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Atualizado: 17 de maio de 2025


Contempla-se sósinha, entre o inferno e o céo, a tremer perante um tal espectaculo, e sempre fluctuando entre estes abysmos, ora nas alturas, ora nas profundezas, passa de um delirio a outro, e das palpitações do terror ao extase dos seraphins.

De mais a mais, os diarios tinham annunciado que as ostras eram GORDAS; e, sobre gordas, dizia o Primeiro de Janeiro, IRRITANTES. Pela qualidade de gordas, o sorriso que brincava nos meus labios, quando mandei o meu gallego comprar doze vintens d'aquelle remedio, era um sorriso de tão legitima candura como o leitor os tem visto nas bentas bochechas dos seraphins que sobem de gatinhas pelas columnas dos altares.

Que dirão os cherubins, os seraphins e os archanjos, que dirão Miguel, Raphael e Gabriel, elles nus, sem mais toilette que as suas longas azas candidas, ao verem junto de si nas chorêas sidereas o novo anjo Almeida Fernandes?!

As duas candidas meninas, enleadas na poesia do quadro, realçam-no e completam-o. Ouçamos a musica d'aquelles seraphins. Dizia Theodora: Se me eu pilhasse fóra d'aqui!... N'estas tardes tão bonitas, havia de ser tão bom andar eu a passear com o meu Affonso!... Queimado morra o meu tutor e mais o filho! Se não fosse aquelle bruto, não estava eu engradada!

Ou mais; podemos nós voar todos captivos Do sereno ideal, d'aquelle summo bem, Ao vermos tanta vez os Faunos mais lascivos Olhando de revez a virgem nossa mãe?! E ainda mil traições: as musicas, as flôres Os lindos seraphins voando todos nús; Da sêda que se arrasta os languidos rumores Do incenso as espiraes; os turbilhões de luz!

Jupiter emprestou Ganymedes para servir os nectares, o mel, os fructos; Jehovah mandou seraphins, rosas...

Na poeira do luar, pelos rasgões da rosacea, um turbilhão de seraphins rompe na igreja, brancos de marmore, nascendo da nuvem como uma geração espontanea de caritas bochechudas, boccas em flexa, olhos de saphira, e o tom chlorotico, translucido, que participa do paraiso e da tumba, e no qual poderá lêr-se, mau grado a espiritualização da eterna estancia, essa infinita nostalgia dos pequeninos seres arrancados ao calor dos seios maternaes.

Sempre os filhos com pão, os filhos sempre quentes, Cheios d'amor e sol, vestidos de cuidados De beijos, d'affeições, d'arminhos, de bordados, Amados seraphins, olympicos amores, E áquella hora talvez em leitos como em floresEm quanto os seus, da fome encovados, immundos, Tremendo d'ella ao sublimes e profundos, «Sem pão, talvez sem pae, sem leito brando e leve, Choravam semi-nús, descalços pela neve

Com ágoa, que cai Daquella espessura, Outra se mistura, Que dos olhos sai: Toda junta vai Regar brancas flores; Onde ha outros olhos, Que mátão d'amores. Celestes jardins, As flores estrellas: Hortelôas dellas São huns seraphins. Rosas e jasmins De diversas côres, Anjos, que as régão, Mátão-me d'amores. Menina formosa, Dizei de que vem Serdes rigorosa A quem vos quer bem? Voltas.

A mãe d'estas duas meninas morrera aos vinte annos, quando, em Lisboa, reinava como primeira em belleza. Os dois seraphins, que deixara no berço, conforme iam crescendo, recebiam do céo os dons soberanos que sua mãe levara. Aos quatorze d'uma, e quinze annos d'outra, dizia-se que a mãe não fôra mais linda que ellas. O desembargador desvelara-se medianamente na educação litteraria das filhas.

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sortílego

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