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O monologo continuava, quando Ludovina, conduzida machinalmente por sua mãe, se collocava atraz de uma vidraça da alcova immediata á sala. D. Angelica era um assombro de esperteza.

Não tinha socego, nem póro que não estilasse o suor da apoquentação. As affabilidades mais triviaes e innocentes da cortezia, um sorriso de Ludovina ao par dançante que a deliciava com ensosso palavrorio, o menor gesto de attenção a que a delicadeza obrigava a festejada dama, isso era um adstringente doloroso que apertava as entranhas do commendador.

Permaneceu estarrecida alguns segundos, com os joelhos a prumo entre as mãos; depois, caíu de chofre sobre o travesseiro, e murmurou longo tempo palavras inintelligiveis. O barão tinha saído imperceptivel. D. Ludovina debruçou-se, debulhada em lagrimas, sobre o leito.

N'esse caso, vou chamar a carruagem; esperem um pouco, que eu venho disse o commendador. As senhoras foram esperar na sala menos concorrida. D. Ludovina arquejava em ancias, e falava aceleradamente a sua mãe. Entretanto, João José Dias entrou na sala onde se dançava, e viu na porta fronteira Ricardo de encostado, com a luneta em acção, e o cotovello direito apoiado na mão esquerda.

Receberam-n'a as irmãs de Almeida, maravilhadas de tamanha prova de estima. O doente conheceu-lhe a voz, agitou-se, quasi desfez o apparelho do curativo, e chamou-a com ancia. Ludovina entrou no quarto, , que assim o pedira ás amigas. Almeida apertou-lhe a mão, orvalhou-a de lagrimas, e murmurou balbuciante: «

Ludovina, pensaste a resposta que has-de dar a teu pae? Pergunta que faz a sua filha uma senhora de nobre presença, quarenta annos, ainda frescal, chamada Angelica, e casada com o sr. Melchior Pimenta, empregado na alfandega do Porto. Ludovina respondeu: «Como hei-de eu responder, se ainda não vi o homem?

Mas tu disseste-me ainda agora que tinhas a segurança de que a alma de Ludovina te pertence. E tenho. Não te respondendo ás tuas cartas? Não entendo. Não me respondeu a dez cartas... Bem. Mas eu escrevi-lhe vinte, e ella respondeu á ultima. Ah! isso então muda de figura... E a resposta foi tal que te deu a segurança de seres o proprietario do coração da baroneza!... Queres ver a resposta?

Se seu pae o não acceitar casado, tem a casa de sua mulher, onde será recebido como filho... Oh! que insensibilidade! o senhor não ama Ludovina! Se a não amo! Isso mata-me, snr.ª D. Angelica! «V. s.ª é que mata uma santa, uma martyr... Segui'-la-hei na morte...

A alampada da esperança alimentada pelo anjo da consolação, era o fito da morte d'onde ambos não desfitavam os olhos, como a naufragos succede, se no horisonte se lhes recorta um rochedo salvador. Ludovina entendeu o viver de sua mãe, e pungidas lagrimas essa carta lhe desentranhou do coração. Chamou-a para si com grandes demonstrações de saudade.

Se o meu amor a póde consolar, não diga o seu segredo a ninguem; não diga porque eu não sei qual dos dois descreditos é mais afflictivo para mim... D. Angelica resvalou dos braços da filha, querendo ajoelhar-se-lhe aos pés. Ludovina ajoelhou com ella, e n'este momento abriu-se a porta. Era o barão de Celorico. Ouvi tudo exclamou elle Perdôa-me, Ludovina, pelas cinco chagas de Christo.

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