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A senhora a ajuntar em sua casa a cidade em peso, menos a mim! Commigo, d'antes, tudo era: minha amiguinha, meu anjo, quando lhe conveio saber o enredo que a Natalia Dmitrievna a seu respeito e do principe andava a tecer, e vae senão quando, a Natalia Dmitrievna, de quem a senhora hoje mesmo como ella aliás diz da senhora disse cobras e lagartos está para ahi amesendada na sua soirée!

Mas como é que o principe póde ainda acreditar que é sonho, depois de eu lhe ter contado os pormenores d'esse tal supposto sonho do qual o senhor não tinha dado parte a ninguem? Mas quem nos affirma que o não tivesse contado a alguem, insinua n'este ensejo a Natalia Dmitrievna. Está... claro... a alguem, confirma o principe. Que comedia! murmura a Felissata Mikhailovna á vizinha.

Não se assuste, Natalia Dmitrievna, passo muito bem sem o tal seu chocolate de dois kopeks cada pau. Eu, quando me appetece beber seja o que fôr, em minha casa não falta, graças a Deus; tomára a senhora! Bem se ! observa a Natalia Dmitrievna. Ora vamos, Sofia Petrovna, exclama Maria Alexandrovna, afogueada de despeito, que é que tem? Socegue!

Mas hei de provar-lhe, Zinaida Aphanassievna, que hei de saber tornar-me um homem de bem!... Saiba que o enganei tiozinho! Fui eu, fui eu que o enganei! O tio não estava a sonhar, e pediu effectivamente a mão de Zinaida Aphanassievna! Quando lhe disse que fora sonho, enganei-o de meio a meio... Mas que coisas tão espantosas que estão vindo a lume! assobia a Natalia Dmitrievna.

Tivemos um susto por sua causa, quando nos disseram que andava a ver se arranjava um logar em Mordassov. Que, logares, por aqui, são pouco estaveis. Pavel Alexandrovitch, de um dia para o outro apanha-se uma demissão. A não ser que se trate de um logar de utchitel, para ahi em qualquer escola communal... Esses têm ferias... observa a Natalia Dmitrievna.

Estou farta de saber que não faz senão cortar-me na pelle, ha muito tempo!... Sou eu, então quem lhe furto o açucar!... Mas... mi... minha senhora... isso de açucar... era sonho... o tal sonho... Dorna d'uma figa! resmunga entre dentes Maria Alexandrovna. Eu lhe direi quem é a dorna! ulula a Natalia Dmitrievna. E a senhora, que será então? Ha muito tempo que me pôz essa linda alcunha!

Admira-me que esteja a insistir n'essa sorna do tal sonho! Eu até agora, estava na , de que fosse méro gracejo da sua parte... mas... se o é, ha de convir, que se vae prolongando um tanto fora de proposito... Não posso nem devo admitir que seja outra coisa além de uma distracção... Deve de ser por distracção, efectivamente, assobia a Natalia Dmitrievna.

Um principe é sempre um principe; faz um palacio ainda que seja de uma cabana. Ao passo que o marido da Natalia Dmitrievna, que mandou construir um palacio, fica sendo o marido da Natalia Dmitrievna, e mais nada, e a Natalia Dmitrievna pode pôr em cima de si meio cento de crinólines, que nunca passará de ser a Natalia Dmitrievna como d'antes.

Ella sabe o que está dizendo? remata a Natalia Dmitrievna. Seja dito, entre parenteses, que a Natalia Dmitrievna não deixava de ter razão. Se a Zina considerava aquellas damas indignas de julgar á mãe e a si, por que era então que se ia confessar na sua presença? Em summa, a Zina tinha procedido com excessiva precipitação. E mais tarde, era esta, até, a opinião das pessoas mais sensatas em Mordassov. Tudo se poderia haver conciliado.

Mas ainda bem a nossa heroina não tinha posto no patim, eis que passar ao lado do seu proprio trem um trenél coberto, de dois assentos, o trenél da Anna Nikolaievna Antipova. Vinham n'elle duas senhoras. Uma dellas é a propria Anna Nikolaievna Antipova, a outra a Natalia Dmitrievna, duas amigas sinceras e recentes. Maria Alexandrovna olha para ellas, e o coração dá-lhe um báque.

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