Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !
Atualizado: 11 de junho de 2025
Porque a Rainha, como quer que sempre foi muito honesta, virtuosa, prudente, devota e muito amiga da vida e honra d'El-Rei seu marido: porém sempre em sua vida mostrou ao Infante D. Pedro que não lhe tinha boa vontade: e as causas porque assim fosse eram occultas para culpar o Infante, salvo se procedessem de induzimentos alheios, que em sua feminil fraqueza de ligeiro fariam impressão, ou por ventura procederia das imisades que foram entre El-Rei D. Fernando d'Aragão, pae da rainha, e o conde d'Urgel, pae da Infante D. Izabel, mulher do dito Infante D. Pedro, que pertendeu por direito na successão d'Aragão, e foi d'El-Rei n'ella vencido.
Porque outrosi foi acordado que o Principe D. João, filho dos ditos Rei e Rainha de Castella, tanto que fosse em idade de sete annos casasse por palavras de futuro com a dita Senhora D. Joana, e em idade de quatorze annos casasse com ella por palavras de presente, e então se chamaria Princesa, e haveria d'arras vinte mil florins d'Aragão, além das rendas com que bem podesse manter seu estado, e que sendo caso que o dito Principe aos ditos tempos com ella não se quizesse esposar e casar, que então ella fosse livre da terçaria, e lhe fossem entregues suas escripturas, e mais houvesse para si em Castella d'El-Rei e da Rainha cem mil dobras d'ouro de banda, pagas em dois annos, ou a cidade de Touro a penhor d'ellas, com suas rendas e jurdições sem descontar até lhe serem pagas, e podesse então despoer de si o que quizesse.
Mas se o Infante isto escreveu por ter d'isso a esse tempo alguma certidão, ou o fez de industria por alvoroçar as gentes contra a Rainha e contra os que seguiam sua tenção, isto fique a Deus e em sua conciencia, sómente é de crêr que o Infante o não faria sem causa; especialmente porque a esse tempo os Infantes d'Aragão irmãos das Rainhas de Portugal e de Castela prosperavam n'aquelle reino; e era de presumir que nos aggravos de que se ella queixava, se socorreria a elles, que a deviam e podiam bem ajudar, e elles lh'o não denegariam por seu sangue e grandeza.
Muito se tem escrito ácerca da vida da excelsa e virtuosissima D. Isabel d'Aragão, Esposa d'el-rei D. Dinís; mas impunha-se ha muito a publicação dum folheto, como este, que sendo conciso na sua descrição não deixasse de relatar os factos que mais distinguiram Aquela que a cidade de Coimbra escolheu para sua Augusta Padroeira e Protectora.
El-Rei de Castella depois de os ouvir, ante de lhe responder teve com os grandes do seu reino sobr'isso conselho, em que eram os Infantes d'Aragão e a Rainha, onde para a paz e para guerra houve votos e sentenças contrairas; e finalmente o conde de Faram, e um Bispo da Avila que eram presentes, com fundamentos e razões mui justas concludiram que por este negocio da Rainha, ainda que fosse irmã, nem filha d'El-Rei, que pelas pazes que com Portugal tinha feitas e juradas, não lhe podia nem devia fazer guerra, e que a mór ajuda que á Rainha podiam dar, assi era de rogos sómente; com os quaes dois senhores muitos outros se foram.
E n'este tempo porque El-Rei sentia já bem que seu poder nem ajuda dos grandes de Castella, não lhe davam para sua demanda tão firme esperança como cumpria, forçado de um vivo desejo de sua honra, enviou por seus messegeiros requerer ajuda a El-Rei de França, que com El Rei D. Fernando como só Rei d'Aragão então não estava d'accordo, e tinha por meio de D. Alvaro d'Atayde feitas suas lianças com El-Rei D. Affonso, como só e verdadeiro Rei de Castella.
E outra vez a requerimento d'El-Rei D. João, quando cercou os Infantes em Olmedo, lhe enviou o Infante D. Pedro em sua ajuda muita e mui nobre gente d'estes reinos, e por capitão principal seu filho primogenito o Senhor D. Pedro, que depois foi e morreu intitulado Rei d'Aragão.
Tornou-se El-Rei a Evora, e na entrada do anno de mil e quatrocentos e cincoenta, houve cartas do Imperador d'Allemanha Frederico, que então se chamava Rei dos romãos, porque lhe prazia casar com a Infante D. Lianor sua irmã, segundo que fôra já apontado e requerido por El-Rei D. Affonso Rei de Napoles e d'Aragão seu tio d'ella, sobre a qual cousa El-Rei veiu ter côrtes geraes em Santarem, em que foi acordado que o dito casamento se fizesse, para cujo dote o reino com pedidos satisfaria o que fosse razão e se concordassem.
Nem se creu que o conde de Barcellos inventara estas lianças e pendores, salvo por meter o reino em necessidade de sua pessoa e casa, e lh'a haverem de compoer com villas e terras como fizeram; porque da Rainha não havia tão urgentes razões que o a isso obrigassem, e dos Infantes d'Aragão muito menos.
No qual anno, e assi no passado entre os Reis de Castella e de Portugal houve de uma parte e da outra muitas embaixadas, ainda sobre lianças e mudança de casamento d'El-Rei D. Affonso com a Princeza D. Joanna sua sobrinha; porque como El-Rei D. Anrique de Castella soube que o Principe D. João de Portugal era casado com a Princesa D. Lianor, e não podia já casar com a Princesa sua filha, e viu que a Infante D. Isabel sua irmã fôra contra seu prazer e auctoridade casada com El-Rei de Cecilia filho d'El-Rei D. João d'Aragão, mandou fazer d'isso autos solenes, em que com quanto pôde, por sua desobediencia a desherdou da herança de Castella.
Palavra Do Dia
Outros Procurando