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Não me recordo de qualquer tentamen litterario de minha parte até fins de 1844. Os estudos de philosophia e historia preenchiam o melhor de meu tempo, e de todo me attrahiam. O unico tributo que paguei então á moda academica, foi o das citações. Era nesse anno de bom tom ter de memoria phrases e trechos escolhidos dos melhores authores, para repetil-os á proposito.

« O que eu senti?... Nem me recordo... Isto passou-se ha trinta annos; e a memoria do coração, aos sessenta e seis, está embotada; mas, se quer um facto que lhe exprima melhor que todas as palavras o que eu senti, bastará dizer-lhe que, dous dias depois, parti para Roma... « Para Roma!... « Admira-se!? « Então v. excamava Paulo... « Se o amava!... Não se fazem essas perguntas a uma velha.

Não me recordo onde li que elle tivera boa quinta de recreio no valle de Alcantara, e era convisinha de outra que pertencera ao grande escriptor D. Francisco Manoel de Mello, que se finou, mais pobre que Alexandre de Gusmão, um victima da libertinagem de D. João IV, outro victima da ingratidão de D. João V e de seu augusto filho.

Eu, João Junior, em quem a Europa reconhece um espirito superior e mais um bocadinho, recordo hoje com vergonha a plangente figura que fiz, ha quarenta annos, diante dos meus namoros.

Havia ahi na sua roda um rapaz, tão acanhado como ella, o que menos palavras lhe dizia, e essas palavras custavam-lhe tanto ao pobre do moço, e tão frivolas eram, que, se os olhos não dissessem mais que elle, Leocadia julgar-se-hia entre todas a mais indifferente ao timido Vasco chamava-se elle Vasco, se bem me recordo.

Pacheco estava maduro para a representação nacional. Veio ao seu seio trazido por um governo (não recordo qual) que conseguira, com dispendios e manhas, apoderar-se do precioso talento de Pacheco. Logo na estrellada noite de dezembro em que elle, em Lisboa, foi ao Martinho tomar chá e torradas, se susurrou pelas mesas, com curiosidade: «

Quantas vezes Rachel entrou na sala, com as faces escarlates das bofetadas que o pai lhe dava como incentivo para saber aproveitar-se da fortuna caprichosa! Era esta a lastimosa situação de Rachel quando eu fui para o Brazil. Recordo todas as palavras que a formosa criança me disse a ultima vez que fallamos.

Apenas me recórdo ser elle um homem de estatura elevada, muito magro, tendo um espesso e elegante bigode a cobrir-lhe os labios, naturalmente grossos e rudes. De nada mais me recordo. Hoje, se o visse, estou intimamente convencido, que me seria impossivel conhecel-o. «Mas, como lhe dizia, desembarquei no Porto a 2 de julho de 1852.

Bem compreende que homem tam comedido e quieto não se exalou em suspiros públicos. , porêm, no tempo de Aristóteles, se afirmava que amor e fumo não se escondem; e do nosso cerrado José Matias o amor começou logo a escapar, como o fumo leve através das fendas invisíveis duma casa fechada que arde terrívelmente. Bem me recordo duma tarde que o visitei em Arroios, depois de voltar do Alentejo. Era um domingo de Julho. Êle ia jantar com uma tia-avó, uma D. Mafalda Noronha, que vivia em Bemfica, na quinta dos Cedros, onde habitualmente jantavam tambêm aos domingos o Matos Miranda e a divina Elisa. Creio mesmo que nessa casa ela e o José Matias se encontravam, sobretudo com as facilidades que oferecem pensativas alamedas e retiros de sombra. As janelas do quarto do José Matias abriam sôbre o seu jardim e sôbre o jardim dos Mirandas: e, quando entrei, êle ainda se vestia, lentamente. Nunca admirei, meu amigo, face humana aureolada por felicidade mais segura e serena! Sorria iluminadamente quando me abraçou, com um sorriso que vinha das profundidades da alma iluminada; sorria ainda deliciadamente emquanto eu lhe contei todos os meus desgostos no Alentejo: sorriu depois estáticamente, aludindo ao calor e enrolando um cigarro distraído; e sorriu sempre, enlevado, a escolher na gaveta da cómoda, com escrúpulo religioso, uma gravata de sêda branca. E a cada momento, irresistivelmente, por um hábito tam inconsciente como o pestanejar, os seus olhos risonhos, calmamente enternecidos, se voltavam para as vidraças fechadas... De sorte que, acompanhando aquele raio ditoso, logo descobri, no terraço da casa da Parreira, a divina Elisa, vestida de claro, com um chapéu branco, passeando preguiçosamente, calçando pensativamente as luvas, e espreitando tambêm as janelas do meu amigo, que um lampejo oblíquo do sol ofuscava de manchas de oiro. O José Matias no entanto conversava, antes murmurava, através do sorriso perene, coisas afáveis e dispersas. Toda a sua atenção se concentrara diante do espelho, no alfinete de coral e pérola para prender a gravata, no colete branco que abotoava e ajustava com a devoção com que um padre novo, na exaltação cândida da primeira missa, se reveste da estola e do amito para se acercar do altar. Nunca eu vira um homem deitar, com tam profundo êxtasi, água de Colónia no lenço! E depois de enfiar a sobrecasaca, de lhe espetar uma soberba rosa, foi com inefável emoção, sem reter um delicioso suspiro, que abriu largamente, solenemente, as vidraças! Introibo ad altarem Deæ! Eu permaneci discretamente enterrado no sofá. E, meu caro amigo, acredite! invejei aquele homem

Quando copiei pela ultima vez a Invenção do Dia Claro, sobejou uma frase que não me recordo a que alturas pertence. A frase é esta: Ha systemas para todas as coisas que nos ajudam a saber amar, não ha systemas para saber amar! NOTA Seguem-se as démarches para a Invenção. Foi-nos completamente impossivel incluir na presente edição as démarches.

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