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Atualizado: 30 de setembro de 2025
Senhora, por não errar, Não quero que fique em mim. Esta noite no jardim Ambos podem praticar Como isto venha a bom fim. Lá poderão ajustar Entr'ambos o parecer; Qu'eu não m'hei nisso de achar, Que não quero temperar O que outrem ha de comer. Vós vêdes a torvação, Que lá nessa casa vae? Dá-me cá no coração Que he vindo o Senhor seu pae Com o Senhor seu irmão.
Olhae bem se me trazeis, Senhora, pôsto no fim; Pois neste estado a que vim, Para que vós confesseis, Se dão os tratos a mim. Mas para que tudo possa Amor, que tudo encaminha, Tal justiça lhe convinha; Porque da culpa, qu'he vossa, Venha a ser a morte minha. Justiça tão mal olhada Olhae com que côr se doura, Que quero, ao fim da jornada, Que vós sejais confessada, Para qu'eu seja o que moura!
Hum Dom, que anda enxertado No nome, e nas obras não. Fallo como exprimentado; Que sitim desta feição Eu tenho muito cortado. Dizem-me qu'era amarello; E quem assi o quiz dar, Só para me Deos vingar, Se vem á mão amarê-lo, O qu'eu não posso cuidar. Quem vos isto diz, Senhora, Servio nas vossas armadas Muito, mas anda ja fóra; E póde ser qu'inda agora Traz abertas as fréchadas.
Agora me he penosa a vida chara; Sei que cousa he trabalho, e qu'he tristeza. Torna-me a meu estado; qu'eu te aviso Que na doudice só consiste o siso. Vêdes aqui, Senhor, bem claramente Como a Fortuna em todos tẽe poder, Senão só no que menos sabe e sente; Em quem nenhum desejo póde haver.
Anda sempre tão unido O meu tormento comigo, Qu'eu mesmo sou meu perigo. E se de mi me livrasse, Nenhum gôsto me sería: Quem, senão eu, não teria Mal, que esse bem me tirasse? Fôrça he logo que assi passe, Ou com desgôsto comigo, Ou sem gôsto e sem perigo. Quando me quer enganar A minha bella perjura, Para mais me confirmar O que quer certificar, Polos seus olhos me jura.
E ja que vos confessei Aquestas fraquezas minhas, Que ha tanto que de mi sei; Fazei vós nas cousas minhas O qu'eu nas vossas farei. Vós enxergareis, Senhora, O qu'eu por vós sei fazer. Como me deixo esquecer! Aqui estivera agora Fallando té anoitecer. Vou-me; e olhae quanto val O que passou entre nós. E porque vos ides vós? Porque parece ja mal Estar aqui ambos sós.
A vós quem vos convidou? Sósea, por mandado seu. Disso, Patrão, não sei eu; Que Sósea ja me negou, E ja se não dá por meu. E se alguem vos foi dizer Qu'eu vos chamo á minha mesa; Mal vos dara de comer Quem de todo lhe he defesa A casa, e mais a mulher. Quem he esse tão ousado, Que vos isso faz, Senhor? Sósea, creio que enganado Por algum encantador, Que a honra me tẽe roubado.
Essa beldade santa me faz guerra; Por ella hei de morrer, inda que veja Tornar o brando rio em dura serra. Que cousa tenho eu ja que minha seja? Quem não deseja a vossa formosura, Não póde assegurar que o ceo deseja. De qu'eu sempre a deseje estae segura: Neste desejo meu nunca mudança Hão de ver as mudanças da ventura.
O ar se turba? o mar batendo geme, Desfazendo das pedras a dureza? Não vês que cahe o monte, a terra treme? E que lá na remota e grande Athenas O docto Areopagita exclama e teme? Oh summo Deos! tu mesmo te condenas, Por o mal em qu'eu só sou o culpado, A tamanhas affrontas, tantas penas? Por mi, Senhor, no mundo reputado Por falso, e violador da sacra Lei? A fama a ti se põe do meu peccado?
Esta a luz he que arreda A negra escuridão do sentimento Ao doce pensamento; Os orvalhos das flores delicadas São nos meus olhos lagrimas cansadas, Qu'eu chóro co'o prazer de meu tormento; Os passaros que cantão, Meus espiritos são, que a voz levantão, Manifestando o gesto peregrino Com tão divino som, que o mundo espantão. Oh ditosa partida! Oh gloria soberana, alta e subida!
Palavra Do Dia
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