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O presidente: Fica reservada para amanhã a palavra ao sr. dr. Liborio de Meirelles, e está fechada a sessão. O dr. Liborio de Meirelles era o deputado portuense, que pedira a palavra, durante o discurso de Calisto Eloy. Que sairá d'aquelle arganaz? perguntou o morgado de Agra ao abbade de Estevães. Dizem que é moço de muita sabedoria, e que escreveu livros.

Não sei disse mal encarado o funccionario. Eu sou tio d'elle; faça favor de lhe ir dizer que está aqui o tio Paulo de Figueirôa. Não posso ir volveu o porteiro, mais brando. Peça áquelle sr. deputado, que ahi vem que lh'o diga. Paulo dirigiu-se a um sujeito de exterior sacerdotal. Era o abbade de Estevães.

Os estevaes eram todos em flor e a charneca parecia um mar todo elle verde e branco, quando o vento cursava por essas mesas fóra. Ella gostava de ouvir os passarinhos, que até parece que os entendia. Não ha como máus exemplos. Andava azougada e o avô inquieto. Peia-me a burra, dizia sempre. Iam tamanhos desaforos pela aldeia...! Mas quem havia de pensar...?

Estavam cheias as galerias da camara. Entre as mais formosas, extremava-se a filha do desembargador Sarmento. A pedido de Calisto Eloy, fôra o abbade de Estevães levar as entradas ao magistrado, e offerecer-se a conduzir as senhoras á galeria.

O abbade de Estevães ousou perguntar ao seu collega, amigo e correligionario, de que rumo estava. Calisto respondeu que estava de rumo em que o pharol da civilisação alumiava com mais clara luz. O antigo desembargador do ecclesiastico redarguiu com admoestações benevolas. O morgado sorriu-lhe na cara veneranda, e disse-lhe: Meu amigo, abra os olhos, que não ha martyrologio para as toupeiras.

Faz favor de tornar a dizer? pediu Paulo desenrolando o nastro de uma enorme carteira escarlate, para fazer nota da residencia da brazileira. Se eu lhe prestar de alguma coisa, aqui estou como principal amigo que fui do desgraçado sr. Calisto Eloy ajuntou o abbade de Estevães.

Era perigoso dar-lhe azo ás ejecções da sciencia velha, que não havia abafar-lhe as valvulas ejaculatorias. O sabio, na sua terra, nunca tivera auditorio digno; escutava-se a si proprio; admirava-se e applaudia-se com perdoavel, senão legitima vaidade; faltava-lhe, porém, alguma coisa, a qual coisa era o abbade de Estevães.

Calisto Eloy contemplou-o com a fixidez de medico, que estuda os symptomas da demencia nos olhos do enfermo. Depois, voltando-se contra o abbade de Estevães, disse: Eu queria ver como este dr. Liborio tem a cabeça por dentro.

O abbade de Estevães ainda ciciou um cio, como quem lembrava ao collega que o Regimento lhe tolhia o dom da palavra assim abrupta n'aquelle acto; mas o presidente, como esperasse alguma extraordinaria reflexão, deixou violar o artigo 30.^o do titulo e ouviu-o. Continuou Calisto: Sr. presidente!

Antes de apresentar-se na sala das sessões, Calisto Eloy de Barbuda leu o Regimento interno da camara dos deputados, juntamente com um collega transmontano, o abbade de Estevães, sujeito de annos, e doutrina monarchico-absolutos. O morgado de Agra embicou logo na fórma do juramento, e disse que não jurava sem aspar as palavras que o obrigavam a ser inviolavelmente fiel á carta constitucional.

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