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Atualizado: 18 de junho de 2025
Tive pena, mas pena como nunca tive de ninguem! Dizia commigo: se o deixo ali dentro, que triste morte! e se o levo, que triste vida! Gella, visto gostar de mim, porque me não deixa fugir? Oh! meu pobre pequeno! Toda a cidade está álerta por se ter perdido uma criança. Se te escapas, far-te-hão perguntas, prenderão meu pae, mas antes de o levarem matar-me-ha elle, e serás o culpado.
O bom rapazinho tinha tanta sinceridade d'alma, e na voz tanta meiguice, que a pobre rapariga ficava ás vezes meia convencida, e a sua miseria moral humilhava-a diante do prisioneiro. Havia algum tempo que Adalberto se admirava muito d'uma coisa, era do desejo que Gella mostrava de aprender a escrever certas palavras, sempre as mesmas.
Comtudo suspirava algumas vezes e exclamou: Oh! Gella! minha boa Gella! Gostas então deveras d'essa pobre rapariga, perguntou o senhor Deschamps? Como não hei de eu gostar d'ella se foi tão boa, tão boa para mim! Os olhos de Adalberto encheram-se de lagrimas ao pensar em Gella, e começou a lamental-a, como a uma flor deixada entre o matto.
Veijo-a sempre passar séria, constante, Ás vezes, inclinada na janella, Tranquilla, fria, e pallido o semblante, Como uma santa triste de capella. Seu riso sem callor como o brilhante No nosso labio o proprio riso gella, E ella nasceu para chorar diante D'um Christo n'uma estreita e escura cella.
Portanto, é natural ter pena de vêr soffrer os outros, quando se tem coração, pensava Adalberto. Porque seria que Gella não soffria quando maltratavam Natchès? Porventura o habito de vêr o mal dá cabo do coração? Quando lhe passou a furia a avó pensou que era tempo de occupar o recem-chegado, e de lhe dar nome e fato, isto é, uma alcunha e miseraveis farrapos.
A doente estava quasi em estado de emprehender viagem e de ir reunir-se a seu pae. No momento de lhe ir dizer adeus, Adalberto contou-lhe a scena do wagon. Fez-se como um clarão no espirito de Gella e olhou para a criança.
Oh! como nós vamos ser felizes! Abraço tambem Rosinha, de quem nunca me esqueci. Gosto de todos de Valneige, digam-no ao Philippe, ao Gervasio e aos outros. «Ah! Como eu hei de ficar contente quando os tornar a vêr. Mas façam com que não prendam aquelle horrivel homem, para que Gella não seja desgraçada por minha causa. «Do seu filhinho «Adalberto».
Tenha dó de mim, pelo amor d'aquelles que estima. E, como ella não respondia, perguntou-lhe: Nunca gostou de ninguem? Palavra que não, disse bruscamente Gella; depois accrescentou com uma voz cheia de meiguice: mas gosto de ti agora, de ti, meu pobre pequeno, e deixei que me dessem pancadas para obter a promessa de que te não fariam mal. Gosta de mim?
Mas, diga-me, o que escreveu ao papá? Gella hesitou um pouco, depois olhou com bondade para a criança e com um tom grave respondeu-lhe: Pedi-lhe a sua palavra de honra de que não faria mal a meu pae; elle deu-m'a e então eu n'uma segunda carta, indiquei-lhe as festas a que havemos de ir, afim d'elle te procurar quando andares pedindo. Como! fez isso?
Oh! não; não receie! Meu pae não a atraiçôa! Oh! como estou contente! Nem sei o que digo, parece que até me falta o ar. Pobre pequeno, ainda bem que posso proteger-te! Fizeste-me grandes serviços; sem ti ignorava que houvesse um Céo, nunca m'o tinham dito, e do teu Deus nunca me tinham fallado. Agora, que Gella o conhece, póde bem servil-o. Como queres tu que eu o sirva aqui?
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