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No claro azul d'um frio céu d'inverno, Sobre a collina onde a cidade dorme, Destaca, ao longe, o escuro vulto enorme D'antiga cathedral; Fica-lhe ao lado a succursal do inferno, Velho epigramma ao lugubre edificio, Largo covil doirado, aberto ao vicio, O paço episcopal... Bate o luar nos porticos escuros, Abrigo á noite de sinistras aves; dentro, as altas, magestosas naves Envolve a solidão.

E a mãe estreitou o mattagal contra o coração; os espinhos dilaceraram-lhe o peito, d'onde corria sangue. Mas o mattagal vestiu-se de folhas frescas e verdejantes, e cobriu-se de flores n'uma noite d'inverno frigidissima, tal é o calor febricitante do seio d'uma mãe angustiosa. E o mattagal ensinou-lhe o caminho que devia seguir.

E em quanto se despia, depois de beber aos goles um copo d'agua com bicarbonato de soda, martellava a primeira linha do conto, á maneira lapidaria da Salammbô: «Era nos Paços de Santa Ireneia, por uma noite d'inverno, na sala alta da Alcaçova...»

E agora é se vae saber quem é aqui o fino amador da Natureza, com esta chuva pegada, com vendaval, com a serra toda a escorrer! O meu Principe caminhou para a janella com as mãos nas algibeiras: Com effeito! Está carregado. mandei abrir uma das malas de Paris e tirar um casacão impermeavel... Não importa! Fica o arvoredo mais verde. E é bom que eu conheça Tormes nos seus habitos d'inverno.

E não adquiro o habito. Todas as manhãs é como se pela vez primeira me achasse deante da monstruosa natura verde, oiro, azul, como os seus rios, florestas, o mar a bramir e arvores que são sêres!... Por isso, sobretudo n'estes dias d'inverno, em que anda uma prodigiosa voz d'Adamastor a prégar á terra e ás coisas dilaceradas, eu me ponho, escondido e , a discutir o enigma...

Oh, quantas vezes n'aldeia miseravel Nas tristezas do campo, ás portas dos casaes, Vos tenho surprehendido, em extasi adoravel, Em quanto os filhos nús ao peito conchegaes! A fria noite chega. Os maus, de bocca cheia, Rebolam-se na terra: ainda pedem pão! Com elles repartis a vossa parca ceia; E vendo-os a dormir podeis sorrir então. D'inverno quasi sempre as noites são mordentes.

No dormitorio tudo era regular, branco e monotono, e, apesar de branco, funebre. O sol, que entrava pelas janellinhas, abertas n'uma muralha de prisão, era pallido, e, mesmo de verão, parecia um sol d'inverno; as camas, todas de branco, alinhavam-se encostadas ás paredes caiadas e nuas; ao fundo, por cima da cama da Irmã, um Christo de louça azul manchava aquella brancura.

Quando ella passa, a luz dos seus olhos deslumbra; Tem como o sol d'inverno um brilho encantador; Mas o brilho é fugaz, scintilla na penumbra, Sem que d'elle irradie um facho creador. Quando menos se espera, irrompe d'improviso; Mas foge-nos tambem com uma presteza egual; E d'ella apenas fica um pállido sorriso Traduzindo o desdem d'uma illusão banal.

Mas nas claras manhãs d'inverno, quando ainda ha orvalho nas giestas, se via passar um homem d'espingarda ao hombro, o passo vivo, seguido do seu perdigueiro iam-se-lhe os olhos n'elle... Ás vezes porém, a tentação vencia: agarrava furtivamente a espingarda, assobiava á Janota, e com as abas do casacão ao vento, ia o theologo illustre, o espelho de piedade, através de campos e valles... E d'ahi a pouco pum... pum!

Onde se encontrariam mulheres mais experientes? Onde se tornaria a vêr aquelle desfilar prodigioso d'uma volta de Bois, nos dias asperos e seccos d'inverno, quando as victorias das cocottes resplandeciam ao dos phaetons dos agentes da Bolsa? Que abominação! Esqueciam-se as bibliothecas e os museus: mas a saudade era sincera pela destruição dos cafés e pelo incendio dos lupanares.

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