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Quem será que moe estas farinhas d'oiro Com a de jaspe que anda alem no ceo!... Novembro de 1888. Que alegrias virgens, campezinas, fremem N'este imaculado, limpido arrebol! Como os galos cantam!... como as noras gemem!... Nos olmeiros brancos, cujas folhas tremem, Refulgente e novo passarinha o sol!... Pela estrada, que entre cerejaes ondea, Uma pequerrucha, tro-la-ró-la-rá!

Toda a explendida poesia Do ceo, da terra, e das flores, Quando mil cansões de amores Improvisa o rouxinol, Alegrando o mez de maio Desde os clarões do arreból Até que em doce desmaio Nas aguas se occulte o sol, Terá, sim, tem mais frescura, Mais vida e mais esplendor, Mas não tem tanta ternura, Nem respira tanto amor!

Vistos d'essa eminencia, o mundo e as suas sombras, Tingem-se no esplendor d'um perpetuo arrebol; O mais esteril chão tapeta-se de alfombras, Não ha nuvens no ceu, nunca se põe o sol. Nella mora encantada a Ventura perfeita Que no mundo jámais nos é dado sentir... E a um beijo colhido em seus lábios de Eleita, A propria Dor começa a cantar e a sorrir! Que importa o despertar?

O vêr com que alegria elles se reconheceram, e saudaram, como avesinhas pousadas em uma mesma fronde ao mesmo arrebol da manhã, melhorou temporariamente a enferma; porém, a muito rogada vontade do Senhor não lhe concedeu os dous annos de vida pedidos para a effectuação do casamento.

Soffreu da soledade... E onde ha hi um peito Que não soffra tambem, ainda ao mal affeito? Soffreu da soledade em que a alma lhe ficou, Depois que ao longe e triste o ecco se finou D'aquella unica voz, que ainda repetia A sua voz, bem como, á tarde em fins do dia, A nuvem que passou reflecte um raio ao sol, Que mesmo occulto a tinge aos fogos do arrebol.

E assim, na sua noite o espirito submerso, Sem que uma estrella nova aos olhos meus desponte, Vou, com o pensamento em mil vôos disperso, De saudade em saudade alargando o horizonte. E tudo, mesmo a Dor, nessa amplidão se esfuma, Como incendio a esbater-se em longinquo arrebol... Toda a nuvem, de perto, é um farrapo de bruma, A distancia, parece oiro e púrpura, ao sol!

N'essa noite, apenas recebera pelo irmão do Alcaide d'Aveyras, disfarçado em beguino, um afflicto recado da senhora D. Sancha ordenava a seu filho Lourenço que, ao primeiro arreból, com quinze lanças, cincoenta homens de da sua mercê e quarenta besteiros, corresse sobre Monte-mór.

E outra vez, como chuva em calcinada areia, A paz, ao seu turbado espirito baixara; Parecia-lhe agora, esse luar da Chaldeia, Que tinha uma outra luz, mais ardente e mais clara. Mas a Lua descreve a orbita marcada E some-se ao primeiro esplendor do arrebol; Borda todo o horizonte uma fimbria doirada, E entre nuvens a arder surge o orbe do Sol.

No dia em que Gonçalo Mendes da Maia, o velho fronteiro de Béja, cumpria os noventa e cinco annos, ninguem saíra, pelo arrebol da manhan, a correr o campo; e, todavia, nunca tão de perto chegára Almoleimar; porque uma frecha fôra pregada á mão em um grosso carvalho, que sombreava uma fonte, a pouco mais de tiro de funda dos muros do castello.

E ao lêr essas estrophes côr de lava, Sinto a minh'alma allucinada e brava, Entre um incendio enorme de arrebol. Rasgando as ondas cruas, braço a braço Com mil perigos e crueis tormentos; Ralado de desgosto e de cançaço Á chuva! á neve! aos vendavaes! e aos ventos! Em frente aos soes que estoiram violentos, Arremessando ondas de luz ao espaço; Horisontes em braza! céos cinzentos!