United States or Grenada ? Vote for the TOP Country of the Week !


Se eu fosse um santo, aquella turba não se importaria com a minha santidade; e se eu abrisse os braços e gritasse, ali no Boulevard «ó homens, meus irmãosos homens, mais ferozes que o lôbo ante o Pobresinho d'Assis, ririam e passariam indifferentes. Dous impulsos unicos, correspondendo a duas funcções unicas, parecia estarem vivos n'aquella multidão, o lucro e o gôso.

O amor sensual é da Natureza, não ha duvida, e não entra ali; afugentam-n-o, exorcizam-n-o, como o demonio do meio dia e da meia noite; debalde o pobresinho se faz Protheu para as captar: agora cantando-lhes convites d'entre a copa de uma arvore, agora passando como viração que vem de ver namorados, e vai correndo por cima das hervas trémulas a espreitar outros; uma vez é som de flauta longinqua, que desperta suspiros por onde passa; outras, um nome de homem proferido ao acaso, palavra sem virtude onde elles abundam, mas ali occasionadora de devaneios; reveste a fórma de alguma coisa, de alguma pessoa, de algum sitio, de alguma scena, que se viu em quanto se andava por fóra, em que se ficou pensando, e que ainda na memoria do coração se não apagou.

D'onde proviria? da fina haste da figueira de onde se destacara a folha. A arvore sorvera a gotta de leite que rolara da boca do pobresinho e sempre a verte mostrando-a aos incredulos, mal se lhe arranca uma folha ou se lhe golpeia um galho, como uma prova da misericordia suave. A estrella

Andam no ar escuridões preságas, Que põem calafrios na espinha... Maldita chuva! Quanto mais se aninha O pobresinho, mais se ensópa e alága! Ó santa primavera, Deus te traga... Primavera! Que tardes deleitosas Andam no ar ondulações radiosas, Exalações miríficas das flores...

Poz-me Deos outrora no frouxel do ninho Pedrarias d'astros, gemas de luar... Tudo me roubaram, , pelo caminho!... Minha velha ama, sou um pobresinho... Canta-me cantigas de fazer chorar!... Ai, o teu menino como está mudado! Minha velha ama, como está mudado! Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

Arrasaram-se-lhe os olhos d'agua e, parada, tremendo, estendeu a mão magra, a pedir. Maria encarou-a compadecida e, como não possuisse moeda, não respondeu á infeliz, alanceada de pena. E a mulher soluçou: Não é por mim que peço, é por elle. Tenho-o, desde hontem, ao seio, bebendo sangue não é um peito que lhe dou, mas uma ferida. A boca do pobresinho está da côr da anemona.

Pobresinho! Adormeceu? Onde é a ferida? Maldita seja eu! maldita seja eu! Com uma exaltação delirante procurava abrir as gavetas, derrubava os moveis, arremessava as roupas, fallando, gesticulando, e ás vezes cantando. Meu Deus, faz-se tarde! Que ando eu a procurar? Que horas são? Elle falou no meu nome? Veio tomar-me o braço: Vamos. Onde? Vêl-o. Quero vêl-o. Quero! não me diga que não.

As dalias inchavam-se para parecerem maiores do que as rosas; mas não é o tamanho que faz a rosa. As tulipas brilhavam pela belleza das suas côres, pavoneando-se pretenciosamente. Não se dignavam de lançar um olhar para o pequeno malmequer, emquanto que o pobresinho admirava-as, exclamando: «como são ricas e bonitas! A cotovia irá certamente visital-as.

N'aquella mesma tarde, á hora em que as chaminés começam fumegando e debaixo das parreiras, emquanto a ceia aquece, se toca alegremente nas businas, estaria batendo á porta de casa, disfarçando a voz, fingindo ser um pobresinho a pedir esmola e agasalho. E ria feliz com aquella idéa divertida. A alegria da mãe! Era capaz de morrer de gosto a pobre velha, coitadinha!

A magnólia ao luar estava divina. Se o pequenino a visse, o pobresinho! Como êle gostava das árvores, do mar! Não se lembrava de ter visto um luar assim. Fazia-lhe tão bem: calmava-a tôda. Via ao longe, no rio, as mastreações, e distinguia as vêrgas, o velame, a luz dos estais

Palavra Do Dia

resado

Outros Procurando