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Atualizado: 17 de junho de 2025


E seguiu-se mais depois, para se presumir que o Infante alguma revelação tinha de sua morte, que em Coimbra indo elle quando regia, e o Infante D. Anrique para a porta de S. Bento, que sae á ponte onde estão as armas da cidade, que são uma mulher posta sobre um calez, com uma corôa na cabeça, e a uma teta um leão, e a outra uma serpe, o Infante D. Anrique olhando-as, disse pelo contentar: «Bem se póde Senhor Irmão comparar a vós esta figura, pois tambem de uma parte daes mantimento ao leão, que é Castella, e da outra a Portugal, que é a serpe do nosso timbre

E d'alli El-Rei por conselho que para isso teve, ante d'outro proseguimento enviou Ruy de Sousa a El-Rei D. Fernando, e á Rainha D. Isabel, que em Valhadolid estavam em festas e justas reaes, notificando-lhe como por ser casado com a Rainha D. Joana filha legitima d'El-Rei D. Anrique, os reinos de Castella lhe pertenciam, requerendo-os e amoestando-os com as razões e protestações que n'isso cabiam, que se fossem dos ditos reinos e lh'os leixassem livres.

E d'hi pela rua Nova, acompanhada do Infante e de muita gente com que chegaram á Porta da Mouraria, e de hi se tornaram, e foi com ella o Infante D. Anrique com muitos senhores, que com grande honra e com muitas orações, que de continuo iam pela alma do Infante rezando, a levaram ao dito mosteiro da Batalha, d'onde El-Rei e a Rainha com solemne procissão acompanhada de muitos prelados, abades e clerizia e de muita e nobre gente sahiu a recebe-la.

A qual capitulação, adoção e reformação nova, com todas estas cousas de Guiné e conquitas mais declaradas, o Papa Sixto quarto a requerimento e suplicação do Principe D. João depois de ser Rei, confirmou e ratificou por sua Bulla, ad perpetuam rei memoriam, em que as ditas capitulação e cousas de verbo a verbo foram todas encorporadas, com penas e excomunhões e maldições, aos que em qualquer maneira para sempre as quebrantassem, além das outras conteudas nas Bullas das doações que os outros Papas pozeram, concederam e declararam, quando d'este senhorio primeiramente a requerimento do Infante D. Anrique fizeram doação a este Rei D. Affonso, e a todos seus herdeiros e sobcessores para sempre, como na morte do dito Infante D. Anrique brevemente atrás apontei.

Partiu-se El-Rei de Santarem para Lisboa, onde o Infante D. Anrique que era no Algarve lhe veiu fallar, e porque sentiu que a vida e honra do Infante seu irmão com maneiras falsas de seus imigos era maltratada, e se despunha a destruição e perigo, atalhou a isso algum tanto, mas não com aquella fortaleza e escarmento, que elle a seu irmão devia e o mundo esperava, o que lhe fôra bem possivel se quizera; porque achou contra o Infante artigos formados em que se afirmava que com cobiça de reinar matara El-Rei D. Duarte seu irmão, e em Castella dera ordem á morte da Rainha D. Lianor, e assi á do Infante D. João.

Como o Cavalleiro Anrique appareceo em sonhos a um homem bom, mandando-lhe que soterrasse um seu Escudeiro apar delle, que na entrada de Lisboa muito ferido morrera.

E o Infante D. Anrique por então lhe respondeu, «que do que então em seu caso, e em tal tempo melhor lhe parecesse, lh'o enviaria logo dizer». Como enviou uma vez por Fernão Lopes d'Azevedo, Comendador Mór de Christus, e outra por Martim Lourenço, tambem Cavalleiro da Ordem, cuja conclusão foi: «que o Infante D. Pedro não fizesse de si alguma mudança, até elle Infante D. Anrique não ser com elle em pessoa, para que dizia que se aparelhava».

E no caminho fez vir ante si D. Anrique de Menezes, filho do conde D. Duarte, e o confortou com louvores da honrada morte de seu pae, e com esperança de grande acrecentamento, que por seus serviços e merecimentos lhe faria como fez, porque alli o fez conde, e lhe deu todalas mercês que seu pae tinha.

Era este Conde D. Anrique mui nobre, e esforçado cavaleiro, muito amador da Justiça, e a temor de Deos mui chegado, e elle com grande devação fez a de Coimbra, e de Braga, e do Porto, e de Vizeu, e Lamego, e pôz em ellas Bispos, que as houvessem de reger por mandado, e licença do Santo Padre.

Quando elle vio a terra tomada mandou desafiar a El-Rei D. Affonso de Castella chamado Emperador seu primo com irmão filho do Conde D. Reymão de Tolosa, e de Dona Urraca irmã de sua mãi a Rainha Dona Tareja, mas logo foram reconciliados, e amigos, e então se foi a Portugal, e não achou onde se acolhesse: porque toda a terra se alçara com sua mãi a qual cazou com D. Vermuy Paes de Trava, e depois D. Fernando Conde de Trastamara seu irmão delle lha tomou, e cazou com ella, e D. Vermuy Paes cazou depois com uma filha desta Rainha D. Tareja, e do Conde D. Anrique finado, que elle tinha em sua casa, que chamavam Dona Tareja Anriques, e por este peccado foi feito em Galiza um Mosteiro chamado de Sobrado.

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