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Atualizado: 1 de julho de 2025


Por morte destes Ifantes, e tutores, que dice ElRei D. Affonso, fiquou inda em poder da Rainha Dona Maria sua avoo, pelo quaal D. Johaõ, que diceram o Torto, filho do Ifante D. Johaõ, que morreo na Veiga de Grada, e assi D. Johaõ Manuel, filho do Ifante D. Manuel, e ho Ifante D. Felipe tio delRei, filho da Rainha Dona Maria, todos tres tambem contenderaõ pera seer tutores delRei com ha Rainha, sobre que outro si ouve grandes discordias, debates, e partiçoens de que por seus desvairos, ha que se nom achava rezoado meio, que elles quizessem se seguiram outros muitos maalles, e danos ha Castella, porque cada hum sojugava, e mandava ausolutamente ha parte do Regno, que podia antre hos quaaes era ho Ifante D. Felipe, que seem outorga delRei, e do Regno, e por sua soo vontade, e cobiça procurava sojugar, e mandar sua parte do Regno, assi como fizera aa Cidade de Badalhouse, que tinha cerquada, com que sua teerra estragava de todo.

Dona Constança sua madre, filha delRei D. Diniz, e tambem em poder da Rainha Dona Maria sua avoo, e porque ha dicta Rainha Dona Constança da i ha pouquos annos logo faleceu, ho dicto Rei D. Affonso fiquou pricipaalmente em poder da dicta Rainha Dona Maria sua avoo, e sobre estas titurias deste Rei, ouve antre hos Ifantes, e grandes Senhores de Castella, grandes competencias, e muitas differenças, e discordias, de que se seguio muito maal, e estrago nos Regnos de Castella, e em fim se tomou por concruzam, que com ha dicta Rainha Dona Maria fossem juntamente tutores, como foram, ho Ifante D. Pedro, filho da dicta Rainha Dona Maria, e ho Ifante D. Johaõ tio delRei, filho que fora delRei D. Affonso Decimo, ho quaal Ifante D. Johaõ, que em outro tempo esteve em Portugal, e se chamava Rei de Liam durando sua titoria, e depois da morte da Rainha Dona Constança, Dona Maria confiando da muita verdade, e grande poder delRei D. Diniz, e assi na razam, que tinha daconcelhar, e ajudar ha ElRei D. Affonso seu neto, concertou em Guinaldo Lugar de Castella vistas com elle, aas quaaes contra vontade dos grandes de Castella trouxe ho dicto Rei D. Affonso seendo mui moço, e ali pratiquaram sobre hos desvairos de Castella, em fim dos quaaes ha Rainha lhe pedio, que se lembrasse delRei seu neto, e de seus Regnos, e que lhos ajudasse ha conservar, e defender polas grandes necessidades, que desso tinham.

Ainda que o Diabo fizesse de truão da festa, nem por isso a sua contendora, a Esperança, dava descargo de si com menos compostura do que a tão honrada virtude cumpria, dizendo que ella obedecia ao senhor de toda las cousas, e que este vendo e considerando os grandes desvairos que pelo mundo íam, e como os homens se arremessavam desacordadamente no inferno, a mandára para lhes apontar o direito caminho do céu; e por aqui seguia com razões mui devotas e discretas, que moveriam a devotissimas lagrymas os ouvintes, se a devoto riso os não movesse o Diabo com seus tregeitos e visagens, como, com bastante agudeza, reflecte o auctor da antiga chronica, de que fielmente vamos transcrevendo esta veridica historica.

Assignado o dia da proposição das côrtes, El-Rei teve seu estrado e Real Estado em uma pequena praça, que se faz ante a egreja de Santiago d'aquella villa, onde todolos senhores e officiaes e procuradores dos povos postos em sua costumada e antiga ordenança, começou e fez arenga, que para tal auto se requere e costuma, o doutor Vasco Fernandes de Lucena, mui elegante e cheia de mui dôces palavras e graves sentenças para aquelle caso da obediencia; e com necessarias e vivas razões exortou todolos que eram presentes para a fazerem; como a arenga foi acabada os Infantes primeiro, e des-hi os condes e os outros senhores deram logo suas menagens e obediencias a El-Rei, segundo sua boa e devida lealdade; e começaram logo de mover sobre quem teria o regimento do reino, que das côrtes era o ponto mais sustancial, no que houve entre todos grandes desvairos; porque os mais se mostravam segundo opinião das parcialidades que tinham, justificando cada uns suas tenções, e aos menos, que haviam respeito ao bem commum e assessego do reino, não eram recebidos nem ouvidos seus meios.

