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Mas, pois o peito ardente Huma póde ter, formosa Dama, Basta que esta somente, Como se fossem mil e mil, vos ama, Para que a dor de sua ardente flama Comvosco tanto possa, Que não queirais ver cinza hum'alma vossa.

Pois como? tão asinha assi s'esquece Huma verdadeira, hum amor fino? BELISA. Oh altas semideas! pois padece Em vosso rio a honra delicada De quem tamanha fôrça não merece: Ou seja por vós, Nymphas, preservada; Ou em arvore alguma, ou pedra dura Me deixai velozmente transformada. ALMENO. Ah Nympha! não te mudes a figura: Nem vós, deosas, queirais qu'eu seja parte De se mudar tão rara formosura.

Que o valer De vosso alto merecer, Com lho pedir de giolhos, Fara qu'em meu padecer Possa ver O poder que tẽe seus olhos. Vossa muita formosura Com a sua tanto val, Que me rio de meu mal, Quando cuido em quem me cura. A meus ais, Peço-vos que lhe valhais, Damas de Amor tão valídas, Que nunca tal dor sintais, Que queirais, Onde não sejais queridas.

Quantos dias ha que nos olhos lhe vejo marejar esse amor? porque o fechar de janellas que essa mulher me faz, e outros enojos que dizer poderia, no son sino corredores del amor, e a cilada em que ella quer que eu caia. Nem eu não quero que lho queirais, mas que lhe façais crer que lho quereis.

S'em vosso esquecimento Tão condemnado estou, Como os sinaes demostrão, que mostrais; Neste vivo tormento, Lembranças mais não dou Que as que desta razão tomar queirais: Olhae que me tratais Assi de dia em dia Com vossas esquivanças; E as vossas esperanças, De que vãamente ja m'enriquecia, Renovão a memoria; Pois com a ter de vós tenho gloria.

Menina, tende maneira, Que ainda não venha a ser, Pois não quereis quem vos quer, Que queirais quem vos não queira. Olhae não me sejais crua, Que pois eu Quero ser vosso, e não meu, Sêde vós minha, e não sua. Mote. Da doença, em que ora ardeis, Eu fôra vossa mézinha com vós serdes a minha. Voltas. He muito para notar Cura tão bem acertada, Que podereis ser curada Somente com me curar.

Senhora, pois minha vida Tendes em vosso poder; Por serdes della servida, Não queirais que destruida Possa ser. Volta. Isto não por me pezar De morrer, se vós quizerdes; Que melhor me he acabar Mil vezes, que supportar Os males que me fizerdes; Mas por serdes servida De mi, em quanto viver, Vos peço que minha vida Não queirais que destruida Possa ser.

Foi um bemditto romeiro Que á fonte fui incontrar, «Que ahi deitou esse annel Para próva singular De um recado que vos trouxe Com que muito heisde folgar.» «Venha ja esse romeiro, Que lhe quero ja fallar: Embaixador deve ser Quem traz presente realPor Deus vos digo, romeiro, Que vos queirais levantar; Minhas mãos não são reliquias, Basta de tanto beijar

Lembranças de meu bem, doces lembranças Que tão vivas estais nesta alma minha, Não queirais mais de mi, se os bens que tinha Em poder vêdes todos de mudanças. Ai cego Amor! ai mortas esperanças De qu'eu em outro tempo me matinha! Agora deixareis quem vos sostinha; Acabarão co'a vida as confianças.

Quando o Principe D. Affonso Anriques vio que não tinha onde se acolher, e que sua mãi tão pouco delle curava, segundo mal peccado muitas vezes vemos as mãis com novos esposos se tornarem madrastas, trabalhou de lhe furtar dous Castellos: um delles foi Neiva, e o outro o Castello da Feira terra de Santa Maria, e destes dous Castellos fazia muita guerra a seu padrasto, tanto que vieram ambos á fala com a Rainha Dona Tareja de presente, e disse o Conde D. Fernando: «Principe não nos afadiguemos mais nesta contenda, mas ajuntemo-nos um dia em batalha, eu e vós quando quizerdes, e ou vós vos sahireis de Portugal, ou eu». Respondeu o Principe D. Affonso. «Não devia de aprazer a Deos tal cousa que vós me queirais deitar fóra da terra que meu pai ganhou». E acodio a Rainha sua mãi dizendo. «Minha é a terra, e será que meu pai ma deu, e ma leixou». Disse então o Conde D. Fernando a ella «Não andemos mais neste debate, ou vós vos ireis comigo para a Galiza, ou leixareis a terra a vosso filho, se mais poder que nós».

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