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«Importa-me pouco a tua mãe, dou-lhe tanta importancia como a ti e, empurrando-a com violencia para o corredor, fechei a porta por dentro. A rapariga vingou-se: foi levantando um grande alarido de queixa que tudo contou á mãe. E não tinham decorrido talvez cinco minutos sem que a abominavel criatura não estivesse a bater com violencia á porta, gritando como possessa para que lha abrisse.

Inexplicavelmente, e uma vez dissipado agora, com a posse, o encanto, o devassado mistério dessa criatura confiada e simples, uma sorte de áspero cuidado espancava-lhe o sono... remordia-o um amargo e apiedado sentimento, para êle desconhecido. Tinha supersticiosas apreensões e vinha-lhe uma tristeza.

Lembro-me agora que a Mariquinhas, com a sua viva inteligencia cultivada no convivio da sociedade, compreendera desde logo de quanta vaidade e orgulho se enchia a enorme criatura, e sabia lisongeá-la com leves delicadezas, das quais eu nem sequer compreendia o alcance, na minha inteireza selvagem.

E esta presença real da divina criatura no seu ser criou no José Matias modos novos, estranhos, derivando da alucinação. Como o Visconde de Garmilde jantava cedo,

D'essa Fonte sagrada e peito santo M'alcançae huma gotta, com que lave A culpa que me aggrava e pesa tanto. Do licor salutifero e suave M'abrangei, com que mate a sêde dura Deste mundo tão cego, torpe e grave. Assi, Senhora, toda criatura Que vive e vivirá, e não conhece A Lei de vosso Filho, a abrace pura;

Se os Anjos, ó meu Senhor, estão ahi á roda de vós, pasmados do amor que nos tendes, é razão que vendo-vos eu por amor de mim nesse altar, vos contente ao menos com estar aqui louvando o amor, e bondade, com que tratais esta vil criatura, Diante dos Anjos vos louvarei; Irei ao vosso Templo adorar-vos, e dar graças ao vosso Nome pela vossa misericordia, e verdade.

Deu-lhe talvez alguma coisa... Coitadinha! Sacudiu-a de manso, despertou-a. Pela primeira vez muito tempo, teve um gesto de filho, de piedade: ajudou-a com ternura a levantar-se. A pobre criatura erguia uma cara de espanto, de terror. Vê-lo outra vez meigo p'ra ela como dantes, inquietava-a mais que ouvir-lhe insultos. E ali no patamar, sem gestos, fitaram-se, como dois náufragos, segundos.

Na minha imaginação êle está perto e é visível Em toda a extensão das linhas das suas vigias, E treme em mim tudo, toda a carne e toda a pele, Por causa daquela criatura que nunca chega em nenhum barco E eu vim esperar hoje ao cais, por um mandado obliqùo.

Onde acharei lugar tão apartado, E tão isento em tudo da ventura, Que, não digo eu de humana criatura, Mas nem de feras seja frequentado? Algum bosque medonho e carregado, Ou selva solitaria, triste e escura, Sem fonte clara, ou placida verdura; Em fim, lugar conforme a meu cuidado? Porque alli nas entranhas dos penedos, Em vida morto, sepultado em vida, Me queixe copiosa e livremente.

E ela? Ela?... Deve confessar-se que é uma criatura bem ageitadinha, desembaraçada e habilidosa; asseada como um soldo novo, alegre como um pintassilgo, chilreando desde pela manhã até

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dormitavam

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