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Eram outrosi com o Infante n'estes conselhos Luiz d'Azevedo, e Lopo d'Azevedo, irmãos, e Martim Coelho, e Pero Coelho, tambem irmãos, os quaes por serem entre si por casamentos liados seguiram todos outro acordo, dizendo «que o Infante por maneira alguma não devia esperar cerco, não era honra, ao menos por respeito da Garrotea que tinha, nem proveito nem segurança, mas que leixasse suas villas e fortalezas em bom recado, e que com a outra sua gente se saisse de Coimbra, e passasse o Douro, onde n'aquellas comarcas teria a gente das terras de Lopo d'Azevedo, e de Martim Coelho, e Ruy da Cunha, e d'Aires Gomez, e d'outros muitos, com que seguraria sua pessoa e d'aquelles que o seguissem, e que d'alli poderia tornar á Beira, e passar-se a riba do Diana, e andar pelas terras do Condestabre seu filho; porque El-Rei o não podia tanto seguir, que não andasse sempre diante, ou desviado a seu salvo, aconselhando com isto que não sómente trouxessem a voz e nome d'El-Rei seu Senhor, mas muito mais as vontades para o bem e lealmente servir, e com a necessidade e fadiga que os do reino todo por isso receberiam, conhecendo a sem razão de suas perseguições, ousariam dizer a El-Rei a verdade e as falsidades com que seus imigos o moviam contra elle, de que se seguiria que ou o leixariam livremente, ou lhe fariam tal partido de que fosse contente

«Era Alvaro Vaz de Almada cavalleiro que assim n'este reino, como em outros, tinha feito grandes cousas por seu esforço em que cabiam aquelles e outros maiores cargos, ainda que foi notado de temerario e arrogante, e como tal deu muita cousa, e foi a principal parte da casa do infante D. Pedro, de sua honra e vida; e por seu esforço foi feito por el-rei de França conde de Abranches, e em Inglaterra por valorosos feitos lhe foi dada a honra da Garrotea, da qual n'aquelle tempo se honraram muitos principes, e em Portugal depois de tornado a elle foi feito por el-rei D. Duarte capitão-mór do mar».

E porém se tal cousa, e por tal causa se move contra mim, sabei certo que em defender minha honra, e limpeza d'aquelle Senhor, eu me mostrarei hoje dino de ser confrade da Santa Garrotea que recebi, e espero em Deus que sem ociosidade de minhas mãos, os que me quizerem visitar antes seja na sepultura, que nos carceres nem cadeias, e por isso não hajaes nem compaixão de minha vida porque minha morte honrada a fará com louvor viver mui viva, e muito mais honrada nas memorias dos homens para sempre

Os officiaes de Lisboa vendo esta mudança da Rainha fizeram logo seu ajuntamento, onde Vicente Egas, homem cidadão velho, entendido e de grave representação fez uma falla com largo recontamento, cuja sustancia foi avisar a cidade dos males e perigos que por as mudanças presentes se lhe aparelhavam; e como para terem por cabeça alguma pessoa que por ella os resistisse, lhe era necessario enlegerem e tomarem alferes, apontando logo o capitão Alvaro Vaz d'Almada, que da cidade fôra o derradeiro alferes, como por outros muitos e mui dinos merecimentos e louvores que d'elle com verdade recontou; no que todos consentiram, e por dois cidadãos o enviaram logo chamar,por quanto era fóra da cidade; e em chegando á ribeira, sendo sabido a determinação sobre que vinha, se ajuntou com elle a mór parte da cidade, e assi acompanhado com grande honra foi levado á Camara, onde por os vereadores com certas cerimonias e largas palavras de grande seu louvor e muita confiança, lhe foi entregue a bandeira da cidade com suas condições; e elle a recebeu com palavras cortezes e discretas, e de grande esforço; porque era cavalleiro que n'este reino e fóra d'elle por esperiencias mostrou que isto e muito mais de louvar havia n'elle, em França por sua ardideza e bondades foi feito conde d'Abranxes, e em Inglaterra por sua valentia foi recebido por companheiro da Ordem da Garrotea, de que principes christãos e pessoas de grande merecimento são confrades; e em Portugal por todas estas, e mais por sua linguagem e fidalguia mereceu ser como foi capitão mór do mar.

E porém se tal cousa, e por tal causa se move contra mim, sabei certo que em defender minha honra, e limpeza d'aquelle senhor, eu me mostrarei hoje digno de ser confrade da santa Garrotea que recebi, e espero em Deus que sem ociosidade de minhas mãos, os que me quizerem visitar antes seja na sepultura, que nos carceres nem cadêas, e por isso não hajaes nem compaixão de minha vida porque minha morte honrada a fará com louvor viver mui viva, e muito mais honrada nas memorias dos homens para sempre.

O infante D. Henrique, Mestre na Ordem de Christo, trazia as armas do Mestrado, e de antigas de Portugal, e ao redor um cinto largo de correia, que abroxava no cabo de baixo, e uma fivella que fazia volta com a correia, e em Inglez a lettra dos cavalleiros de Garrotea, que elle tambem era, e dizia: Contra si faz quem mal cuida.

E o conde disse-lhes: mentis, como desleaes; e aos melhores tres de vós prova-lo-hei á lança e á espada: innocente e justo é o mui nobre filho de meu senhor e rei, Dom João de excellente memoria. E ninguem ousou responder ao velho cavalleiro da Garrotéa; porque bem sabiam que a sua consciencia era pura e o seu montante pesado. D'ahi a alguns dias elle provou o dicto.

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