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Atualizado: 5 de junho de 2025
Ó fidalgo, é que a minha pobre guitarra está um chanfalho vélho, e eu mesmamente de políticas nada entendo... E, estimulado pela olhada atrevida que o homem do cachimbo lhe mandava, o Matias acentuou com firmeza: E é como está certo, sim! Que essa gente graúda, com o devido respeito, faz tam pouco caso de nós, que ainda o menos que nós podemos fazer é pagar-lhe na mesma moeda.
Mas ás nove horas mandavam-na deitar; pela frincha do quarto ella via a luz, ouvia as vozes; depois fazia-se um silencio, e o capitão, repenicando a guitarra, cantava o lundum da Figueira. Foi assim crescendo entre padres. Mas alguns eram-lhe antipathicos: sobretudo o padre Valente, tão gordo, tão suado, com umas mãos papudas e molles, d'unhas pequenas!
Casados ha cincoenta annos, festejaram com estrondo o anniversario do casamento. E não pensem que por não haver lá gente moça a festa desmereceu. Isso sim! Das oito á meia noite, nem o Bento das mãos largou a guitarra, nem faltaram pares no meio da casa.
Quantas vezes não temos visto uma pobre mulher boçal, uma modesta e ignorante creatura, chorar de commoção ouvindo as notas tristes de uma flauta ou de uma guitarra! Não tem a consciencia da commoção que a perturba, mas vibram-lhe os nervos, latejam-lhe as fontes, toda ella palpita e estremece como que agitada por uma potencia ignota.
Ás vezes, como se não houvesse conseguido linimentar com a musica as recordações dolorosas acordadas no imo peito, voltava a tanger na guitarra uns dulcissimos arpejos que finalmente lhe serenavam a alma tempestuosamente alanceada, chorando por elle, que não tinha lagrimas.
Era uma guitarra portugueza, que, imitando a harmonia da harpa, gemia melancolicamente. Approximou-se Moraes para a casa de campo de onde sahião os melodicos accentos, arrastado por uma sympathia rapida que lhe sahio do peito. Applicando o ouvido ás palavras do cantico, estremeceu involuntariamente. Erão portuguezas, e pronunciadas por labios portuguezes.
Uma vez, durante o Terror, um magistrado chamou-o e perguntou-lhe: Como se chama? Phillis. Que faz? Toco guitarra. Que fazia no tempo do tyranno? Tocava guitarra. Que vae fazer pela republica? Tocar guitarra.
Ámanhã, mais socegado e claro de recordações, direi o que se seguiu. P.S. Uma circumstancia que póde esclarecer sobre a rua e o sitio da casa: De noite senti passarem duas pessoas, uma tocando guitarra, outra cantando o fado. Devia ser meia noite. O que cantava dizia esta quadra: Escrevi uma carta a Cupido A mandar-lhe perguntar Se um coração offendido... Não me lembra o resto.
Falava-se muito, e não se chorava menos. Soubemos então o que se tinha passado; morrera o Zé Ratinho. Quem era? perguntei. Deram-nos informações. Zé Ratinho era um rapaz da Murgeira, que se fizera cocheiro dos Gatos. Andára doze annos em Lisboa, batendo, e aprendêra lá a tocar guitarra. Por esta prenda foi que elle se tornou celebre desde Lisboa até Mafra, desde Mafra até á Murgeira.
Não se podia consolar de viver em Leiria, de não poder beber o seu quartilho na taberna do tio João, á Mouraria, com a Anna alfaiata ou com o Bigodinho ouvindo o João das Biscas de cigarro ao canto da boca, o olho choroso meio fechado pelo fumo do tabaco, fazer chorar a guitarra dizendo a morte da Sophia!
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