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Ah, as praias longinqùas, os cais vistos de longe, E depois as praias proximas, os cais vistos de perto. O mistério de cada ida e de cada chegada, A dolorosa instabilidade e incompreensibilidade Dêste impossível universo A cada hora marítima mais na própria pele sentido!

Ah o Grande Cais donde partimos em Navios-Nações! O Grande Cais Anterior, eterno e divino! De que porto? Em que ágoas? E porque, penso eu isto? Grande Cais como os outros cais, mas o Único.

Cais negramente reflectido nas águas paradas, Bulício a bordo dos navios, Ó alma errante e instável da gente que anda embarcada, Da gente simbólica que passa e com quem nada dura, Que quando o navio volta ao porto Ha sempre qualquer alteração a bordo! Ó fugas contínuas, idas, ebriedade do Diverso! Alma eterna dos navegadores e das navegações!

Na loura manhã que se ergue, como o meu ouvido escolhe As cousas de acôrdo com esta emoção o marulho das ágoas, O marulho leve das ágoas do rio de encontro ao cais..., A vela passando perto do outro lado do rio, Os montes longinquos, dum azul japonez, As casas de Almada, E o que ha de suavidade e de infancia na hora matutina!... Uma gaivota que passa, E a minha ternura é maior.

Identicas manifestações houve e com não menos entusiasmo, quando em fins de setembro aqui esteve de passagem para Lisboa a comissão delegada da Junta provisional, que vinda de Ovar em barco, desembarcou no Cais da Alfandega indo hospedar-se nos Paços do concelho onde lhe foi oferecido um lauto banquete.

Ponha-se logo em effeito; Que não soffre dilação Quem o fogo tẽe no peito; E tu vae logo direito Aonde anda Amphitrião. Feliseo e Callisto. Adó bueno por aqui, Tão longe do acostumado? Mais longe vou eu de mi, D'ir perto de meu cuidado. No andar vos conheci. E vós onde vos lançais, Com vossa contemplação? Eu chego daqui ao cais A saber de Amphitrião: Não sei se vou por demais.

Ah, que essencialidade de mistério e sentidos parados Em divino extase revelador Ás horas côr de silêncios e angústias Não é ponte entre qualquer cais e O Cais!

Ah, quem sabe, quem sabe, Se não parti outrora, antes de mim, Dum cais; se não deixei, navio ao sol Oblíquo da madrugada, Uma outra espécie de porto?

No cais, sentado em toros de pinheiro, madeira para embarque, certamente havia um par em idílio, muito unido, onde fui descobrir com grande espanto, a silhueta cómica do Veiga.

Sim, dum cais, dum cais dalgum modo material, Real, visível como cais, cais realmente, O Cais Absoluto por cujo modêlo inconscientemente imitado, Insensívelmente evocado, Nós os homens construímos Os nossos cais nos nossos portos, Os nossos cais de pedra actual sôbre ágoa verdadeira, Que depois de construídos se anunciam de repente Cousas-Reais, Espíritos-Cousas, Entidades em Pedra-Almas, A certos momentos nossos de sentimento-raiz Quando no mundo-exterior como que se abre uma porta E, sem que nada se altere, Tudo se revela diverso.

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