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Atualizado: 3 de julho de 2025
Era um artista de raça, que adorava o primor da fórma. Sob este ponto de vista João Penha e a Folha exerceram uma sensivel influencia. O soneto da escola italiana, tão abandonado como antiqualha árcade depois de Bocage, resurgiu no acuro parnasiano de João Penha.
Mas se o terceiro tiro falhava, a perdigueira desandava para casa, abandonando o caçador. O grande Barcellos ouvia sorrindo, aquecendo, vibrando, como Bocage nos mais felizes raptos da improvisação. Lançado o assumpto, apanhava-o no ar, senhoreava-o, fréchava-o de glosas em que a imaginação refervia torrencial.
Francisco Lourenço chorou-o, como se ás lavaredas d'aquelle incendio d'alma tambem elle tivesse aquecido os embriões do seu talento. O artista não era poeta, nem tinha o parvulez de crer-se tal porque adorava Bocage. O que elle tinha era a paixão do bello, com a entranhada magua de não ter sido educado e guiado por aquelle rumo de magestosa desgraça.
Bocage tinha sido recebido em casa de Thomé Barbosa de Figueiredo, que lhe dava a mais cordeal e franca hospitalidade, que lhe fazia offerecimentos de dinheiro, que lhe proporcionava, finalmente, todas as condições de bem-estar. Thomé Barbosa de Figueiredo sentia-se muito honrado com a co-habitação de Bocage, e Bocage parecia ter chegado ao ideal da sua felicidade.
Quando a vossa crença era tentada, tinheis Te-Deums para não cairdes na desconfiança do intendente Pina Manique; e para as humilhações heroicas, das vidas obscuras, as suaves melancolias, os crueis desesperos, Filinto Elysio entoava um epithalamio ou um dithyrambo, Bocage versejava sobre um mote brejeiro, Tolentino escrevia a Funcção, etc.
E Bocage, José Agostinho, Tolentino eram os que representavam a litteratura livre e sem peias; eram os idolos de que o povo sabia os versos e a vida, e se apontavam nas ruas. Esses temperamentos que ficam assignalados n'uma epoca pelo amor, pelo heroismo, pela tristeza, pela infelicidade, já Portugal os não podia produzir.
Se não pude fartar voraz saudade, Inda mádida a face, enternecida Chora males do amigo em soledade. Minha alma em tua dor toda embebida, Implora em ais, em pranto aos Ceos piedade, Ama doirar-te a tenebrosa vida. De Pedro José Constancio. Ao Senhor Manoel Maria Barbosa du Bocage.
Comtudo, uma bella manhã, Bocage bateu á porta do quarto do seu amigo, e disse-lhe que agradecia todos os obsequios que lhe havia proporcionado, mas que era obrigado a retirar-se. Por que? perguntou-lhe Figueiredo. Por que conheço os seus defeitos e sinto uma invencivel necessidade de dizer mal d'elles, e de si.
Este accidente da vida de Bocage, omittido nas biographias do immortal improvisador, escriptas por Castilho e Rebello da Silva, tive eu a fortuna de apanha-lo casualmente. Assim, pois, se explica a distincção das botas de Manuel Maria entre as dos seus collegas e rivaes do botequim Nicola: Francisco Lourenço, o sapateiro dos casquilhos d'aquelle tempo, era amante de versos.
Percorram toda essa vasta galeria de producções dramaticas, que vae desde os Dois renegados até aos Primeiros amores de Bocage, e digam depois se já conheceram, fóra do theatro hespanhol, engenho mais fertil, espirito mais maleavel ás exigencias de cada genero e de cada época.
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