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Atualizado: 15 de julho de 2025
Tornou-se El-Rei a Evora, e na entrada do anno de mil e quatrocentos e cincoenta, houve cartas do Imperador d'Allemanha Frederico, que então se chamava Rei dos romãos, porque lhe prazia casar com a Infante D. Lianor sua irmã, segundo que fôra já apontado e requerido por El-Rei D. Affonso Rei de Napoles e d'Aragão seu tio d'ella, sobre a qual cousa El-Rei veiu ter côrtes geraes em Santarem, em que foi acordado que o dito casamento se fizesse, para cujo dote o reino com pedidos satisfaria o que fosse razão e se concordassem.
Mas o Infante pela fórma das palavras, que com pouca honra sua e muito abatimento vinham na concordia, e pela condição dos messegeiros que a traziam, claramente viu que eram tentações que seus imigos ordenavam para mais em breve indinarem El-Rei para sua destruição, e porém sem esperança que a concordia fosse verdadeira, assignou n'ella e a mandou assellar assi como lhe fôra requerido e ordenado.
Em seguida, precedendo tambem annuncio por editaes, estarão patentes por oito dias esses recenseamentos, e serão recebidas reclamações quanto á inclusão ou exclusão dos que tiverem requerido, á qualidade de eleitor ou elegivel, e ao grupo a que cada um deve pertencer.
O Infante lastimado da embaixada e avisado de sua destruição, d'onde nacia, a que fim vinha, disse: «O alvará que dizeis, é em meu poder; e eu, se quizesse, justa e honestamente podia denegar á Senhora Rainha a entrega d'elle; porque não sei como o que por El-Rei meu Senhor e irmão me foi outorgado, e por ella depois a mim lembrado, requerido e outorgado, se me póde revogar sem causa; bem creio que em suas virtudes haveria firmeza de cumprir o que promette, e mais em cousa tão justa e tão honesta, se a não movessem d'ella conselheiros pouco fieis, no que lhe fazem pouco serviço; porém, porque não pareça que eu por força quero, nem tomo, o que com razão me devia ser requerido e dado, dae a sua Senhoria seu alvará, e irá roto, e não são a seu poder, em testemunho da quebra de sua verdade, que me quebrou.»
E logo todos consultaram ácêrca do que fariam, em que depois de muitos debates, finalmente se accordaram com o Infante D. João, que disse: «Que ante de tudo á Rainha por uma pessoa honrada fosse primeiro pedido e requerido que se tornasse para suas terras, ou para outro qualquer logar que ella quizesse não sendo sospeito, com todalas seguranças que ella pedisse, e que elles todos iriam por ella e a serviriam e acatariam como ella merecia, por ser mulher e madre de dois seus naturaes Reis e Senhores, e que se ella o quizesse fazer, todo seu trabalho o houvessem n'isso por bem empregado; porque com isso o menos ficaria por acabar, e que quando ella esto não houvesse por bem, que então fossem cercar e combater o Crato até o tomarem por força, ou como melhor podessem, guardando sempre qualquer casa ou torre em que a Rainha e a Infante estivessem, por acatamento e reverença de sua real pessoa e estado, cá era razão apagar-se logo aquella pequena brasa; porque d'ella se não seguisse ao reino outro incendio e dano maior.»
Ainda que em umas côrtes que n'este anno de mil e quatrocentos e quarenta e dois em Evora se fizeram, foi por todolos tres estados requerido e concordado que a Rainha devia por direito ser de todo privada, e que principalmente não devia vir a estes Reinos, assi pela gente estrangeira que como imiga n'elles metera e os guerreara, como pelos grandes trabalhos e muitas despezas que com receio de guerra tinham por sua causa padecido, em especial se houve por mui perigoso inconveniente o odio e má vontade que aos principaes do reino já tinha, de que se esperava ella com El-Rei seu filho procurar sempre destruições e cruas vinganças, que a muita lealdade de seus vassallos lhe não mereciam.
E El-Rei como quer que d'outros senhores e grandes homens fosse para a capitania e governança da dita villa requerido, fez capitão d'ella juntamente com Alcacere, que já aos mouros tinha tomado, a D. Anrique de Meneses, conde de Valença, a quem publicamente disse muitas virtudes e merecimentos para isso, que faziam todos por muita sua honra e louvor.
Sobre o qual sendo El-Rei por muitos, e muitas vezes aconselhado do requerido, e pedido, que se emendasse, e castigasse os malfeitores, elle não o querendo, ou não podendo fazer, os Prelados, e povo se enviaram outra vez aggravar ao Papa Innocencio IV e pedir-lhe remedio, o qual por algumas vezes escreveo a El-Rei cartas de mui sanctos concelhos, e devidas amoestações, e assi outras ao Bispo de Coimbra, que em seu nome, e da sua parte o aconselhasse para se privar dos erros, e males, que consentia, e o esforçasse para castigo, e emenda daquelles, que os cometiam, encomendando ao dito Bispo, que de todo o que em El-Rei sobre esso achasse, e deste cazo lhe parecesse, lho fizesse saber por suas cartas, as quaes enviaria ao Concilio, que se havia então de fazer, como fez em Lião Solanova em França, para que foram convocados os Reis, e Principes Christãos, e assi muitos Prelados, no qual Concilio se acordaram muitas, e mui sanctas couzas por bem da universal Igreja, ante as quaes El Rei S. Luis, por mortal doença de um fernezim, de que escapou, tornando a seu entendimento, fez nelle voto de ir, como foi em pessoa, por se recobrar á Caza Santa, e á conquista de ultra mar, e levou em pessoa comsigo a Rainha Dona Margarida sua molher, filha do Conde de Proença, e desta ida tomou por cerco a Cidade Damiata no Egipto, que era de imigos, mas logo pelo grande poder do Soldão, El-Rei, e dous seus irmãos, que com elle passaram, a saber, Dom Affonso, e Dom Carlos em uma batalha foram tambem cativos, e resgatados pela mesma Cidade de Damiata, e das muitas gentes de seu exercito, muitos foram mortos, e os outros prezos, e cativos.
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