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Dentro de pouco tempo, agrilhoado por uma ambição sem limites, e, mais que tudo, profundamente vulnerado pelo demonio do egoismo, tinha eu roubado o meu senhor, fugindo logo, espavorido e temeroso, para uma selva distante, onde procurei refugio entre uma quadrilha de bandidos, que, desde muito, ali haviam assentado a sua tenda de pilhagem e de nocturno assassinato.

Do mais espêsso da ramagem, que fazia sobreceo áquelle leito de verdura, sahia uma torrente de melodias, vagas e ondulantes como a selva com o vento, fortes, bravas, e admiraveis de irregularidade e invenção, como as barbaras endeixas de um poeta selvagem das montanhas... Era um rouxinol, um dos queridos rouxinoes do valle que alli ficára de vela e companhia á sua protectora, á menina do seu nome.

Della no pedestal, então deserto, Do deserto no seio, ainda o poeta Virá, talvez, ao pôr do sol sentar-se; E a voz da selva lhe dirá que é sancto Este rochedo , e um hymno pio A solidão lhe ensinará e a noite. Do cantico futuro uma toada Não sentes vir, oh cruz, de além dos tempos Da brisa do crepusculo nas azas?

E os tres, unindo a voz n'um ai supremo, E deixando pender as mãos cançadas Sobre as armas inuteis e quebradas, N'um gesto inerte de abandono extremo, Sumiram-se na sombra duvidosa Da montanha calada e formidavel, Sumiram-se na selva impenetravel E no palor da noite silenciosa.

Onde está a fôrça da tribuna? Que poeta canta tam alto que o oiçam as pedras brutas e os robres duros d'esta selva materialista a que os utilitarios nos reduziram? Se exceptuarmos o debil clamor da imprensa liberal ja meio-esganada da policia, não se ouve no vasto silencio d'este ermo senão a voz dos barões gritando contos de réis. Dez contos de réis por um eleitor!

Entre o Mosteiro da Batalha e essa selva gigantesca de colunas, ogivas, abobadas, portáes, chamada Catedral de Strasburgo, ha toda a diferença que vai do simples ao complexo, do belo ao grandioso.

O rolante rumor que vinha de longe, dos Atrios, me atemorisava, semelhante ao d'uma selva ou d'um grande mar irritado... E ao emergir emfim da abobada estreita agarrei o braço magro do Historiador dos Herodes, no deslumbramento que me tornou, intenso e repassado de terror!

Como o cantor da selva que inspirado Improvisava no florido bosque, Cantava ella tambem; ave innocente, Juntava mais um trilo ao hymno eterno, Que aos pés de Deus a natureza erguia. Oh! quão feliz seria quem no mundo Alcançasse as primicias d'aquella alma! Lembrei-me de as colher, e decidi-me A apparecer-lhe no seguinte dia. Com effeito assim fiz.

Dos simples passarinhos A musica sem arte concertada, D'entre os verdes raminhos, Tão suave não he, tão deleitosa A quem na selva umbrosa Com mente ouvindo-a está toda enlevada, Quanto a mi essa falla doce agrada, E o natural aviso, Que roubão a Mercurio sceptro e siso.

A noite correu ligeira para todos. Ao dia seguinte madrugou Zuzarte, e desceu ao jardim. Argentava o sol a serra d'Arga, e em cima os montados d'aquella mystica selva dos franciscanos, onde ainda rumorejam os psalmos das singelas almas que d'alli, tão visinhas do ceo, se alaram para Deus. Com que pena, leitor, eu acho o meu frei Luiz de Sousa estranhamente trivial e despoetico na descripção d'aquelle ermo e dos seus moradores! Elle, o dulcissimo panegyrista das solidões de Bemfica, passou por entre os cenobitas de mais ignorada vida, nas chronicas monasticas, e apenas disse: «

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