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Chamas-lhe Beatriz, Laura, Fornarina, Natercia, e ella diz-te que se chama Custodia, ou Genoveva para te aguar a poesia d'esses nomes, que, na minha humilde opinião, são completamente fabulosos.

S. Jeronymo, na sua cova, batia com a pedra nos peitos, a ver se matava dentro seductores phantasmas de mulheres. Eremitas na Thebaida, invocando Anjos do Ceo, eram tentados de demonios terrestres formosissimos. Petrarca, em Valchiusa, tinha Laura morta engrinaldada sobre um altar a escutál-o. Camões na gruta de Macau não estava sem Natercia.

Oh formosa Natercia! a excelsa altura Do glorioso Olympo andas pizando; E eu ausente da tua formosura! SYLVANO. Qu'he isso, que do ceo estás fallando? Parece-me que ja não es Soliso, Ou que de puro amar vás delirando. SOLISO. Quem ja perdeo aquelle doce riso, Que siso produzia e dava vida, Não he muito que perca a vida e siso.

Natercia qu'estes montes alegrava, E que á casta Diana fez inveja, E que com sua vista o sol cegava; Aquella a quem render-se deseja Aquelle que de bella mãe presume, E a quem as armas com que peleja; Natercia, que no mundo foi hum lume, Onde a belleza de maior estado Incendios aprendia por costume; Natercia, por quem ando acompanhado De mágoa tal, que da morte dura Espero o feliz fim de meu cuidado; Ao ceo se foi co'aquella formosura, Qu'era mostra do ceo, gloria da terra; Qu'era o sogeito mor da mor ventura.

Por ti o puro sol me descontenta; Com seu canto m'offende a Philomella: Mas, porque nelle chora, me contenta. Por ti, Natercia pura, Nympha bella, Na verdura suave deste prado Os males multiplico com vella. Por ti não curo ja do manso gado: Com o mesmo qu'então meu bem crescia, Agora vai crescendo o meu cuidado.

A ideal tradição romanesca impediu, com as suas nevoas irisadas de fulgores poeticos, passante de duzentos e cincoenta annos, que o amador de Natercia, o trovador guerreiro, fosse aferido no estalão commum dos bardos que immortalisaram, a frio e com um grande socego de metrificação, o seu amor, a fatalidade do seu destino em centurias de sonetos.

SYLVANO. Declara-me que cousa tens perdida, De que tanto te queixas; que ao que sento, Natercia destes valles he partida. SOLISO. Quão livre falla aquelle que o tormento Alheio de fóra, mas não sente Onde chega tamanho sentimento! A gloria qu'eu perdi não me consente Palavras naturaes, razões expertas, Que possão declarar a dor presente.

Na margem de hum ribeiro, que fendia Com liquido crystal hum verde prado, O triste pastor Liso debruçado Sôbre o tronco de hum freixo assi dizia: Ah Natercia cruel! quem te desvia Esse cuidado teu do meu cuidado? Se tanto hei de penar desenganado, Enganado de ti viver queria. Que foi de aquella que tu me déste? D'aquelle puro amor que me mostraste? Quem tudo trocar pôde tão asinha?

Por lembrança no tronco d'huma faia, Que vai sahindo ao ceo de puro altiva Na verde, prateada e aurea praia, Por onde o claro Tejo se deriva; Porque tambem ao ceo sua dor saia Sôbre aquella corrente fugitiva, Escrita no papel da natureza; Escreve estas palavras de tristeza: Natercia, Nympha bella, por quem vivo Em tal tormento, tempo algum me olhou; Mas des qu'em mi sentio qu'era captivo Daquelle brando olhar que m'enganou, O amor tornava em desamor esquivo; E d'hum tormento tal a outro passou.

Jurando não querer Outra ventura, Votando por vós Rara firmeza, Ou ser no vosso amor Achado em falta. Á la margen del Tajo, en claro dia, Con rayado marfil peinando estaba Natercia sus cabellos, y quitaba Con sus ojos la luz al sol que ardia.

Palavra Do Dia

rivington

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