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A lua illuminava-lhe o semblante com a magestade com que se reflecte n'uma janella gothica. Parecia adormecida, criança, embalada pela toada das harpas dos seraphins, que a vinham abrigar do rocio da noite debaixo da sombra de suas azas brancas. O vento levava-lhe as roupagens longas, que fluctuavam como uma nuvem rescendente que a envolvesse. Ella não estava adormecida, scismava.

Pela terceira vez o gallo canta, e triumphante, o turbilhão de seraphins levanta vôo, ascendendo pelo céo, n'uma espiral de nevoas côr de rosa. Porém de repente, o pequenito recorda-se, volta a cabeça, estende os braços para o musico que de rastos avança, desesperado, por não lhe poder tomar as mãositas protectoras. Oh, era tempo!

O céo branco, mudo, recolhido, parecia descançar deliciosamente do duro tumulto que o agitou quando alli vivia, entre preces e mortandades, o sombrio Povo de Deus: e onde constantemente batiam as azas dos Seraphins, e fluctuavam as roupagens dos prophetas arrebatados pelo Altissimo, era calmante vêr agora passar apenas uma revoada de pombos bravos, voando para os pomares d'Engaddi.

Que lhe importavam os anjos se, no fundo luminoso das pupillas da criança, via dois pequeninos seraphins alegres? Que lhe importava a immensa alegria universal, se o seu coração transbordava de felicidade com aquelle amor! Levantou-se um alarido fóra, na estrada obscura. José sahiu ao limiar. Um bando de homens corria em tropel em direcção ao abrigo agreste.

N'isto os seraphins agitaram as azas pesadas de fastio e somno. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de supplica. Deus interrompeu o Diabo.

Deus impuzera-lhe silencio; os seraphins, a um signal divino, encheram o céu com as harmonias de seus canticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as azas, e, como um raio, caiu na terra. Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto.

Os seraphins que engrinaldavam o recem chegado, detiveram-se logo, e o Diabo deixou-se estar á entrada com os olhos no Senhor. Que me queres tu? perguntou este. Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os Faustos do seculo e dos seculos. Explica-te.

Ou porque o ascetico fidalgo andasse com o coração amollecido pelas praticas piedosas, ou porque Iphigenia se lhe figurasse algum d'aquelles seraphins que visitavam os anachoretas da Thebaida, o certo é que não houve mais despegar-se-lhe a phantasia d'aquella imagem, que se interpunha entre elle e o santo filho de Martim de Bulhões.

Manso e manso, os seraphins de pedra unem as mãos, batendo as asas de jubilo, com os seus typos frustes de creanças, em cujas cabelleiras se accende um oiro fosco d'aureolas; e das partidas lyras arrancam, com os seus dedos, vagos preludios de um mysticismo fluido, vaporoso, que embriaga d'extase, e em equivalencia approximarieis dos mais recatados perfumes de jasmim e de nardo, violeta e rosa branca, vaporizando-se de corollas abertas no claro-escuro d'um claustro, e que á noite espargissem suggestões de bemaventurança, na cella virginal d'uma noviça.

E ao mesmo tempo martellava-lhe os ouvidos com a glorificação do sacerdocio. Desenrolava-lhe com pompa a erudição dos seus antigos compendios, fazendo-lhe o elogio das funcções, da superioridade do padre. No Egypto, grande nação da antiguidade, o homem podia ser rei se era sacerdote! Na Persia, na Ethiopia, um simples padre tinha o privilegio de desthronar os reis, dispôr das corôas! Onde havia uma auctoridade igual á sua? Nem mesmo na côrte do céo. O padre era superior aos anjos e aos seraphins porque a elles não fôra dado como ao padre o poder maravilhoso de perdoar os peccados! Mesmo a Virgem Maria, tinha ella um poder maior que elle, padre Amaro? Não: com todo o respeito devido

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