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Porque algumas pessoas dinas de e autoridade afirmaram, que uma das causas principaes porque estes feitos entre El-Rei e o Infante mais se damnaram, foi por entrevirem n'elles cartas falsas; porque umas davam a El-Rei em nome do Infante, que o Infante nunca mandara, e outras recebia o Infante com signaes d'El-Rei, em que El-Rei nunca assignara, fazendo os contrairos do Infante poer n'ellas as sustancias com que os corações de uma parte e da outra mais se damnassem.

E passados alguns dias vendo El-Rei D. Affonso o pouco que no cerco aproveitava, e o muito trabalho e dano que sua gente recebia, especialmente não se podendo prover a grande mingoa de mantimentos, que dava causa sua gente mingoar, e a dos contrairos acresentar-se cada vez mais, a uma sexta feira primeira de Março de mil quatrocentos e setenta e seis annos, mui cedo pela manhã, El-Rei de Portugal alevantou secretamente e de supeto seu arraial para a cidade de Touro, e porque sabia que El-Rei D. Fernando havia de sahir como sahia após elle, teve-se n'isso para segurança de tudo mui bom recado.

E porém por ventos contrairos não poderam as urcas entrar, e a El-Rei conveio sair da ilha não pela banda do Norte por onde entraram, mas pelas agulhas que dizem logar mui perigoso.

E o Bispo posto em poder de um escudeiro que o tinha preso, com esperança de grande galardão que lhe prometeo, e depois deu, se concertou com elle que o salvasse, e levasse como levou a Merida, onde e assi em Medellym a que alguma gente que do destroço fugindo se acolheo, se tornou a reformar, e sem esperar soccorro se manteve muito tempo cercado, soffrendo grandes perigos dos contrairos, mas muito maiores de grandes doenças em que cahiam, fazendo sempre em armas coisas assinadas de sua honra e louvor.

E com estas tam danosas entradas de taes dous Rex contrairos em Castella, nem ElRei D. Fernando nem ha Rainha sua madre, nem hos do seu concelho abrandaram has vontades pera cõprir com ElRei D. Diniz ho que lhe tinham prometido, crendo que elle por necessidades que ocurriam, ou por grandes despezas que na guerra fazia has nom poderia tanto tempo sofrer, e se partiria da teerra, mas veendo ElRei D. Fernando, e ha Rainha Dona Maria, e ho Ifante D. Anrique seu Tutor, que esta maginaçam pelas obras, e continuaçam delRei D. Diniz cada vez mais crecia acordaram de dar ha Villa de Tarifa hos Mouros por sua, porque com suas pessoas, e poder hos viessem ajudar contra ElRei D. Diniz porque hos moradores Dandaluzia eram com entradas, dos infieis jáa taõ destroidos, que vendo ha entrada dos Mouros ho quizeram assi fazer.

E João de Sousa como fidalgo acordado e de bom coração remetteu a elle, o qual da sombra da morte que comsigo viu, acabou ser desenganado de sua duvida e começou de se poer em defesa, e em João de Sousa correndo a lança nas mãos para lhe dar, o mouro em se retrahendo cahiu do muro contra a cidade dentro em um pomar, d'onde começou logo dar grandes brados, senificando com elles o damno dos christãos que se aparelhava, e os christãos como os ouviram sem mais outra consiração, crendo que outra sua grita ao menos para desmaio dos contrairos aproveitaria muito, logo a deram com altas vozes, e não sem grande estrondo de trombetas que eram em cima, a que os mouros acordaram, e com muita trigança acudiram por saber a causa de tamanho rumor, principalmente os que guardavam a torre do muro porque os christãos haviam de passar.

E porque no conselho em que ante El-Rei esto se praticava, o Infante D. Anrique terçou um pouco em favor do Infante seu irmão, afirmando que não consentiria dizer-se, que nenhum filho d'El-Rei D. João faria injuria a seu Rei e Senhor, fez no que contra o Infante D. Pedro então se requeria mui grande contrariedade, com que muitos do conselho se foram, e folgaram de o ajudar, crendo que o Infante D. Anrique clara e descubertamente a seu irmão queria valer, e alegravam-se, desejando aproveitar ao Infante D. Pedro terem-no para isso por cabeceira, sem o qual consirada bem a disposição do tempo, e pelos contrairos serem de grande condição não ousavam.

O conde d'Arrayolos a este tempo depois da morte do conde D. Fernando era capitão e governador da cidade de Ceuta, onde por ser muito amigo do Infante D. Pedro, sendo certificado do engano e malicia que n'estes feitos andavam, desejando o serviço d'El-Rei e doendo-se do Infante, para cuja perdição todalas cousas se inclinavam, se veiu d'Africa á côrte como homem virtuoso e de justa tenção, e como quer que seu pai e seu irmão tivesse por contrairos, começou de entender com muita diligencia na concordia entre El-Rei e o Infante.

E o duque com quanto tinha muito menos gente e era de fome e de frios mui trabalhada, não aguardou ser em seu arrayal combatido, mas sahio fóra a esperal-os, e no campo lhes deu a batalha, em que foi desbaratado e vencido com mortes e grande perda de sua gente, e querendo salvar-se por uma ponte um pedaço da peleja, achou contrairos que a guardavam.

Os quaes assi como viram os nossos estar no muro, assi se tornaram e pozeram á porta da torre, de que podiam bem defender aos christãos a passagem do muro para o não poderem descer para a cidade; porque com sós paos sem outras armas, aos que por elle passassem, segundo era estreito podiam levemente lançar d'elle abaixo, e assi o faziam, e os christãos não podendo passar não leixavam por isso de subir; porque o Infante era ao do muro, que a uns por amor, e a outros com temor constrangia para isso, e assi como subiam não podendo al fazer assi se mettiam por esses cubellos, e outros descendo para fundo não podendo passar ficavam amontoados, sem poderem aproveitar a si nem danar aos contrairos.

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