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Atualizado: 17 de junho de 2025
Como o Infante D. Anrique procurou de trazer o Priol do Crato a serviço e prazer do Infante D. Pedro, e do que n'isso passou
A resposta d'El-Rei para o conde foi então graciosa e branda, e com mostrança que lhe pesara de o ouvir, que para o máo fundamento dos que tratavam a morte do Infante foram mui tristes sinaes, e por arredarem El-Rei do Infante D. Anrique e do conde, que começavam ser causa que de todo impedia seu damnado proposito, o levaram a Cintra aforrado.
O Infante D. Anrique, depois da vinda do cerco de Tangere, que veiu fallar a El-Rei seu irmão a Portel, como anojado do captiveiro do Infante D. Fernando, seu irmão: e por o feito se não seguir, como desejava, se tornou logo ao reino do Algarve, sem mais tornar a este; e como lá foi avisado da doença d'El-Rei, pelo grande amor e muita lealdade que lhe tinha, partiu logo: e assi trigou suas jornadas, que em mui poucos dias chegou a Thomar, onde já achou El-Rei fallecido.
E emfim a Rainha com o Priol visto todo, accordaram que o castello se entregasse, para que logo mandou Pero de Goes seu filho, que com segurança dos castellos o leixou livre, e o Regente o entregou logo ao Infante D. João, e deu em nome d'El-Rei o Priorado do Crato a D. Anrique de Castro, filho de D. Fernando de Castro, e depois a D. João d'Atayde, por cuja morte o houve tambem D. Vasco d'Atayde seu irmão.
E finalmente no caso e negocio intrevieram tantas duvidas, e com esperança de tantos males e divisões de reino a reino, que El-Rei de Portugal tendo sobr'isso muitas vezes conselho, nunca em vida d'El-Rei D. Anrique se acharam taes meios, com que parecesse razão elle aceitar e concordar o dito casamento.
Porque cada um parecia que minguava em seus merecimentos, por acrecentar nos do outro, e cada um se alegrava ser n'elles do outro vencido para que o fizesse, e em fim o cargo ficou ao Infante D. Anrique e não sem merecimento; porque em seu tempo muitos Principes foram de mais terras, gentes, e rendas, mas não houve em seus dias algum ante quem elle em perfeição de virtudes, e bondade d'armas, e esforço do coração se devesse contar por segundo, o qual com novas cerimonias e grandes festas, armou Cavalleiro o Condestabre seu sobrinho, no mosteiro de S. Jorge, que é junto com a cidade sobre o Mondego.
E sobr'isto fizeram acordos promettidos e jurados nas mãos de D. Jorge, Bispo d'Evora, que depois foi Arcebispo de Lisboa e Cardeal. Os quaes principalmente pela grande inconstancia do dito Rei D. Anrique, e por impedimentos e contradições outras que se seguiram não houveram effeito.
E como D. Duarte viu tempo, fez o signal que com D. Anrique seu filho tinha concertado, e elle com todolos cavalos enjaezados, e os cavalleiros bem armados e vestidos de livrés e gentileza, sahiu da barreira em que jazia em cillada, e com o nome de Santiago, deram rijamente nos mouros, que feriram com tanta força e ardideza, que certo o testemunho d'aquelle só dia, além d'outros muitos, deu clara prova de que capitães aquelle novo capitão por avoengas decendia, e que capitão se n'elle criava.
Desta doença se veio a finar o Conde D. Anrique em Estorgua dous mezes, e cinco dias antes que o prazo de Lião fosse acabado.
E as cartas, que sobre isto haviam de ir, acordou o Infante D. Anrique com os do conselho, que fossem assignadas pelo Infante D. Pedro; mas elle com mostrança de muita honestidade se escusou: e a Rainha assignou aquellas, e todalas outras até ás côrtes; porque n'ellas se acordou outra ordem de Regimento, como se dirá.
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