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Aqui o adivinhar, e o ter por certo Qu'era verdade quanto adivinhava, E logo o desdizer-me de corrido; Dar ás cousas que via outro sentido; E para tudo, emfim, buscar razões: Mas erão muitas mais as semrazões. Não sei como sabía estar roubando Co'os raios as entranhas, que fugião Par'ella por os olhos subtilmente!

Ou ja criação seja, ou ja destino, Tanto que não o , geme e suspira. Como menos fara o triste Anzino? Tangia mal na frauta, mal na lira; Despois tão bem tangia, qu'era espanto A quem antes d'amor tanger m'ouvíra. Assi com tal temor, com tal estudo, Amor fui grangeando longamente, Á conta deste amor perdendo tudo.

Naquella parte donde costumavas Apascentar meus olhos e teu gado; Alli donde mil vezes me mostravas, Qu'era o pastor de ti mais desejado, Vezes mil te busquei, por ver se davas Algum breve descanso a meu cuidado. Busco-te em vão no valle, em vão no monte, Qual o ferido cervo busca a fonte.

Dei-lhe tudo o qu'era seu, Não receando taes danos Deste, a quem alma lhe deu: Quando ja não era meu, Fui entendendo os enganos. Fiquei deste mal sobejo A quem a causa compete Dizer-lhe tudo o que vejo, Que Amor acceita o desejo, Mas mente no que promete. Que se a mi se me obrigou A dar-me bens soberanos, Foi engano que ordenou; Que do bem tudo levou, Do mal ficárão-me os danos.

Oh que gentil partido, Trocar o ser do monte sem sentido, Por o qu'em hum juizo humano estava! Olhae que doce engano! Tirar commum proveito de meu dano. Assi qu'indo perdendo o sentimento A parte racional, m'entristecia Vê-la a hum appetite submettida. Mas dentro n'alma o fim do pensamento, Por tão sublime causa, me dizia Qu'era razão ser a razão vencida.

Natercia qu'estes montes alegrava, E que á casta Diana fez inveja, E que com sua vista o sol cegava; Aquella a quem render-se deseja Aquelle que de bella mãe presume, E a quem as armas com que peleja; Natercia, que no mundo foi hum lume, Onde a belleza de maior estado Incendios aprendia por costume; Natercia, por quem ando acompanhado De mágoa tal, que da morte dura Espero o feliz fim de meu cuidado; Ao ceo se foi co'aquella formosura, Qu'era mostra do ceo, gloria da terra; Qu'era o sogeito mor da mor ventura.

O bem, que Amor me não deu No tempo que desejei, Quando delle me apartei, Me confessou, qu'era meu. Agora que farei eu, Se a fortuna me desvia De lograr esta alegria? Não sei se foi enganado, Pois me tinha defendido Das íras de mal querido, No mal de ser apartado. Agora peno dobrado, Achando no fim do dia O princípio da alegria. Deos te salve, Vasco amigo. Não me fallas? Como assi?

As vaccas, vindo o dia, derramadas, De mi desamparadas, vem bramando, Sinal n'aldeia dando em seu bramido De qu'era ja perdido o pastor seu. Seu pae adoeceo tambem de nojo: Da morte foi despojo ao dia quinto. A dor que daqui sinto he sem medida. Pois m'apartou da vida, a vida acabe, Ou n'alma, onde não cabe, faça pausa.

Quando entrou n'hum vergel d'esmalte fino, Qu'era de Amor plantado; e parecendo Lhe está menos humano que divino. Nelle a dor sua esteve suspendendo: Porém não, como cervo, está ferido, Reparo ao mal que leva pretendendo. Apparecia o sítio tão florído, Que provocava a não vulgar espanto, Entre huns altos ulmeiros escondido.

Orgãos e frauta deixava, Despôjo meu tão querido, No salgueiro que alli'stava, Que para tropheo ficava De quem me tinha vencido. Mas lembranças da affeição Que alli captivo me tinha, Me perguntárão então, Qu'era da musica minha, Que eu cantava em Sião? Que foi daquelle cantar, Das gentes tão celebrado? Porque o deixava de usar, Pois sempre ajuda a passar Qualquer trabalho passado?

Palavra Do Dia

dormitavam

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