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Havia tambem um principe do Mar do Norte, um castellão de Erin e o bravo cavalleiro Bors, que se tinham refugiado a um canto, por detraz d'um sophá, onde sentados no chão continuavam na sua divertida merenda com bolos, dando gritos, quando as senhoras queriam pôr cobro áquella gula tão impropria de paladinos christãos.

Responderam: que vinham a elle Rei por Embaixadores, e enviados do Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores, que era Jesu Christo, e como ante El-Rei muitas, e mui dinas cousas da Catholica proposessem aconselhando-o para sua conversão, e para receber agoa do santo Bautismo, e com esso muitas couzas feas, e torpes de Mafamede, e de sua seita descobrissem, El-Rei endinado de grande ira contra elles lhes mandava cortar as cabeças, mas amançado por palavras de um seu filho, que era prezente, os mandou meter em uma Torre mui alta junto dos Paços, de cuja altura aos que entravam, e sahiam da caza del-Rei, elles não leixavam de prégar em altas vozes a de Christo, e brasfemar, e mal dizer da Seita de Mafamede, cujos seguidores, e favorecidos diziam que no inferno seriam com tormentos para sempre danados, e anojado El-Rei de suas palavras, e para lhe arredar o azo de as não poderem dizer, os mandou meter no mais profundo da Torre, donde por concelho dos seus vassallos os mandou tirar, e levar a Marrocos em companhia de Dom Pedro Fernandes de Castro o Castellão, de que atraz disse, e ao diante direi, que por odios, e perseguições dos Condes de Lara, não se pode soster em Castella, e duas vezes se passou aos Mouros, e desta derradeira para Mirabolim de Marrocos.

Ninguem respondeu, porém, e o castellão, lançando á volta de si um olhar de quem queria lêr nas physionomias dos hospedes as suas intenções, proseguiu: Sua senhoria quer em volta de si todas as lanças do reino, e não se lembra, ou não se quer lembrar de que fica desguarnecida uma terra tão importante como esta, e cercada por tantos senhores que levantaram voz pela rainha D. Beatriz.

Então deu-me o castellão differentes iguarias muito boas para comer, e mostrou-me uma cama em que eu podia dormir. O vinho muito dôce que bebi pesou-me na cabeça, e eu dormi como um morto até que o mesmo velho pequenino me foi acordar.

Debalde o Castellão, estendendo para elle um pichel de prata, gabava o seu vinho de Tordesillas, fresco como nenhum d'Aquilat ou de Provins, para a sede de tão rija arrancada.

Colloque-se na minha posição, e diga-me o que faria? Tinha commiseração respondeu Azevedo, e fingiu-se occupado a folhear uns autos. Commiseração com o senhor castellão que manda despejar balas sobre os executores do meu direito! volveu Fernando Olha em que postas eu era talhado se vivesse n'aquellas serras, em que os ladrões fidalgos se acastellam!

Lembra até o Bobo, o Monge de Cister!... A Guiomar, realmente, é uma castellã vaga, da Bretanha ou da Aquitania. Mas no villico, mesmo no castellão, transparecem portuguezes, bons portuguezes de fibra e d'alma, d'entre Douro e Cavado... Sim senhor!

Convinha voluntariamente em se mostrar ao povo no seu trem, fallar-lhe por intermedio dos seus criados ou dos seus secretarios; mas fallar-lhe n'uma reunião publica, expôr-se a ser interrompido, a ter diante de si por adversario de tribuna um atrevido como Ronquerolle, com a sua voz de trovão, e que saido do povo, lhe conhecia as emoções e as coleras, ser um homem d'acção, n'uma palavra, no sentido em que o entendia a marqueza; todo este papel, toda esta tarefa não se apresentava ao espirito do castellão de Saint-Martin sob uma perspectiva muito attrahente.

E por entre a turba, que calladamente recuára em alas lentas, avançou, precedido por quatro cavalleiros que erguiam archotes accesos, o velho D. Pedro de Castro, o Castellão, o homem das longas guerras e dos vastos senhorios. Um corselete d'anta com lavores de prata cinjia o seu peito curvado, como consumido por tamanhas fadigas de pelejar e tamanhas cubiças de reinar.

N'ellas se contava a velhissima historia da castellã, que, emquanto longe nas guerras do Ultra-mar o castellão barbudo e cingido de ferro atira a acha-d'armas ás portas de Jerusalem, recebe ella na sua camara, com os braços nús, por noite de Maio e de lua, o pagem de annellados cabellos... Depois ruge o inverno, o castellão volta, mais barbudo, com um bordão de romeiro.

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