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Atualizado: 27 de julho de 2025


Injurias d'estas, Elysa, não têm perdão; abandono os philosophos á tua colera.... ao teu desprezo queria dizer. Agora poetas, isso é outra casta de gente. Dir-te-hão, é certo, cousas terriveis, dir-te-hão: «Mulher pura e fiel não ha, nem houve! ...................................... Raça infame de viboras dolosas Podesse uma nau contel-as todas, E o piloto fosse eu...................

Elysa, eu bem comprehendo que tu antes quizeras que o teu amante ausente praguejasse a terra que lhe rouba a sua Elysa; crês que a delicadeza do sentimento pedia antes isso, seja assim: mas consente aos poetas mais uma liberdade, deixa-os dizer o que os outros calam por traiçoeiros; não vale mais esta franqueza?

Quando o homem, á luz duvidosa da manhã ou da tarde, se assenta no viso d'um monte, na alcatifa d'um valle, na margem d'um rio, no limiar d'uma porta, e d'alli, pairando com a vista entre a terra e o céo, abrange todos os objectos sem se fixar em um ; ouve todos os sons sem escolher um ; sente todas as sensações sem definir uma ; quando o coração, enfeitiçado nestas horas pelo incerto da luz, dos objectos, dos sons, e das sensações, parece embalar-se no peito e adormecer, oh! então, Elysa, então é que o homem conversa com a Divindade, então os ouvidos da creatura ouvem as palavras do Creador!

Na verdade, Elysa, ver o teu rosto e descrer da Divindade seria o absurdo do atheu positivo; não, não cuides que o atheismo passe dos labios; ha dentro do atheu um sentimento, uma voz intima, uma quasi fatalidade, que, mau grado seu, o arrasta e o convence: mas que haja um tão desgraçado, que o haja que, mercê da minha dama, lhe provarei que mente apontando-lhe para a tua face; a minha Elysa não podia ser fructo de um acaso estupido, a minha Elysa é a victoria do Eterno!

Os raciocinios da philosophia convencem quando demonstram a realidade da causa primaria, mas a natureza faz mais: depois de convencer gera o amor; o coração não póde deixar de amar a origem das maravilhas que admira. E não sabes, Elysa, qual é a obra das mãos de Deos, que mais me tem convencido da sua existencia?

Todo o mundo parece corar de puro gozo, parece que sorri com o sorriso da felicidade quando o primeiro albor da manha lhe corre com mão de jaspe a cortina da noite; é a amante carinhosa, que vai despertar d'um sonho d'afflicção o amante adormecido com um beijo na fronte: Elysa, se por cada um dos meus sonhos d'afflicção tivesses de me dar um beijo, quantos beijos me não devias! e crê que então não quizera eu sonhar outros sonhos.

Salve, terra mimosa! a ti meu canto A ti meu coração, minhas saudades! E o echo, ou de cortez, ou de agradecido, responde-lhe de dentro do arvoredo o derradeiro verso A ti meu coração, minhas saudades! Que é tudo isto, Elysa? que é todo esse cantar d'aquelle homem longe de Coimbra?

O coração foge para o bello como a mariposa para a luz; que culpa tem elle? que póde elle, se ha de por força amar o bello: é um amor fatal. Mas, se te queres vingar d'esta fatalidade, Elysa, vem, vem comigo assentar-te nas ruinas do velho mosteiro, que tu olharás para Coimbra, e eu olharei para ti.

Oh! se te eu vira um dia, Elysa, assentada comigo nas ruinas do mosteiro da Rainha Sancta , e d'alli, depois de haveres passado teu alvo braço á roda do meu pescoço, te esquecesses a contemplar Coimbra, como Coimbra se esquecera, tambem com seu braço lançado ao pescoço do monte, a pasmar na tua face d'anjo; se a viras tão linda a retratar-se no Mondego e a sorrir-se para o céo, oh! que tambem tu havias de amar muito Coimbra!

Mas no teu templo, minha Vesta... minha Elysa, enganei-me no teu templo não seriam as donzellas romanas que conservariam o fogo immortal; ahi o sacerdocio seria todo meu, a chamma immortal estava no meu coração.

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