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Atualizado: 30 de setembro de 2025


Oh caso grande e medonho! Oh duro tormento fero! Verdade he isto, qu'eu quero? Não he verdade, mas sonho De que acordar não espero. Quero-me chegar a ElRei Meu pae, que ja m'está vendo. Mas onde vou? Não m'entendo. Com que olhos eu olharei Hum pae, a quem tanto offendo? Que novo modo de antolhos! Porque neste atrevimento Devêra meu sentimento Para elle não ter olhos, Nem para ella pensamento.

Lembranças de meu bem, doces lembranças Que tão vivas estais nesta alma minha, Não queirais mais de mi, se os bens que tinha Em poder vêdes todos de mudanças. Ai cego Amor! ai mortas esperanças De qu'eu em outro tempo me matinha! Agora deixareis quem vos sostinha; Acabarão co'a vida as confianças.

Porém, qual a eclipsada clara estrella, Qu'entre as outras o ceo primeiro habita: Tal coberta de negro vejo aquella, A quem n'alma toca a grã desdita. , Frondelio, a mão; e sobe a ver Tudo o mais qu'eu de dor não sei dizer. FRONDELIO. Oh triste morte, esquiva e mal olhada, Que a tantas formosuras injurías! Áquella deosa bella e delicada Sequer algum respeito ter devias.

No tempo em qu'eu vivia mais segura D'Amor e seu cuidado, Por me ver n'hum estado Em qu'eu cuidei que Amor não tinha parte; Não sinto por qual arte Me vejo entregue a elle de tal sorte, Qu'em quanto tarda a morte, A esperança do bem tenho perdida. Ai quão devagar passa a triste vida! Quantas vezes eu triste aqui ouvia O meu Felicio, e outros mil pastores, Queixar-se em vão de minha crueldade!

E por mais qu'esta dor seja terrivel, Somente o contemplar a causa della, Inda que a faz maior, a faz soffrivel Porém chegando a não poder soffrê-la, Perdendo a vida; quando a morte chame, Não perderei o gôsto de perdê-la. He justo qu'eu por ti mil mortes ame: Mas tu se te illustra, quando offensa Minha mortal o teu valor se chame.

Perdoem-me as deidades, mas tu diva Que no liquido marmore es gerada, A luz dos olhos teus, celeste e viva, Tens por vicio amoroso atravessada: Nós petos lhe chamâmos: mas quem priva De luz o dia, baixa e socegada Traz a dos seus nos meus, qu'eu o não nego, E com toda esta luz sempre estou cego.

Tanto póde o beneficio Da graça que saude, Que ordena que a vida mude: E o qu'eu tomei por vício, Me faz grao para a virtude; E faz qu'este natural Amor, que tanto se préza, Suba da sombra ao real, Da particular belleza Para a belleza geral.

Quando mais o imagino, bem suspeito Que a tal bem tal desconto se devia, Por não dizer o mundo que podia Achar-se em seus enganos bem perfeito. Bem foi assi; porque hum me degolou Quanto gado vacum pastava e tinha, De que grandes soldadas esperava. E por mais damno o outro me matou A cordeira gentil, qu'eu tanto amava, Perpétua saudade da alma minha.

SYLVANO. Declara-me que cousa tens perdida, De que tanto te queixas; que ao que sento, Natercia destes valles he partida. SOLISO. Quão livre falla aquelle que o tormento Alheio de fóra, mas não sente Onde chega tamanho sentimento! A gloria qu'eu perdi não me consente Palavras naturaes, razões expertas, Que possão declarar a dor presente.

Mas, por usar de suas isenções, Buscou fingidas causas de matar-me: Que para derribar-me A este abysmo infernal de meu tormento, Nunca soberbo foi meu pensamento, Nem pretendeo mais alto levantar-me D'aquillo qu'elle quiz; e s'elle ordena Qu'eu pague seu ousado atrevimento, Saibão que o mesmo Amor, que me condena, Me fez cahir na culpa e mais na pena.

Palavra Do Dia

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