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A dignidade das letras além de ser novo attestado do conceito em que tinhamos seu auctor, veio confirmar as ideias anteriormente expendidas. Eis o que o sr. Ramalho Ortigão está disposto a não conceder por forma alguma.

E eu não quero com isto dizer que Ramalho Ortigão, não seja um critico. Mas a sua critica, quando é superior, quando é frisante e verdadeira, é quando elle a executa pelo mesmo processo magistral de que usa nos seus livros descriptivos. Então sim, porque a licção ressalta naturalmente do aspecto exterior das cousas.

Ás finas ironias das Farpas, onde especialmente se distingue a mala inseparavel de D. Pedro de Alcantara respondem: O vosso rei é um bebado e um devasso! E querendo responsabilisar os colonos pelos escriptos de Ramalho Ortigão, escrevem: «A emigração é um direito baseado na phylosophia, sustentado pelo progresso da humanidade.

N'uma advertencia muito bem feita que precede o livro, Ramalho Ortigão diz que as Farpas, são escriptas n'um espirito de dilettantismo emancipador e desinteressado e pelo que vi n'um artigo lido hoje mesmo, a palavra dilettantismo não foi tomada pelo critico na accepção que o escriptor lhe dera; não é pois fora de proposito, que eu aqui explique um pouco ao leitor, qual o dilettantismo de que Ramalho Ortigão se diz inspirado ao traçar os capitulos bellissimos das suas novas Farpas.

«Se, á mingua de outra, o coração te esporear para mulher versada no alphabeto, fornece-a desde logo de livros uteis, brindando-a com as copiosas Artes da cozinha, que se publicaram n'este abençoado refeitorio de Portugal, desde Fernão Rodrigues até Ramalho Ortigão.

Como as distinctas individualidades dos dois escriptores se destacam bem nas paginas do romance! A phantasia, o magico poder do estylo de Eça de Queiroz, resaltam ao lado da critica mais philosophica, da observação mais penetrante de Ramalho Ortigão.

Nada mais justo, e mais para se louvar, do que a delicada solicitude de mestre e de amigo com que o sr. Castilho reprehende sem offender. E queres saber a conclusão tirada pelo sr. Ortigão? Brada que não pode ser aquillo tomado a serio; que o sr. Castilho zombava quando tal disse, e, muito mais, porque, decorridas poucas linhas, elogia aquelles versos tristes, que dizem que

Ninguem estava no caso de apreciar e de sentir melhor a arte hollandeza, essa arte que teve, como nenhuma, a perfeição do detalhe na harmonia do conjuncto, a nota exacta na comprehensão larga, do que Ramalho Ortigão, o escriptor que, no seu processo, realisa tão adoravelmente a formula naturalista d'essa inspirativa e grande escola, ante a qual os modernos se sentem ultrapassados e excedidos.

O pequeno folheto do sr. Ortigão, pequenissimo para o grande titulo, que o decora, porque se chama Literatura d'hoje, é um como espelho em que se não perde, me parece, uma feição do auctor. Elle mesmo mostra desejal-o, porque relevo, com frequencia e não sem calculo, á sua individualidade, como se lhe pesasse deixal-a nas sombras do quadro.

A morte de Carmen, a caçada na India, escreveu-as Eça com a penna que mais tarde, convertida ao realismo, contará a agonia de Luiza, a burgueza peccadora, e as soirées de Leiria, entre padres e devotas; a carta de Rytmel á condessa, a descripção do claustro no Minho, as reflexões da pobre amante desvairada, antes da fuga que ia roubal-a para sempre á sociedade em que ella tinha vivido, á casta a que pertencia, revelam todas as qualidades do espirito observador e amante do pittoresco, que fez de Ramalho Ortigão um dos melhores criticos de costumes da litteratura contemporanea.

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