.

Vim para casa, sonhando umas delicias de viver intimo, as quaes, infelizmente, tive o desgosto de achar que eram illusorias. Tanto azul e dourado que via transformou-se em uma côr... pardacenta... Talvez tu sejas muito exigente. Ai, não o era, não. Mas que queres?

Como, arruinando talvez o Falcão do Marco, chegára ella a desposar o brazileiro Araujo, se é que em verdade o havia desposado mais canonicamente do que ao Muxagata e ao Falcão do Marco? O que seria feito d'aquella creancinha de dois annos, que fôra o fructo do seu primeiro amor criminoso? Mas eu não estava sonhando, por mais que o Vasconcellos quizesse capacitar-me d'isso. Não havia duvida.

Estava elle pensando na triste sorte do Ratinho, e na orphandade irreparavel da sua guitarra, quando de repente principiou a guitarra a tocar um fado muito triste e soluçado. Ora pelos modos, acrescentou o taverneiro, era a alma de Ratinho que estava tocando guitarra pela ultima vez. Então o Joaquim Prado ouviu isso? Adormeceria elle, e estaria sonhando?... Essa é boa!

Quantas vezes, pelas agonisantes tardes d'outomno, não atravessou ella a quinta e subindo o outeiro em frente se foi sentar nos degraus do Santo Christo, phantasiando o mundo, sonhando com alguma coisa nova que a fizesse soffrer e viver?!...

Dormia por consequencia Ardan, mas mal, dava voltas e voltas entre os dois guardanapos que lhe serviam de lençoes, sonhando que installava dentro do seu projectil uma camasinha mais comfortable, quando um estrepito violento veio arranca-lo da região dos sonhos. Empurravam-lhe a porta com pancadas desordenadas, que pareciam dadas com instrumento de ferro.

Elle ia, rio acima, tão sonhador e abstracto como se uma gondola de Veneza o fosse passeando no canal do Lido ao som da barcarola de uma gondoleira. Ó dolce voluttá! Ó deliciosa voluptuosidade espiritual dos artistas! Que doces horas aquellas que o Christino passou no Mondego sonhando sobre as aguas!

Na corrente fatal que ao longe arrasta os povos, Se o vosso grande affecto intenta erguer-se mais, Sonhando a sagração dos heroismos novos, Resplendente de luz; vistosa de metaes: Aos reflexos do gaz, ó mãe, abri passagem Por entre a saudação das alas cortezãs, Levando as seducções da vossa doce imagem Aos delirios da noite, ás ceias das manhãs!

Passo pálida e triste. Oiço dizer «Que branca que ela é! Parece morta!» E eu que vou sonhando, vaga, absorta, Não tenho um gesto, ou um olhar sequer... Que diga o mundo e a gente o que quizer! O que é que isso me faz?... O que me importa?... O frio que trago dentro gela e corta Tudo que é sonho e graça na mulher!

Estamos sós, n'um quarto d'hospedaria. Os criados, que não comprehendem o que é a ancia de receber o ultimo beijo materno, deitaram-se, extenuados de trabalho, e nem siquer estão sonhando que teem ordem para nos chamar ao alvorejar da manhã.

Palavra Do Dia

rivington

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