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Atualizado: 3 de junho de 2025


Além d'isto, uma epistola do padre José Agostinho de Macedo a Stochler; e, sobre tudo o elogio que lhe consagrou Bocage, em versos esplendidos, que podem aferir-se por esta estancia: Portentoso mortal, que á summa altura Vaes no ethereo baixel subindo ousado; Que illusão, que prestigio, que loucura Te arrisca a fim tremendo e desastrado?

Depois, porém, que Maria Luciana lera os dois poemas de Bocage, que lhe diziam respeito, o seu poeta valido era o grande cantor, e os livros ao divino pareciam-lhe coisa de moer a paciencia.

Os livros foram o seu universo. Bocage porém não era arcade. Era um homem do povo que alimentava no espirito todas as paixões violentas, e muitas vezes freneticas e desregradas do vulgo; e como o vulgo, ajunctava a feios vicios nobres e generosas virtudes.

Theophilo Braga, recentemente publicado Bocage, sua vida e epoca litteraria encontram-se os mais preciosos documentos para a nossa moderna historia litteraria, documentos até hoje ineditos e pacientemente colligidos por aquelle eminente escriptor, em cujas obras, as mais eruditas que em Portugal se teem feito, o publico não aprendeu ainda senão a calumniar o auctor.

Similhante ao infermo do Evangelho passou pela terra abandonado, pobre, ; mas como os antigos romeiros trovadores, alegrou ou commoveu os animos das classes não privilegiadas, ás quaes tres seculos tinham feito esquecer que a poesia era tambem e principalmente para ellas. Bocage é o typo mais perfeito da sua eschola, e de feito devia sê-lo.

A mestra era uma velhita roliça e branca, que fôra tacho das freiras de Santa Joanna d'Aveiro; com os seus oculos redondos, junto á janella, empurrando a agulha, morria-se por contar historias do convento: as perrices da escrivã, sempre a escabichar os dentes furados; a madre rodeira, preguiçosa e pacata, com uma pronuncia minhota; a mestra de cantochão, admiradora de Bocage e que se dizia descendente dos Tavoras; e a legenda de uma freira que morrera de amor, e cuja alma ainda em certas noites percorria os corredores, soltando gemidos dolorosos e clamando: Augusto!

Mas nem Bocage, nem os poetas que o imitavam ou seguiam suas doctrinas, se doctrinas havia nessa eschola, curavam d'averiguar theorias estheticas; porque os tempos da grave discussão ainda não eram vindos.

Bocage, sem mais averiguações, entrou n'uma tenda, pediu papel, disse a Francisco Lourenço que escrevesse, e improvisou torrentes de quadras que extravasaram da folha de papel almaço.

Bocage escrevia: «Camões, grande Camões, quão semelhante «Acho teu fado ao meu quando os cotejoRespondia-lhe com uma tremenda descompostura o padre, que queria arranjar um Camões para uso da côrte de João VI e dos frades gracianos. O Tolentino, que nunca entendeu nada de litteratura, rabiscava versos, pedindo jantares e dinheiro.

O que elle não vendeu foi a livraria, nem os manuscriptos de Bocage, seu amigo da mocidade. Disse-me que me salvara os livros para me legar amigos. Perdôa ao bom velho o seu descrer em amigos: elle não sabia que tu eras mais verdadeiro e valedor que os livros. «O meu futuro é facil de conjecturar. Tenho uma numerosa familia dependente de mim. A outra minha irmã, e uma filha, não tardarão aqui.

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