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Não pode haver amor platonico sem um certo exforço da vontade; e exforços teem sempre isso comsigo: que o fragil da nossa natureza os obriga a remittirem a sua energia de vez em quando. Confessarei até que, se a minha vestal invisivel não fosse tão assidua em me velar a chamma, e alimental-a quando a pressentia enfraquecer-se, póde ser que tivesse alguma vez chegado a apagar-se-me.

Isto em quanto á concepção. Em quanto, porém, a certa ordem de sentimentos, que, no ponto de vista épico, são secundarios, mas que occupam um grande logar no poema, para os comprehender faz-nos o sr. Oliveira Martins considerar outro lado da physionomia tão complexa de Camões e da sua época. Com effeito, se Camões é um portuguez do seculo XVI, é ao mesmo tempo um artista da Renascença; daqui todo um lado dos Lusiadas, que excede a idéa nacional, e por onde este profundo poema se liga, não á vida necessariamente estreita de um simples povo, mas ao vasto movimento do espirito humano nos tempos modernos. Sem este lado, a significação dos Lusiadas seria meramente nacional e local, não europêa e universal: teriam um valor historico e não philosophico tambem. Mas Camões, portuguez pelo caracter e pelo coração, era pela intelligencia mais do que portuguez sómente. Respirava a atmosphera subtil e vivificante da Renascença: no seu vasto espirito, como no dos grandes artistas desse tempo, havia um lado mysterioso e profundo que se virava, não para o passado ou para o presente, mas para o illimitado futuro, presentindo a revolução moral dos seculos XVIII e XIX. Se Camões, como portuguez é patriota e heroico, como homem da Renascença é pantheista; pantheista platonico e idealista, se , como Miguel Angelo, Leonardo de Vinci, Shakespeare. Portuguez, exalta os feitos por onde o seu povo conquista entre as nações um logar proeminente: homem da Renascença, sente e interpreta a natureza com um naturalismo impregnado de idealidade, que é mais ainda o presentimento de um mundo moral novo, do que uma imitação da antiguidade pagan. O sentimento pantheista da natureza, sentimento todo moderno, e que devia mais tarde chegar á plenitude em Rousseau, Goethe, Hugo, appareceu pela primeira vez em Camões. Daqui, o caracter do seu espanto em face dos grandes phenomenos maritimos; daqui, a concepção do Adamastor; daqui, o sensualismo da primeira parte do canto XI e o idealismo da ultima.

Davis fugia, mas forneceu-lhe a ocasião d'ella se lhe dirigir, entabolaram relações, elle mais dobrou a sua alma, melancolicamente, falara-lhe de amôres purissimos, que vicejam nas almas candidas, como desbotadas flores nas planicies geladas da Noruega. Falou-lhe n'uma especie de amor duplo, um amôr platonico por uma, em que a alma vae em primeira cumungante, e o desejo se dirige para outra.

Os frades propriamente, n'aquelle tempo, frechavam do seu camarote o collo despeitorado da Petronilla com settas de amor platonico. Havia no theatro o camarote dos frades, collocado por baixo do camarote das açafatas. Tinha rotulas de pau, por entre as quaes os monges assopravam uns suspiros quentes como as lufadas da Arabia. Mas não passavam d'estes resfolegos os frades.

O amor platonico era irrisorio á sua alma de provincia, positiva em negocios, e acostumada a satisfazer de prompto os apetites que lhe vinham. Por mais porém que fizesse, para aos frequentadores do camarim parecer na intimidade da artista, não ouvia rosnar em volta, da supposta ligação. Ella via-o chegar como aos outros, apertava-lhe a mão com um pequeno riso, fazendo telintar os braceletes.

Os seus olhos eram grandes e negros como amoras maduras; mas tão movimentados, tão inquietos, tão cheios de vida, tão promptos em manifestar as impressões da alma, que tão depressa se viam enlanguescer com a sombra embriagadora de um amor platonico, como brilhar com todo o fogo da paixão que conduziu Ovidio a um calabouço e Sapho á morte.

A fallar de quadros e de romances, as nossas almas tocavam-se, porque um sentido novo brilhava em cada palavra; e parecia que cada frase terminava n'um beijo. Ás vezes, levemente, as nossas mãos tocavam-se. Era rapido e delicioso. D'esse contacto ficava uma lembrança, como d'um perfume. Amor platonico? Não. Um flirt. Sem arroubamentos.

Quem se não mostra, esquece, e eis-te chegado á idade de reappareceres homem de acção. Tens-me então estado a sonhar governador civil ou deputado... Não pelo desforço platonico de assumires sob essa forma a authoridade, mas principalmente porque estaria n'isso o começo de uma fortuna decisiva. Em dinheiro talvez? Que a final é tudo n'este mundo.

CLAUDIA revolvendo na ferida o punhal da ironia: Honra o teu sexo O platonico amor que te inquieta; E n'elle vejo mais do que um reflexo Do feminil civismo d'outras eras. Tu excedes Cornelia, E de Coriolano a mãe Veturia! Tenho notado haver n'esta Judéa Mais valor nas mulheres que nos homens, O que toma o aspecto d'uma injuria Ás patricias de Rhéa!

Fazem-se pontes para os rios; não se fazem que prestem para communicar dois estados tão diversos. Amor verdadeiro pode ser platonico algum tempo; mas é poesia; e poesia não é vida. Ousou, e declarou-se a medo á sua formosa; não foi repellido. Affoitou-se a mais: ao impossivel. Abriu-se com o tio Vigario em confissão.

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rivington

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