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Mas, a um novo arremesso, repulou contra a cancella. E Lopo de Bayão erguido sobre os estribos, gritava com ancia, com furor: Snr. Tructesindo Ramires, não me tenteis!... Arreda, villão e filho de villôa, arreda! clamou soberbamente o velho, sem desprender os braços de sobre o levantado peito, na sua rija immobilidade e teima, como se todo o corpo e alma fossem de rijo ferro.

E com a sêde da afogueada correria, ainda na emoção de tão amarga nova, a derrota de Lourenço Ramires seu afilhado, novamente enchia d'agoa o pucaro de barro quando pela porta da sala de armas, que tres cabeças de javali dominavam, rompeu o velho Ordonho esbaforido: Snr. Tructezindo! Snr. Tructezindo Ramires! o Bastardo de Bayão passou a Ribeira, vem sobre nós com grande troço de lanças!

Então Tructesindo, sobre o seu murzello, recebeu do velho Ordonho a espada, de que tão terrivelmente se apartára. E estendendo a reluzente folha para as torres da sua Honra como para um altar, bradou: Muros de Santa Ireneia, não vos torne eu a vêr, se em tres dias, de sol a sol, ainda restar sangue maldito nas veias do traidor de Bayão!

Este ultraje revoltára o solar de Bayão que se honrava em Lopo, apezar de bastardo, pelo lustre da sua bravura e graça galante. E então Lopo ferido doridamente no seu coração, mais furiosamente no seu orgulho, para fartar o esfaimado desejo, para infamar o claro nome dos Ramires tentou raptar D. Violante. Era na primavera, com todas as veigas do Mondego verdes.

E emquanto os cavalleiros de Bayão aguentam assombradamente o denso cerco de lanças, que os envolvera um rôlo de peões, em dura grita, como mastins sobre um cerdo, arrastam o Bastardo para a lomba do outeiro, onde lhe arrancam broquel e adaga, lhe despedaçam o brial de rôxa, lhe quebram os fechos do elmo, para lhe cuspirem na face, nas barbas côr de ouro, tão bellas e de tanto orgulho!

Depois, na vasta tenda, reluzente d'armas, tapizada de pelles de leão e d'urso, Tructesindo contava, ainda a arfar de dôr represa, a morte de seu filho Lourenço, ferido na lide de Canta-Pedra, acabado á punhalada pelo Bastardo de Bayão, deante das muralhas de Santa Ireneia, com o sol no ceu alto a olhar a traição!

Depois de deixar assignadas muitas armaduras mouriscas, o Lidador vibrára pela ultima vez a espada, e abríra o elmo e o craneo de um cavalleiro arabe. O violento abalo que soffreu, fez-lhe rebentar em torrentes o sangue da ferida, que recebêra das mãos de Almoleimar, e cerrando os olhos, cahiu morto ao do Espadeiro, de Mem Moniz, e de Affonso Hermigues de Bayão, que com elles se ajunctára.

Era no castello de Santa Ireneia, n'aquelle dia de Agosto em que Lourenço Ramires cahira no valle de Canta-Pedra, mal ferido e captivo do Bastardo de Bayão. Pelo Almocadem dos peões, que, com o braço varado por uma chuçada, voltára em desesperada carreira ao Castello, Tructezindo Ramires conhecia o desventuroso desfecho da lide.

No meridiano da Ilha do Porto Santo, pola banda do norte, em 35 está uma Ilha que se chama São Brandão, tão larga como comprida, redonda, que tem uma legoa e meia para duas, e arriba della em 35 graos e dous terços está outra ilha, que se chama Sancta Clara, que tem de comprido para o Norte quatro legoas, e de largo de Noroeste Sueste tres legoas, e estão assim enfiadas uma na outra com o Porto Santo pelo Ilheo da Fonte da Arêa ou do ferro, e abaixo d'ellas em 33 2/3 de gráo está uma ilha debaixo d'agoa com baixio em redor, que algumas vezes se da Ilha do Porto Santo a arrebentação do mar n'ella, segundo as informações que tenho e aluminação da dita carta, e pola maneira aqui posta; a qual a lugares tem 6, 7 braças na cr'oa; e p'ra credito das informações que tenho fui sobre ella, e tem grande roda com muito baixio, a lugares grande musgo do mar, onde vi muitas diversidades de peixe, e a sondei por minha mão, e fui na Barca de Manoel Bayão, que Deus tem, e está a Noroeste Sueste pela banda do Ilheo da fonte d'arêa, que está ao longo do dito Porto Santo, e está afastada d'ella duas legoas pouco menos.

E servos da carriagem ficam guardando o Cavalleiro soberbo, o Claro-Sol que allumiava a casa de Bayão, agora entaipado entre dois caixotes de pau, com cordas nos pés, e cordas nas mãos, e n'ellas espetado um triste ramo de cardo emblema da sua traição.