A segunda, que no regimento do reino que todos lhe deram, como quer que para o bem fazer, elle com todas suas forças, entender, e diligencia fizera muito a além do que podera; porém que pelo grande trabalho, que em nome d'outrem era reger, especialmente em tempos de tantos desvairos e balanços como no seu se seguiram, elle confessava tel-o feito muito áquem do que devia, de que pedia perdão.

Os embaixadores de Castella, que eram na côrte, como se atrás disse, pelos desvairos que sobre o Regimento houve em Torres Novas não foram ouvidos, nem despachados até Lisboa, onde juntos á Rainha e Infantes com os deputados do conselho deram sua embaixada, a qual, por ser desgosto d'este reino, se crê que tardou tanto em se ouvir; porque a sustancia d'ella seria revelada.

Pelo qual a Rainha e o Infante D. Pedro ante de seus desvairos, por se satisfazer ao Infante D. Fernando e cumprir a vontade d'ElRei D. Duarte, que em seu testamento o leixara muito encommendado, determinaram com os do conselho, e houveram por bem, que pospostas amoestações do Papa e conselhos de muitos Principes christãos que o contrariavam, que Ceuta todavia se desse por elle, e sobre isso passaram em nome d'El-Rei as cartas e procurações necessarias, assignadas por ambos, com as quaes foram por embaixadores Martim de Tavora, reposteiro mór d'El-Rei, e o licenceado Gomes Eanes, desembargador na casa do civel.

Os quaes como foram na cidade fallaram entre si suas cousas, e assi nos desvairos passados, e o Regente recebeu com bem na cara as desculpas do conde, que ficou de todo á sua obediencia, approvando em todo o seu Regimento, e prometteu de mais não servir nem seguir a Rainha, salvo n'aquellas cousas em que os mesmos Infantes a servissem, e assi concludiram que o casamento d'El-Rei de necessidade se fizesse logo com a filha do Infante, ao menos com recebimento simples; porque ao tomar de sua casa, se fariam depois suas festas solenes e reaes, como a sua honra e estado cumpria.

E porque El-Rei de Portugal não foi desta terçaria do Reino do Algarve muito contente, e dice por outros desvairos que houve com Castella sobre partições, e termos dos Reinos, foram estes Reis desacordados de que El-Rei de Castella se sentia mais aggravado, mas por meo da Rainha Dona Breatiz, que como virtuosa, e prudente procurou logo antre elles boa paz, e concordia, vieram logo por Embaxadores a Portugal o dito Dom Payo Correa Mestre de San-Tiago, de que dice, e Dom Martim Nunes, Mestre da Cavallaria do Templo nos tres Reinos Despanha, e Dom Affonso Garcia, Adiantado mór no Reino de Murcia, os quaes pozeram antre elles taes convenças, com que perderam todo o dezamor, e escandalo, que antre elles havia, e ficou assentado, que El-Rei de Portugal livremente, e para sempre despozesse de todalas terras, e Villas, e couzas do Algarve todo o que quizesse sem embargo de todalas outras promessas e condições que antre elles fossem postas, salvo da ajuda dos cincoenta Cavalleiros de que o não revelou, e com esto os Embaxadores se tornaram, e acharam El-Rei de Castella em Badalhouse, que logo enviou suas provizões ao dito João de Boim, e Pedro Anes seu filho, porque lhe mandou que entregassem a El-Rei Dom Affonso seu genro todalas Villas e Castellos do Algarve, e se elle fosse fallecido, que as entregassem a El-Rei Dom Diniz seu filho, e lhas alevantou com todalas crauzolas, e solenidade, e todo preito, e menagem, que por quaisquer obrigações, e couzas do Algarve tiveram feito a elle, ou a outrem em seu nome, e por Carta asselada feita em Badalhouse Mercoles dezaseis dias andados de Fevereiro da era de mil e duzentos e sessenta e sete annos, e sobscrita por o Secretario Millão Paes, que por mandado del-Rei a fez escrever.

E alem destes filhos legitimos, ElRei D. Diniz sendo cazado, ouve doutras molheres com que teve afeiçam sete filhos, e filhas bastardos, cada hum dos quaes foi filho de huma madre, ha saber D. Affonso Sanches, que se chamou Dalbuquerque, ha que ElRei D. Diniz quiz grande bem, e por quem o Ifante D. Affonso foi com seu pai em grandes desvairos, como aho diante direi, e D. Pedro que foi depois cazado com Dona Branqua, filha de Pedre Annes de Portel, filho de D. Joaõ de Boim, e de Dona Costança Mendes, filha de D. Mem Guarcia de Souza, e outro D. Pedro, que depois foi Conde em Portugual, este foi ho que fez ho livro das linhagens Despanha, e foi singular homem, e D. Joaõ Affonso, e D. Fernam Sanches, e Dona Maria, que cazou com D. Joaõ de Lacerda, e outra Dona Maria, que foi Monia no Moesteiro Dodivellas.

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