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Atualizado: 7 de junho de 2025


Era um dêsses pátios da Lisboa antiga, sem porteiro, sempre escancarados, sempre sujos, cavernas laterais da rua, de onde ninguêm escorraça os escondidos da miséria ou da dor. Ao lado havia uma taberna. Infalivelmente, ao anoitecer, o José Matias descia a rua de S. Bento, colado aos muros, e, como uma sombra, mergulhava na sombra do portal. A essa hora as janelas de Elisa luziam, de inverno embaciadas pela névoa fina, de verão ainda abertas e arejando no repouso e na calma. E para elas, imóvel, com as mãos nas algibeiras, o José Matias se quedava em contemplação. Cada meia-hora, subtilmente, enfiava para a taberna. Copo de vinho, copo de aguardente; e, de mansinho, recolhia

A ama ficara imóvel no silêncio e na treva. Mas brados de alarme atroaram de repente o palácio. Pelas janelas perpassou o longo flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quási nua, a raínha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho! Ao avistar o berço de marfim, com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sôbre as lages, num choro, despedaçada.

Depois foi o cozinheiro, com a bateria, a garrafeira, a geleira, bocais de trufas, caixas profundas de águas mineráis. Desde o amanhecer, nos pátios largos do palacete, se pregava, se martelava, como na construção de uma cidade. E as bagagens, desfilando, lembravam uma página de Heródoto ao narrar a invasão persa. Jacinto emmagrecera com os cuidados daquele Êxodo.

O desenho de Harry dava-me dela uma visão patética. Evocava-a nova, musical, nesse jardim interior da Alhambra jaula feérica da luxúria árabe, onde os corpos morenos das almeias elanguesciam nos mármores dos pátios, e nas salas de jóias lapidadas dormiam com os perfumes dos jardins as grandes séstas tórridas, de cópula...

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