Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 12 de junho de 2025


Vão as serenas ágoas Do Mondego descendo, E mansamente até o mar não parão; Por onde as minhas mágoas Pouco a pouco crescendo, Para nunca acabar se começárão. Alli se me mostrárão Neste lugar ameno, Em qu'inda agora mouro, Testa de neve e d'ouro; Riso brando e suave; olhar sereno; Hum gesto delicado, Que sempre n'alma m'estará pintado.

Entre as limpidas ágoas, qu'inda esquivão O formoso pastor que se perdeo, Preso das falsas mostras que o captivão, Cresce a por cuja causa s'esqueceo A linda Cytherêa de Vulcano, Quando presa d'Amor se lhe rendeo. Na brancura do rosto soberano, Inda as crueis feridas apparecem Do javali cerdoso e deshumano.

Os outros que ficavam 'stão tremendo, Cuidando qu'inda o engano era diante; Mas o que os tirou d'elle, mui contente Lhes diz que irá com elles juntamente. Ficam todos então com alegria, Bebem e dão de beber ao que os guiava. Um olha para o ceo, e diz que via Mais luas do que d'antes costumava. Duas luas a mi, Senhor, dizia, Ao Mouro, ao infiel que vos aggrava.

Mas os amantes ja desesperados, Que para as alcançar, emfim, se vião Nada dos pés caprinos ajudados; Com amorosos brados as seguião. Para que sois esquivas? Qu'inda de nós não peço piedade, Mas dessas alvas carnes, que offendeis. Ah Nymphas! não vereis Que Eurydice, fugindo dessa sorte, Fugio do amante, e não da fera morte? Tambem assi Eperie foi mordida Da vibora escondida.

Dest'arte feneceo em tenros anos Narciso, dando exemplo á formosura De que tema, se he tal, tambem seus danos. Sentimento mostrou da sorte dura O namorado Jupiter, mudando Ao moço em flor purpurea, qu'inda dura. Aquellas claras ágoas rodeando, Onde por seus amores se perdeo, Está despois da morte acompanhando.

Olhae como vos diz que Coimbra é Cidade rica do sancto Corpo do seu rei primeiro, Qu'inda vimos com espanto Ha tão pouco tempo inteiro Dos annos que podem tanto. Silencio... não vêdes como lhes resumbram no seu cantico uns nomes tão feiticeiros... Da saudade o penedo! que amores Á minh'alma, aos meus olhos não é! Lindo cesto de graça e verdores, Verde ramo do monte ao sopé.

Porqu'imagino em bem-aventuranças, Se tão longe a Fortuna me desvia, Qu'inda me não consente as esperanças? Se hum novo pensamento Amor me cria Onde o lugar, o tempo, as esquivanças Do bem me fazem tão desamparado, Que não póde ser mais qui'maginado? Fortuna, emfim, co'o Amor se conjurou Contra mi, porque mais me magoasse: Amor a hum vão desejo me obrigou, para que a Fortuna mo negasse.

Isto são claros sinais Do muito qu'em mi podeis: Nem podeis desejar mais; Que se ver-vos desejais, Em mi claro vos vereis. E quereis ver a que fim Em mi tanto bem se pôs? Porque quiz Amor assim, Que por vos verdes a vós, Tambem me visseis a mim. Dos males que m'ordenais, Qu'inda tenho por pequenos, Sabei, se mos escutais, Que ja não sei dizer mais, Nem vós podeis saber menos.

Ao longo do sereno Tejo, suave e brando, N'hum valle d'altas árvores sombrio Estava o triste Almeno Suspiros espalhando Ao vento, e doces lagrimas ao rio. A noite escura dava Repouso aos cansados Animaes esquecidos da verdura; O valle triste estava Co'huns ramos carregados, Qu'inda a noite fazião mais escura.

Não conto tantos males, como aquelle Que despois da tormenta procellosa, Os casos della conta em porto ledo; Qu'inda agora a fortuna fluctuosa A tamanhas miserias me compelle, Que de dar hum passo tenho medo. Ja de mal que me venha não m'arredo, Nem bem que me falleça ja pretendo; Que para mi não val astucia humana, De fôrça soberana, Da Providencia, emfim, Divina pendo.

Palavra Do Dia

sophisticações

Outros Procurando