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Assim que o sol desponta no horisonte, Azo corre a indagar pelos que o cercam, E as derradeiras provas apparecem. As aias da princeza, largo tempo Conniventes no crime, revelaram Quanto havia de occulto nesse drama. Não tem que duvidar! Azo, escutando A longa historia de tão negro crime, Sente em ondas subir-lhe o sangue ás faces, Que de profunda cholera se inflammam.

Vagarosa, os seus gestos curvos e lentos pareciam fazer nascer no ar quieto uma harmonia... Perdi-me aqui! Perdi-me aqui! D'onde vens? Do palacio. Sou a princeza. As minhas aias não se atreveram. Eu corri para apanhar uma borboleta. A borboleta fugiu. Fiquei sem saber onde estava, que caminho tomar. Isto é tão lindo! Mas faz tanto medo não se saber onde se está! E queres voltar?

N'aquella serena tarde de primavera, a princeza descera com as pequeninas aias e a camareira-mór as escadas de marmore branco e de marmore roseo do sumptuoso palacio real. Era n'uma côrte de complicada pragmatica.

Mas a pobre princeza, apenas nubil, não conhecia a Vida, nem o Amor, nem o Riso. Um dia, pois, a princeza, com as pequenas aias, desceu ao jardim do sumptuoso palacio. Misterioso por tantas sombras, tantos caminhos que se contorciam por entre rugosos troncos, tantas aguas que cantavam nos marmores brancos, tantas flores que dentre a verdura perfumavam...

E por muito tempo ainda, considerava sem poder fallar, a sobrinha. Em volta, nas gentes da Oriola, o mesmo fremito de surpreza fizera correr murmurios de labio em labio. As duas velhas aias tinham corrido a Dora, e soluçavam.

E não voltou mais ao palacio, onde as aias choravam e a camareira-mór, seca e hirta, tinha uma voz esganiçada e autoritaria. Era o jantar de despedida de Dowanov, que partia para o Mexico, promovido a ministro. Jantar de secretarios de legação, que formam uma confraria, para, na critica dos chefes, tirar uma consolação do exilio, correra um pouco triste.

Os principes não constituem excepção a esta lei geral da formação dos homens. Da educação de gabinete, do bafo enervante dos mestres, dos camareiros e das aias, nunca sahiram senão doentes e pedantes.

Em vão lhe prenderam as vestes de seda os espinhos das roseiras, em vão a chamaram as pequenas aias; mesmo foi debalde que a voz secca da camareira-mór gritou por ella, entre respeitosa e auctoritaria. A princeza, a rir, córada, continuava atraz da grande borboleta, deixando tiras de seda nos galhos em flôr que, sacudidos, lançavam sobre a sua cabeça petalas finas.

As conversas d'amor faziam arfar os seios... O Rei e a Rainha continuavam a sorrir-se, como dois amantes rusticos, que se encontram na vinha, por um suave outomno. Uma noite, porém, a dôr entrou n'esse palacio claro. Ligeiros, para não fazer ruido, como sombras, os cortesãos, as damas d'honor, as aias, passavam, murmurando resas, ou trocando, baixinho, as impressões.

A ama ficara imóvel no silêncio e na treva. Mas brados de alarme atroaram de repente o palácio. Pelas janelas perpassou o longo flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quási nua, a raínha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho! Ao avistar o berço de marfim, com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sôbre as lages, num choro, despedaçada.

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