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Atualizado: 11 de maio de 2025
Quem me déra ser a noite, a arvore, o luar, que me enche d'afflicção! Juro-o, as arvores falam com o luar, as montanhas namoram-se ao luar. Brilham perdidas tantas estrellas pelo céu, meu amor!... Os sapos, confundidos deante da gigantea natura, cantam n'esses pios que, ao longe, na solidão, magoam como ais d'alguem a quem aconteceu desgraça...
As raparigas juntam-se n'uma collina e cantam o hymno da resurreição de Lazaro: «A creança cresce, o homem vive, o velho morre n'esta ideia: quando virá o imperio servio?» No dia seguinte, antes de nascer o sol, vão buscar agua e cantam em côro: «As pontas do veado tornam a agua turva, mas o seu olhar torna-a clara e limpida.» Esta canção deve ser interpretada n'um sentido mythico.
O amor é realmente o galvanismo dos estupidos, d'esses cadaveres moraes, que se levantam do tumulo da intelligencia, e cantam lerias n'um alamiré celeste!
Ergamos nós para o Alto os nossos olhos tranquilos, e sejam as nossas palavras como um orvalho do Céu a refrigerar este vulcão onde as flores da purêza se fânam amarguradamente, desconsoladamente... Vái florindo a primavera. Na folhagem enfloráda dos castanheiros do Recreio, as rôlas cantam suspirosamente a celebração festiva dos misteriosos noivados...
Campos e vinhas!... hortas com flores!... Ai, que ditosos os lavradores! Olha, fumegam tectos e lares... Fumo tão lindo!... branco, nos ares!... Batem ás portas, erguem-se as mães, Choram meninos, ladram os cães... Resam e cantam, levam a esmola, Vinho no bucho, pão na sacola. Fructa da horta, caldo ou toucinho, Dão sempre os pobres a um pobresinho.
Os lirios trescalam, os gallos cantam; é a madrugada que vem. Puzeram-se a caminho. E, pelos ares, contorcendo-se em furor, uma sombra alada fugia, enorme, monstruosa, com dois cornos que coruscavam. O milagre das lagrimas
Basta, basta, que já pressinto ali á esquina os aferidores e malsins da Literatura, que, se me tomam, com isto nas mãos, dão comigo do avêsso. Na vespera do Santo, pela tarde, hasteiam bandeirolas nas fontes. Á noite accendem fogueiras, dançam, cantam, namoram, e galhofeiam em de redor d'ellas.
Vamos depressa, Filippe, dá de esporas ao cavallo disse ella vibrando a chibata na anca de ambos os cavallos. Assustei-te com as minha apprehensões? accudiu Filippe Tolinha, vai devagar, que perdemos esta formosa scena... Olha os rouxinoes como cantam lá em baixo nas margens do rio... São acções de graças Deus. Agradecem comnosco ao Senhor a nossa felicidade!...
Nem sequer recordava o delicado e suave perfume a resêda da vinha em flôr, quando na primavera as noites são frescas e os rouxinois cantam pelas ramarias os lirismos dos seus amôres e as romanzas dos seus noivados.
A machina chama-os, reune-os, ressuscita-os, renova-os para a pandiga d'um momento da existencia; o passado é presente; e a machina agita-os, empurra-os para o interior das nossas casas, para nos divertirmos á custa d'elles mesmos... Primavera? ia eu pensando com os meus botões. Primavera? ri a natureza? florescem as arvores? cantam amores os passaros? é uma realidade?
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