United States or Uruguay ? Vote for the TOP Country of the Week !


Despois que o Ifante D. Sancho teve Beja corregida do que compria para sua defensão, leixando em ella fronteiros, e assi nos outros Lugares e Villas Dalentejo veio-se para Santarem com a gente que de continuo trazia comsigo, e alguma pouca mais, porque a outra ficava repartida pela frontaria dos Mouros, e estando assi o Ifante D. Sancho em Santarem Almiramolim Emperador antre os Mouros Rei de Marrocos, vendo o grande danno e estrago que os Mouros tinham recebido del-Rei D. Affonso Anriques, e do Ifante D. Sancho seu filho, e como de toda a terra se lhe mandavam desso cada vez mais agravar, foi movido a fazer guerra a Portugal, e juntou muitas gentes infieis, dáquem, e dalém mar, e segundo diz uma Chronica, que foi achada em Santa Cruz de Coimbra, não era em memoria até aquelle tempo que tanta gente de Mouros fosse junta para entrar em Portugal.

Finado D. Egas, e mandado assi enterrar como dito é, o Princepe D. Affonso Anriques como quer que lhe muito pezasse do falecimento de tão honrado Cavalleiro, em quem tinha grande confiança; seguio avante o que ia fazer, por serviço de Deos, e partindo daquelle lugar, onde se D. Egas finara, passou o Tejo, e as charnecas mui grandes, e despovoadas que agora ainda hi ha, e então seriam maiores, e sahindo dellas começou a fazer grande guerra aos Mouros, correndo-lhe a terra, e tomando-lhe Villas, e lugares, e fazendo grandes cavalgadas, e havendo muitos vencimentos contra elles, do que tanto que El-Rei Ismar houve nova, mandou requerer toda a mourama dos lugares, e outras partes do redor, mandando seus alvites, que elles entre si hão por homens de santa vida, que fossem pregar, e requerer da parte de Mafamede, que acorressem á terra que estava em ponto de se perder, pelo qual houve El-Rei Ismar muita em sua ajuda de Mouros dáquem, e dalém mar, e outras gentes barbaras, que era infinda a multidão delles em tanta desigualança dos Christãos, que se ha por certo serem pouco menos de cento para um, entre os quaes vieram quatro Reis outros, cujos nomes não achamos escritos, e vieram com estas gentes molheres vezadas a peleijar como as Amazonas, o que foi sabido, e provado depois pelos mortos, que acharam no campo.

Era o arvoredo nessa idade, Muy sobejo, e crecido até a praya, Na parte donde agora he a Cidade, E na banda daquem chamada Gaya, De arvores muy gram variedade, De brozios, e louro, mirtos, faya, E com ser tudo fragoa, e penedia, Somente o arvoredo alli se via.

O que foi assi feito, e a Azemala se desviou de um caminho para que a gente se mais inclinava, onde o Ifante soube depois em certo que Mouros o esperavam para o matar, e roubar, e da hi em diante em dezertos e montes porque passáram sempre déram a guia ás santas Reliquias, que com a graça de Deos levaram o Ifante, e os seus a salvamento atè Ceita, onde embarcando logo em uma nao, que o Divino favor lhe tinha prestes, e aparelhada para terra de Christãos, partiram, e navegaram logo com vento prospero, que em poucas horas, com grande escuridão se mudou o contrairo, e algumas outras naos que se acertaram em sua conserva, por uma respiração divina faziam daquella do Ifante Capitaina, por quem se regiam, e com a grande sarração que sobreveio temendo de ir á Costa se encomendaram devotamente aos rogos, e merecimentos dos Santos Martyres, cujas sagradas Reliquias levavam, para que em salvamento os guiassem, e logo supitamente derramada a escuridão, em que andavam, veo a grande claridade, e bonança, com que bem viram, e conheceram o caminho de sua perdição, que levavam, e desviados delle aportaram na Aljazira, daquem Despanha, e dahi a Tarifa, e logo a Sevilha, que era de Mouros, onde por os Christãos que ahi eram, o Ifante foi avizado, que logo se partisse, porque El-Rei de Sevilha o mandava prender.

Nesta parte de ca daquem do Douro, No mais alto outeyro, e o mayor, Ahi tinha seus paços el Rei Mouro, Aquelle a quem chamarão Almançor, Ahi tinha tambem o seu thesouro, Porque daquella terra era senhor, Contente e recreado alli vivia, Por ser terra de caça e monteria.

Dom Joseph por graça de Deos Rey de Portugal, e dos Algarves dáquem, e dálem mar em Africa, Senhor de Guiné, e da Conquista, navegaçaõ, e commercio de Ethiopia, Arabia, Persia, e da India, &c. Ley do primeiro de Abril de mil seiscentos e oitenta.

Quando o Ifante ouvio esto a seu pai foi muito ledo, e beijou-lhe as mãos, dizendo: «Senhor, eu vos tenho em mui grande mercê esto, que me encarregais, e espero em a graça do Senhor Deos com os bons Senhores e Cavalleiros, de vosso Reino trabalhar como seu serviço, e vossa vontade, e mandado seja comprido; e pois Senhor se esta cousa ha de fazer seja vossa mercê querer que se faça logo; porque quanto mais cedo for tanto porei a terra em milhor estado, e defensãoEl-Rei respondeo que lhe prazia, que assi o mandava poer em obra, e ordenando logo quais, e quantos daquem do Tejo contra o Porto fossem chamados para haver de ir com o Ifante escrevendo que todos se ajuntassem em Coimbra a certo dia; esso mesmo fizeram ordenanças, e Regimentos que o Ifante havia de ter no feito da guerra, que havia de começar.

Palavra Do Dia

interdictca

Outros Procurando